Conjunção | Língua Portuguesa
As conjunções que relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical têm o nome de COORDENATIVAS.Denominam-se SUBORDINATIVAS as que ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra.Percebe-se facilmente a diferença entre as conjunções coordenativas e as subordinativas quando comparamos construções de orações a construções de nomes.Assim, nestes enunciados:Ler e escrever. A leitura e a escrita.Ler ou escrever. A leitura ou a escrita. Vemos que a conjunção coordenativa não se altera com a mudança de construção, pois liga elementos independentes, estabelecendo entre eles relações de adição, no primeiro caso, e de igualdade ou de alternância, no segundo.Já nos enunciados seguintes:Quando tiver lido o livro, escreva a carta.Após a leitura, a escrita.Observamos a dependência do primeiro termo ao segundo.No último exemplo, em lugar da conjunção subordinativa (quando), temos uma preposição (após), que está indicando a dependência de um elemento a outro.Conjunções coordenativas Classificação Classificam-se as conjunções coordenativas em ADITIVAS, ADVERSATIVAS, ALTERNATIVAS, CONCLUSIVAS e EXPLICATIVAS.a) ADITIVAS, que servem para ligar simplesmente dois termos ou duas orações de idêntica função: e, nem [= e não]Tinha saúde e robustez. Pulei do banco e gritei de alegria. Não é gulodice nem interesse mesquinho.b) ADVERSATIVAS, que ligam dois termos ou duas orações de igual função, acrescentando-lhes, porém, uma idéia de contraste:mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.Seu quarto é pobre, mas nada lhe falta. Cada uma delas doía-me intensamente; contudo não me indignavam. c) ALTERNATIVAS, que ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, nem...nem, já...já, etc.Para arremedar gente ou bicho, era um gênio. Ou eu me retiro ou tu te afastas. d) CONCLUSIVAS, que servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão, conseqüência: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, então.Não pacteia com a ordem; é, pois, um rebelde. Ouço música, logo ainda não me enterraram. e) EXPLICATIVAS, que ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida na primeira: que, porque, pois, porquanto.Dorme, que eu penso. Posição das conjunções coordenativas Nem todas as CONJUNÇÕES COORDENATIVAS encabeçam a oração que delas recebe o nome. Assim:Das CONJUNÇÕES COORDENATIVAS apenas mas aparece obrigatoriamente no começo da oração; contudo, entretanto, no entanto, porém e todavia podem vir no início da oração, ou após um de seus termos. Sirvam de exemplo estes períodos:Tentou subir, mas não conseguiu.Tentou subir, porém não conseguiu.Tentou subir; não conseguiu, porém.Pois, quando CONJUNÇÕES CONCLUSIVA, vem sempre posposta a um termo da oração a que pertence:Era, pois, um homem de grande caráter e foi, pois, também um grande estilista. (J. RIBEIRO)As conclusivas logo, portanto e por conseguinte podem variar de posição, conforme o ritmo, a entoação, a harmonia da frase.
Conjunções subordinativas - Classificação As conjunções subordinativas classificam-se em CAUSAIS, CONCESSIVAS, CONDICIONAIS, CONFORMATIVAS, COMPARATIVAS, CONSECUTIVAS, FINAIS, PROPORCIONAIS, TEMPORAIS, e INTEGRANTES.As causais, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais, temporais, comparativas e consecutivas iniciam ORAÇÕES ADVERBIAIS. As integrantes introduzem ORAÇÕES SUBSTANTIVAS.Exemplifiquemos:a) CAUSAIS (iniciam uma oração subordinada denotadora de causa). porque, pois, porquanto, como [= porque], pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, etc.Dona Luísa fora para lá porque estava só. Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público. b) COMPARATIVAS (iniciam uma oração que encerra o segundo membro de uma comparação, de um confronto): que, do que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor, pior) qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como, como se, que nem. Era mais alta que baixa. Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada. c) CONCESSIVAS (iniciam uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la). embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que, etc.Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados. É todo graça, embora as pernas não ajudem... d) CONDICIONAIS (iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal): se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.Seria mais poeta, se fosse menos político. Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse. e) CONFORMATIVAS (iniciam uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal):conforme, como [= conforme], segundo, consoante, etc.:Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece... Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. f) CONSECUTIVAS (iniciam uma oração na qual se indica a conseqüência do que foi declarado na anterior): que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.g) FINAIS (iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal): para que, a fim de que, porque [= para que], que Aqui vai o livro para que o leias. Fiz-lhe sinal que se calasse... h) PROPORCIONAIS (iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal): à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (mais), quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (menos), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (menos), quanto menos... (tanto menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (tanto mais)Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares. Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo. i) TEMPORAIS (iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo): quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.:Custas a vir e, quando vens, não te demoras. Implicou comigo assim que me viu. j) INTEGRANTES (servem para introduzir uma oração que funciona como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração): que e se Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando incerteza, se:Afirmo que sou estudante. Não sei se existe ou se dói.
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