Angústia | Graciliano Ramos


Angústia | Graciliano Ramos - Resumo da Obra.

Angústia | Graciliano Ramoss. f. 1. Espaço reduzido; estreiteza. 2. Carência, falta. 3. Estado de grande inquietude que parece apertar o coração. 4. Med. Estenose. 5. Aflição, sofrimento. Luis Pereira da Silva, o angustiado. Uma imensidão de pensamentos que transbordam e se transformam em um livro. Um livro de angústias como sugere o próprio título, Luis Pereira da Silva, franzino, ranzinza, o trabalhador de uma repartição pública, sem grandes expectativas, apaixonado, só, sem dinheiro. Neto de Trajano, Trajano Pereira de Aquino Cavalcante e Silva, senhor homem valente, os cangaceiros o respeitavam, só que Luis Pereira da Silva, conheceu velho Trajano ja caducando e pilequiando, sem grandes forças. 

Apenas suas histórias. Seu pai...Camilo Pereira da Silva, já não era como o avô. Ficou boa parte da vida, estirado na rede, lendo Carlos Magno e suspirando de vez em vez. Muitos pensamentos iam e vinham, misturavam-se na cabeça de Luis, muitas vezes confudiam-se passado e presente, presente e futuro. Marina, Marina Ramalho entrou na sua vida. Ela não era como as outras, costumava deixar Luis irritadiço, bem que muitas vezes só era preciso alguma lembrança ou pensamento para irritá-lo. Marina, visinha de Luis. Encontravam-se ocasionalmente no quintal, onde muitas vezes Luis ficava, estirado na rede, lendo algum romance que ele próprio achava imbecil, que não tinha outro conteúdo que não lhe interessava, livros chatos, depois apenas pretexto para encontrar-se com Marina no quintal. O Quintal, o quintal era grande e separado, apenas uma cerca frágil, de um lado vivia o seu Ramalho, paí de Marina e sua esposa D. Adélia, gorda, vagarosa. Já fora ágil e bela, deixava os homens ao seu lado sem jeito. Do outro lado do quintal D. Rosália, mulher de um caicheiro viajante e muito ativa sexualmente na presença do marido que sempre estava viajando. Vitória a “empregada” do senhor Luis Pereira da Silva, escondia seu salário também nesse quintal. Este tinha sua melhor vista para casa de Marina. Também foi nele que surgiram os primeiros amassos “vergonhosos” entre Marina e Luis. “Casaremos”; foi essa a decisão, casariam-se Luis e Marina, Marina e Luis, um casamento que julgado por Luis, devia ser assim, rápido sem luxo, tanto porque não tinha muito dinheiro para dispor, tinha sim, umas reservas poucas, que davam sem luxo, mas serviriam. Entretanto, Marina, garota jovem, com desejos, queria vida melhor, gastou o dinheiro de Luis pois havia aceitado ser sua noiva, mas arrumou cacho com Julião Tavares. Julião Tavares, que se soubesse seu fim não haveria roubado a noiva de seu Luisinho, pobre Luis, endividou-se para casar e perdeu a noiva para Julião Tavares. Julião Tavares era rico, um rato, como seus parentes do armazem de secos e molhados, Tavares & CIA. Julião tinha o que Marina queria, levou-a para o teatro, andarva de carros, tinha anéis, vestidos, tudo o que queria e precisava apenas aparecer ao lado de Julião Tavares, foram várias vezes ao cinema, ao teatro, aos cafés. Luis, os seguia, sabia de cada um dos passos do casal, tanto quando estavam juntos ou quando estavam cada qual para seu lado. Até que soube; através das paredes, que Julião Tavares, o memo Julião Tavares em polpas e suór, gordo, um rato, havia embuxado Marina, notava-se que havia parado de frequentar a casa da moça, mas Luis não sabia o motivo, pelo contrário, agora sabia. Tinha ganas de matar JuliãoTavares, seguia-o pensando, sempre confundindo pensamentos, trombrando com pessoas distraído, pensando. Luis agora descobrira a outra presa que ele o gordo e transpirante Julião Tavares, com sua cara redonda e seu corpo enorme fazia infeliz, uma outra Marina, pobre ingenua, encantada pela pompa de Julião Tavares. Não escapou, em uma noite, quando Luis observava Julião, não teve escolha, estava certo que deveria, e fez. Foi enforcar Julião, sabia como ia ser, apenas uma pequena luta, mas não escaparia, o que fazer... o que fizera.... pelo menos era isso que Luis pensava ter feito, matará Julião Tavares. O que tinha a perder? Já havia perdido Marina, Marina que tirou o filho em uma D. Albertina, um filho que não era dele, era de Julião, agora não era mais, Julião estava morto, enforcado, entretanto não tinha chances de recuperar-se, não tinha chance de reviver o passado de corrigir algum erro, o que poderia ter feito para sentir-se um pouco melhor.... fez.... não adiantou.... adoeceu, angustiado, sofrido, triste, solitário... e descançou, descançou como haviam descançado seus pais, seus avós, seus amigos e os corpos que vira por toda sua vida sofrida, descançou... e nada mais, apenas descançou.

Análise crítica da obra
A obra em sua totalidade é muito boa, com trechos engraçados e techos difíceis. Entretanto a sensação que um dos integrates desta equipe é que estava-se lendo um diário, onde eram anotados os pensamentos do autor, depois de alguns anos, um resumo desses pensamentos tornaram-se um livro de pensamentos escritos, desabafados; mas que mostram muitos pensamentos que passam por várias cabeças e nem sempre têm a importância necessária.

Outro integrante, resalta que Graciliano Ramos escreveu livros mais difícies em outro linguajar, diz que “Em comparação a outra obra que lí, um texto é bem diferente do outro, sendo que um é de certa maneira mais sério e está dá a impressão de ser mais popular” Em outra análise, esta última em equipe, pode-se confirmar que a leitura de Angústia, foi apreciada por todos os integrantes, que confirmaram que em certos trechos deram muitas gargalhadas, sendo uma obra interessantes mesmo sendo um pouco dificil, opinião de alguns, no seu início.

Modernismo. Em 1922, realizou – se em São Paulo a Semana da Arte Moderna, verdadeira revolução literária e artística que estabelecia uma liberdade absoluta na arte. As diversas correntes de vanguarda que se formaram após a Semana tornaram – se conhecidas pelo nome genérico de modernistas.

A primeira fase, que se estende de 1922 a 1930, corresponde ao período mais ruidoso e ao predomínio da criação poética (Paulicéia desvairada, de |Mário de Andrade; Pau – Brasil, de Oswald de Andrade; Martim Cererê, de Cassiano Ricardo). Dividindo – se o movimento em várias facções, cada uma delas expediu seus bombásticos manifestos, de um modo geral cada vez mais radicais que os anteriores. A Segunda fase (1930 – 1945) representa a diluição do “espírito coletivo” da fase anterior; os pressupostos modernistas passaram a ser expressos através da obra individual dos diversos escritores. Nesse período ocorreu uma revitalização da ficção: surgiu o chamado “romance do Nordeste” (José Américo de Almeida, José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos e Raquel de Queirós); o “romance psicológico” (Érico Veríssimo, José Geraldo Vieira, Otávio de Faria, Ciro dos Anjos); o “romance urbano” (Marques Rebelo). Na poesia impõem - se Jorge de Lima, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Morais e Cecília Meireles. No ensaio, Alceu Amoroso Lima, Afonso Arinos de Melo Franco e, sobretudo, Gilberto Freire (Casa-grande e senzala, 1933, um marco na interpretação da cultura brasileira). A terceira fase, denominada também neo-modernista por Alceu Amoroso Lima, estendeu-se a partir de 1945 e iniciou-se com a chamada geração de 45: João Cabral de Melo Neto, Ledo Ivo, Paulo Mendes Campos, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir Campos, Moacir Félix, entre outros. Na ficção salienta-se Guimarães Rosa, introduzindo uma linguagem pessoal, feita de novos vocábulos, expressões regionais e novas combinações sonoras. O Modernismo foi o último movimento definido na literatura brasileira. A partir de 1950 observaram-se tendências extremamente diversificadas, difíceis de serem agrupadas sob rótulos genéricos.

Graciliano Ramos
Graciliano Ramos é considerado um dos mais importantes escritores do moderno romance brasileiro. Nasceu em Quebrângulo, Alagoas, em 1892. Viveu no interior do seu estado natal até 1914, quando se mudou para o Rio de Janeiro. No ano seguinte, entretanto, retornou a Alagoas, indo instalar-se em Palmeira dos Índios. Aí, além de comerciante, colaborou no semanário O Índio. Foi também presidente da junta escolar e, mais tarde, prefeito municipal. Nesse período concluiu o seu primeiro romance, Caetés (1933). Após renunciar à Prefeitura mudou-se para Maceió , onde permaneceu até o ano seguinte. Retornando à Palmeira do Índios, fundou uma escola e concluiu outro romance, São Bernardo (1934). Em 1936, devido à suas posições políticas contrárias à ditadura vigente, Graciliano foi preso e deportado para o Rio de Janeiro. Aí passou um ano encarcerado. Solto, permaneceu um ano no Rio, onde fixou definitivamente residência. Após a queda da ditadura Vargas, em 1945, Graciliano ingressou no Partido Comunista. A preocupação com os problemas sociais do povo brasileiro, especialmente do nordestino, foi sempre traço marcante da sua obra. Nela se encontra magnífico retrato do sofrimento e da situação do povo pobre do Nordeste. Seus romances mais importantes, além dos já citados são Angústia (1936) e Vidas Secas (1938). Graciliano escreveu também memórias – Infância (1945) Memórias do Cárcere (1955) – e livros infantis – A Terra dos Meninos Pelados (1941) e Histórias de Alexandre (1944). Publicou ainda contos e crônicas. Foi eleito Presidente da Associação Brasileira de Escritores em 1952. Faleceu no Rio de Janeiro em 1953. Suas obras têm sido largamente difundidas no exterior e traduzidas para diversas línguas.

Postagem Anterior Próxima Postagem