Harpa de Ouro | Sousândrade


Harpa de Ouro | Sousândrade

Harpa de Ouro | Sousândrade
" República é menina bonita
Diamante incorruptível
Entre os astros, sagrados montes
Feliz asilo da paixão:
Puros jardins, sonoras fontes,
E virginal um coração
Vibrando aos claros horizontes
E encantado à etérea solidão.

Quis ser em chegar, primeirinha:
Oh, a gentileza do lar !
A tudo dispor; pra onde vinha
Sem dizer e onde a s’encontrar
Fé, por sugestão que adivinha,
Alma que espera.
"Hei de, hei de a (...)

"Doces miragens, adeus ! Vejo
Na profundez do coração,
O interno oceano do desejo,
D’Heleura a ideal solidão:
Vos deixo a Deus. Deixai-me o beijo
Preço da livre sem senão:

"Doutra dona... oh, a inteligência
Dona... mas, cetim branco e flor !
‘Menina e môça’, áurea existência
Musa cívia a Musa-Amor !
Já fotografara-me o pensamento
Que um pensamento houve a transpor".

Das cinzas fênix renascida,
Arte divina a retratar
Anos treze – quão parecida !
Ela era; hei de noutra a encontrar
Helê que dos céus é descida,
Céus ! à borboleta solar !

"A metamorfose sagrada
De jovem pátria e o cidadão
Oiro de lei, Virgínia honrada
Por todo o nobre coração:
Ditando diga: eu sou a amada,
A amante Luz, o Amor e o Pão."

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Mundo-nôvo riso açucenas,
(O riso-céus!) vejo-a na luz
Musa armada, Minerva-Atenas,
Fôrça e firmamento azuis
Qual brilha por noites serenas
Pentastral símbolo da Cruz.

Helvécia áurea, tiras-me o sono!
Sigo – ao gênio pátrio o amor,
Frutidores dias de outono,
Melhor do que os tempos da flor:
Liras perdidas do abandono,
Harpa há virgem-oiro o cantor.

Subir montes! voar! voar! asas
Do ar! Das nuvens! Do aéreo tufão!
Arde o peito rúbidas brasas
A quem vai da glória à solidão:
Águia, que ao sol ressoando passas
Leva-me a nova habitação!"

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