Xintoísmo no Japão

Xintoísmo no Japão

Torii no santuário de Itsukushima - Japão

Originalmente, o xintoísmo constituía-se de um conjunto de ritos e mitos que explicavam a origem do mundo, do Japão e da família imperial japonesa. Os protagonistas desses mitos eram os Kamis, deuses ou energias divinas que habitam todas as coisas e se sucedem por gerações, desde a criação do mundo. O xintoísmo permanece como a religião oficial do Japão de 1868 a 1946. Após a derrota japonesa na II Guerra Mundial, o imperador Hiroíto renuncia ao caráter divino atribuído à realeza, e a nova Constituição do país passa a defender a liberdade religiosa.

O xintoísmo não é uma religião confessional: sendo assim, toda teologia e liturgia é quase que inteiramente voltada não para códigos de ética e moral na sociedade em si (como ocorre com as religiões abraâmicas, por exemplo), mas sim para práticas voltadas para o relacionamento familiar, como o culto aos ancestrais e o respeito aos mais velhos. Por não ser uma religião voltada diretamente para o estabelecimento de valores sociais per se, o xintoísmo - apesar de por muito tempo ter sido religião oficial do Estado no Japão - não é uma religião altamente burocratizada que se relaciona com diversas estruturas da sociedade e com estas se mistura (como ocorreu com o catolicismo, por exemplo, que como religião confessional e voltada para o ordenamento da sociedade, se insere rapidamente nas mais variadas esferas sociais como a política e o direito).

As origens mais antigas do xintoísmo são desconhecidas, mas acredita-se que o que hoje é conhecido como xintoísmo começou a se formar provavelmente no período Jomon. Acredita-se que após as primeiras migrações do que viria a ser o povo japonês (também existem muitas dúvidas quanto a origem do povo japonês), as pessoas se estabeleceram em pequenas tribos, isoladas umas das outras, e cada qual possuía suas próprias divindades e ritos. Com a ascendência dos ancestrais do que viria a ser a família imperial japonesa (tradicionalmente considera-se que no Japão, de forma peculiar, houve uma única dinastia imperial até os dias atuais), as divindades cultuadas por este grupo, assim como seus ritos, passaram a ter certo destaque sobre os outros, apesar de muito das características regionalistas do xintoísmo ainda existirem - o que reforça esta idéia de uma religião primordialmente de caráter local.


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