O Ponto de Mudança | Peter Brook

O Ponto de Mudança | Peter Brook

O Ponto de Mudança | Peter Brook"É evidente que há máscaras e máscaras. Existe algo muito nobre, muito misterioso, muito extraordinário, que é a máscara, e há também uma coisa nojenta, realmente sórdida, nauseabunda (e extremamente comum no teatro de arte ocidental) que também é chamada de máscara. São semelhantes na medida em que ambas são postas sobre o rosto, mas são tão distintas entre si quanto saúde e enfermidade. Existe um tipo de máscara que é vivificante e afeta tanta o usuário como o observador de uma maneira altamente positiva; há outra coisa também, que pode ser colocada sobre o rosto de um ser humano deformado e que o torna ainda mais disforme, e que causa, num observador deformado, a impressão de uma realidade ainda mais deforme do que ele costuma ver normalmente. Ambas compartilham o mesmo nome, "máscaras", e podem parecer muito similares ao espectador negligente. Acredito ter se tomado hoje um lugar-comum aceito quase universalmente o fato de todas n6s usarmos máscaras o tempo inteiro.

No entanto, a partir do momento em que alguém aceite esse fato como verdadeiro e se comece a interrogar a seu respeito, pode-se verificar que a expressão facial costumeira ou oculta que não está em sintonia com aquilo que realmente está acontecendo por dentro (sendo uma máscara nesse sentido), ou passa uma versão embelezada: representa o processo interno num viés mais lisonjeador ou atraente; apresenta uma impressão mentirosa. Uma pessoa fraca se faz de forte, e vice-versa. A expressão cotidiana se constitui numa máscara na medida em que não passa ou de uma ocultação, ou de uma mentira; não está em harmonia com o movimento interno. Assim, se o rosto de alguém opera tão perfeitamente enquanto máscara, qua1 é o objetivo de assumir outro rosto?"

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