Sonetos | Basílio da Gama

Sonetos | Basílio da Gama

Sonetos | Basílio da GamaSONETO A UMA SENHORA NATURAL DO RIO DE JANEIRO,\ONDE SE ACHAVA ENTÃO O AUTOR.

Já, Marília cruel, me não maltrata Saber que usas comigo de cautelas, Que inda te espero ver, por causa delas, Arrependida de ter sido ingrata: Com o tempo, que tudo desbarata, Teus olhos deixarão de ser estrelas; Verás murchar no rosto as faces belas, E as tranças d’ouro converter-se em prata Pois se sabes que a tua formosura Por força há de sofrer da idade os danos, Por que me negas hoje esta ventura? Guarda para seu tempo os desenganos, Gozemo-nos agora, enquanto dura, Já que dura tão pouco a flor dos anos. VIII SONETO EM RESPOSTA PELOS MESMOS CONSOANTES, POR UMA SENHORA NATURAL DO RIO DE JANEIRO Termindo, se Marfisa vos maltrata, É porque conheceu vossas cautelas; Porém ficai bem certo que por elas Nunca lhe pesará de ser ingrata. Posto que o tempo tudo desbarata, Em Marfisa são fixas as Estrelas, Que as deidades não deixam de ser belas, Inda que o oiro se converta em prata. Se tivésseis poder na formosura, Eu receara então maiores danos, E desgraça seria o que é ventura. A tempo vos envio os desenganos, Que fora para mim pena mui dura Ver tão mal empregada a flor dos anos."

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