O Pão e o Vinho - Hölderlin


"Em roda repousa a cidade; acalma-se a rua com luzes,
E, ornados de archotes, passam ruidosos os carros.
Fartos regressam ao lar dos prazeres do dia a repousar os homens,

E pensativa cabeça dá balanço a lucos e perdas
Contente em casa; vazia está de uvas e flores,
E de obras das mãos repousa a praça afanosa.
Mas soa uma lira de jardins ao longe; talvez
Melodia de amor ou que algum solitário
Pense em amigos longínquos ou na mocidade; e as fontes,
Que correm constantes e frescas, passam por canteiros cheirosos.

Calmos no ar que escurece soam claros os sinos,
E, pensando nas horas, o guarda proclama o seu número.
Ergue-se agora uma brisa e move as copas do bosque,
Olha! E a imagem de sombra da nossa terra, a lua,
Vem também misteriosa; a noite, a sonhadora, vem,
Cheia de estrelas e certo bem pouco cuidando em nós,
Lá vem a admirável, a estrangeira entre os homens,
Com seu brilho, triste e faustosa, por sobre os cumes dos montes."

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