A Crueldade Fraternal | Marquês de Sade

A Crueldade Fraternal | Marquês de Sade

A Crueldade Fraternal | Marquês de SadeTítulo: A Crueldade Fraternal
Autor: Marquês de Sade
Gênero: Romance
Categoria: Literatura Francesa
Arquivo: PDF
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Nada é mais sagrado numa família do que a honra dos seus membros, mas este tesouro chega a desbotar-se, por precioso que possa ser, e os que estão interessados em preservá-lo deverão fazê-lo encarregando-se eles próprios do papel humilhante de perseguidores das infelizes criaturas que os ofendem? Não seria razoável pôr em equação os horrores com que atormentam a sua vítima e esta lesão tantas vezes quimérica que se queixam de ter recebido? Qual, enfim, é mais culpado aos olhos da razão, uma moça fraca e enganada ou um parente qualquer que, para se erigir em vingador duma família, se torna o carrasco desta infortunada? O acontecimento que vamos pôr sob os olhos dos nossos leitores fará, talvez, decidir a questão. O conde de Luxeuil, tenente-general, homem de cerca de cinquenta e seis a cinquenta e sete anos, regressava dum posto situado numa das suas terras da Picardia quando, ao passar pela floresta de Compiégne, por volta das seis duma tarde do fim de Novembro, ouviu gritos de mulher que lhe pareceram provir dos lados duma das estradas vizinhas da principal que atravessava; detém-se e ordena ao criado de quarto que corria ao lado da cadeirinha que fosse ver o que se passava. Informam-no de que se trata duma moça de dezasseis a dezassete anos, afogada em sangue, sem que fosse, todavia, possível distinguir onde se encontravam os ferimentos e que implorava socorro; o próprio conde logo se apeia, voa para junto da desafortunada, sente igualmente dificuldade, por causa da falta de luz, em distinguir donde pode vir o sangue que perde mas, das respostas que recebe, vê por fim que é da veia dos braços onde se costuma fazer a sangria.

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