Pará | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Estado do Pará

Pará | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Estado do Pará

PARÁ, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DO ESTADO DO PARÁ
Geografia – Área: 1.247.689,5 km². Relevo: planície amazônica a norte, depressões e pequenos planaltos. Ponto mais elevado: serra do Acari (906 m). Rios principais: Amazonas, Jari, Pará, Tapajós, Tocantins, Trombetas, Xingu. Vegetação: mangues no litoral, campos na ilha de Marajó, cerrado ao sul e Floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Belém (1.560.400), Ananindeua (502.460), Santarém (301.230), Marabá (209.500), Castanhal (163.660), Abaetetuba (141.300), Cametá (113.210), Bragança (111.900), Itaituba (104.010), Marituba (99.700) (2016). Hora local: a mesma. Habitante: paraense.

População – 7.800.100.

Capital – Belém. Habitante: belenense. População: 1.650.400.

Estado do Pará

Segundo maior estado do país, depois do Amazonas, o Pará (PA) concentra áreas indígenas e de comunidades negras remanescentes de antigos quilombos. A culinária é diversificada, aromática e de gostos fortes. Destacam-se os peixes, os molhos apimentados, a maniçoba (espécie de cozido preparado com carne de porco e o sumo das folhas tenras da mandioca) e o pato no tucupi, no qual a ave é servida com molho de mandioca e ervas.

Meio ambiente – A pecuária e a exploração de madeira, principalmente ao leste do estado, fazem do Pará o estado mais devastado da Região Norte . Mesmo com a proibição da extração e do comércio do mogno, decretada em 2001, as madeireiras continuam agindo de forma ilegal. Oficialmente, o Pará extraiu 10,6 milhões de metros cúbicos de madeira em 2001, cerca de metade do total do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se, porém, que a quantidade de madeira ilegal seja muito maior. Pressões urbanas vindas da capital, Belém, também estimulam a devastação da mata a oeste.

Economia – A economia paraense tem no alumínio e no minério de ferro os principais produtos de exportação. O extrativismo vegetal se mantém importante, nem sempre de forma sustentável. O Pará é o terceiro produtor de castanha-do-Brasil do país, atrás do Acre e do Amazonas. O setor de serviços se destaca nas maiores cidades. Em junho de 2004, a cidade de Monte Alegre registra o primeiro caso de febre aftosa no Brasil em três anos. O Pará, por não ser exportador de carne, não é prejudicado. Entretanto, a Federação Russa veta a importação da carne de Mato Grosso, estado vizinho. Três meses depois, a descoberta de novo foco da doença no Amazonas leva o governo russo a vetar a importação de carne de todo o Brasil.

O garimpo manual de Serra Pelada, que na década de 1980 atraiu 100 mil garimpeiros, esgotou-se. Hoje, integra o projeto Ouro Serra Leste, da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que retira o minério de jazidas profundas.

Bandeira do Estado do Pará

Lentamente, o turismo vem crescendo. A capital, Belém, oferece pratos típicos, muita agitação e relíquias históricas. Em Marajó encontram-se campos alagados, praias e fazendas de búfalos. Em Santarém, encontram-se praias fluviais, como Alter do Chão, no rio Tapajós. No noroeste existem montanhas e inscrições pré-históricas. No sul, pratica-se a pesca esportiva e, no leste, há praias marítimas, como Salinas, ou a selvagem Tracuateua.

Índices sociais – O Pará é dominado pelo latifúndio: 1% das propriedades ocupa mais da metade de sua área. Por essa razão, o estado enfrenta graves problemas de disputa pela terra. O mais grave incidente ocorre em 17 de abril de 1996 e fica conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás. Nesse episódio, 19 trabalhadores sem terra são mortos em conflito com a Polícia Militar. Em 2002, os comandantes da operação são condenados.O Pará tem também registros de trabalho escravo. Na área de saúde, a malária ainda preocupa por sua alta incidência.

Capital – Belém é uma metrópole de 1,56 milhão de habitantes. No segundo domingo de outubro, a cidade recebe devotos de todo o Brasil na procissão do Círio de Nazaré, em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. Cerca de 2 milhões de pessoas participam de uma das maiores festas católicas do país. Com problemas de desemprego e baixo crescimento econômico, a região metropolitana de Belém registra nos últimos anos queda na qualidade de vida da população.


Brasão do Pará

História do Pará

O Pará começa a ser efetivamente colonizado pelos portugueses em 1616, com a fundação do Forte do Presépio, na baía de Guajará. Do forte nasce a cidade de Belém, sede da capitania do Grão-Pará e Maranhão, criada em 1751. A capitania abrange por muito tempo toda a Amazônia e, por ser mais próxima de Lisboa que o Rio de Janeiro, mantém relação direta com a metrópole. São extraídos, com a utilização do trabalho indígena, produtos como madeira, resinas, ervas, condimentos e frutos. Logo após o Tratado de Madri, de 1750, que dá a Portugal direito de posse sobre vasta área até então pertencente à América hispânica, começam a ser construídas fortalezas em pontos da fronteira. Com o objetivo de dinamizar a economia regional e estimular outras atividades agrícolas, além do extrativismo, funda-se a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, em 1755. Com base no capital privado, o que lhe permitia escapar ao controle governamental, a empresa fornece crédito, escravos e ferramentas aos lavradores desde que cultivassem algodão e cacau, produtos que são intensamente explorados a partir de 1760.

Belém, Capital do Estado do Pará

Cabanagem – Nas lutas pela independência do Brasil, o Pará tem papel destacado na derrota das forças portuguesas. Após a separação, porém, a região é esquecida pelo Império, o que leva a uma das mais violentas revoltas do país, a Cabanagem, ocorrida entre 1835 e 1840. O movimento reúne os habitantes pobres das cidades e dos vilarejos ribeirinhos, índios, negros e caboclos, denominados cabanos. Os chefes cabanos declaram a autonomia da província do Pará e formam um governo revolucionário, mas são duramente reprimidos.


A região só volta a receber a atenção do governo central na segunda metade do século XIX, com a intensificação da extração da borracha. Pará e Amazonas conseguem investimentos e atraem comerciantes estrangeiros e trabalhadores nordestinos. Belém e Manaus modernizam-se e estabelecem relações comerciais com a Europa e os Estados Unidos. No entanto, com o declínio do extrativismo na década de 1910 e na 1920, o Pará e toda a Amazônia empobrecem. No fim dos anos 1950, a abertura da rodovia Belém-Brasília inaugura a política de interiorização do desenvolvimento do governo federal. Na década de 1960 e na 1970, a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) leva à Amazônia Legal incentivos para que grandes empresas invistam em agropecuária, extração de minerais e madeira. O governo aplica recursos em estradas, comunicações e usinas hidrelétricas. Nos anos 1980, o garimpo de serra Pelada reúne milhares de pessoas em busca do ouro, mas as reservas se esgotam em pouco tempo, por causa da exploração descontrolada. Mesmo contando com melhor estrutura de produção, o Pará continua a enfrentar graves problemas sociais, sobretudo com a disputa pela terra e questões ambientais provocadas pela devastação florestal.

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