Basílica, História das Basílicas no Mundo

Basílica, História das Basílicas no Mundo

Basílica, História das Basílicas no Mundo
Basílica de Nossa Senhora Aparecida
Basílica, para a Igreja Católica e para os ortodoxos, é um título honorífico outorgado aos templos que se destacam pela antiguidade ou têm papel principal como centros de culto, por estarem associados a um santo, a um fato histórico ou a um patriarca. A igreja se reserva sobre elas certas prerrogativas, como destinar o altar maior ao papa, a um cardeal ou patriarca.

O surgimento e a propagação do cristianismo no tempo do Império Romano não só mudaram o rumo da história, mas também deram origem a uma nova estética. A partir do século IV, com o fim da perseguição aos cristãos, sua arte saiu da clandestinidade e foi aplicada à construção de prédios destinados ao culto religioso, entre eles as basílicas.

Na antiga Roma, denominavam-se basílicas prédios que serviam como tribunais ou a atividades mercantis. Sua planta retangular, geralmente com três naves separadas por colunas, terminava num recinto semicircular abobadado, a abside. A cobertura era plana e construída em madeira -- como a basílica Júlia, em Roma -- ou abobadada, como a que mandou construir o imperador Constantino no século IV.

Primeiras basílicas cristãs Os primeiros templos cristãos, que começaram a ser construídos logo que o edito de Milão, do ano 313, acabou com a perseguição religiosa, adotaram a forma da basílica romana. Na parte intermediária da nave central foi introduzido o coro, delimitado por um muro. Uma nave transversal dava acesso ao templo e um átrio precedia o conjunto.

Entre as primeiras basílicas erguidas em Roma, no século IV, destacam-se as de Santa Maria Maior, a de São João de Latrão e a de São Pedro e São Paulo Extramuros, denominadas diaconais porque se destinavam à liturgia, e as de São Sebastião e Santa Inês, construídas sobre relíquias, por isso  denominadas funerárias.

Fora de Roma, foram construídas a basílica grega de São Demétrio de Salonica, no século V, e na cidade italiana de Ravenna, pertencente ao império bizantino, as basílicas de Santo Apolinário Novo e Santo Apolinário in Classe, no século VI, ambas com profusão de mosaicos.

Basílicas orientaisEnquanto a planta basilical em forma de cruz latina servia de base para a construção das igrejas ocidentais, no Oriente a cruz grega -- de quatro braços iguais -- foi tomada como modelo. A originalidade em relação a Roma foi o emprego da cúpula, além da abóbada, como sistema de cobertura. Também são evidentes as influências helenística e persa.

Na Palestina, principal centro de peregrinação, foram construídos, no século IV, templos basilicares como o do Santo Sepulcro, em Jerusalém, e o da Natividade de Cristo, em Belém. Na Síria, construiu-se um grupo particular de basílicas nessa mesma época. No norte do país, elas se caracterizam pela abside que não se destaca da planta, com a cabeceira terminada num muro reto, acompanhada de dependências laterais usadas para funções litúrgicas. Essa cabeceira tríplice difundiu-se por toda a Palestina, África e mesmo Roma. Característico do norte da Síria também o emprego da pedra de cantaria. No sul do país, encontra-se a cabeceira tríplice em templos de uma ou três naves, construídos de basalto.

Norte da África e Espanha A basílica do norte da África caracteriza-se pelo emprego de duas absides contrapostas, uma em cada extremo do templo. Da mesma forma que no Oriente, as absides não se destacam da planta e têm dependências a cada lado, como na arquitetura síria. O modelo de dupla abside teve grande divulgação na península ibérica durante o século VI, como mostram os exemplos de Vega del Mar e Casa Herrera. Da mesma época é o conjunto basilical construído nas ilhas Baleares, no qual se destaca Son Bou, com três naves e cabeceira tripartida, cuja abside central é semicircular no interior e reta no exterior.

Planta basilical bizantinaA arquitetura bizantina, num primeiro momento, manteve a tradição da igreja de planta basilical, que com o tempo foi substituída pela planta centralizada. Os edifícios apresentam três naves, com abside semicircular por dentro e poligonal no exterior, e sóo cobertos por abóbadas. Entre os mais importantes contam-se a basílica de São João o Teólogo, em Constantinopla, e as igrejas basilicais de Ravena, na Itália.

A famosa igreja de Santa Sofia, construída em 537 por Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto, combina a planta basilical longitudinal com a centralizada e atribui papel de destaque à enorme cúpula central. A partir do século X, a planta retangular deu lugar aos edifícios centralizados inscritos num quadrado e cobertos por diversas cúpulas.

Basílicas do RenascimentoAlém dos elementos greco-romanos, a arquitetura renascentista resgatou modelos do passado europeu, entre os quais a basílica. O principal artífice da recuperação da basílica foi Brunelleschi, que construiu em Florença as igrejas basilicais de Santo Espírito e São Lourenço, ambas de planta longitudinal, com três naves separadas por colunas, capelas laterais e cobertura plana.

Também renascentista é a grandiosa basílica de São Pedro, no Vaticano, construída sobre a antiga basílica dos primórdios da arquitetura cristó. No projeto original, de Donato Bramante, a planta em cruz grega era inscrita num quadrado e tinha várias torres e uma cúpula central. Depois da morte de Bramante, as obras prosseguiram com Rafael, Sangallo o Jovem e Michelangelo. No período barroco, Carlo Maderno construiu a fachada monumental e Bernini urbanizou a praça que precede o templo e realizou a colunata guarnecida de grandes esculturas.

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