O Segredo de Augusta | Machado de Assis

O Segredo de Augusta | Machado de Assis 

O Segredo de Augusta | Machado de Assis  Título: O Segredo de Augusta
Autor: Machado de Assis
Gênero: Contos
Categoria: Literatura Brasileira
Arquivo: PDF
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Machado de Assis, considerado um dos expoentes do realismo brasileiro no século XIX, também produziu obras que tinham fortes traços do Romantismo. Contos fluminenses, lançado em 1869 trouxe à tona sete contos do escritor. A obra é na verdade uma compilação desses escritos do autor carioca, que foram publicados em forma de folhetim nos jornais oitocentistas. Maria Marta de Senna (2006) aponta que o livro não era de um novato no mundo das letras, entretanto, foi a partir desse que Machado aventurou-se pela primeira vez na prosa de ficção. Por ser uma obra de estréia, o leitor não encontrará em Contos Fluminenses a força e a complexidade psicológica das personagens e narradores dos contos reunidos na obra Histórias sem data, publicada quinze anos depois. Todavia, nesse seu primeiro trabalho em prosa Machado já começava a delinear seu estilo. Sendo assim, no conto O segredo de Augusta, notamos algumas passagens recheadas de ironias e críticas à sociedade fluminense, que são desferidas tanto pelo narrador como pelas personagens.

A narrativa analisada neste trabalho inicia-se com o narrador conduzindo o leitor até a casa de Augusta, uma linda mulher de trinta anos, que é casada com Vasconcelos. O casal possui uma filha de quinze anos, Adelaide. A esposa, uma mulher dotada de extrema vaidade, possui um enorme medo de ver a filha casada. O marido, por sua vez, não se preocupa, no começo da narrativa, com o casamento da filha. Deste modo, não dá tanta importância ao pedido de Gomes — companheiro da sociedade equivocada — que pede a mão de Adelaide em casamento. Entretanto, isso muda quando Vasconcelos — homem boêmio e libertino — recebe a visita de José Brito, um credor, que lhe além de cobrar uma dívida, avisa ao devasso esposo que a sua fortuna está arruinada. Desesperado, Vasconcelos, após perambular pelas ruas do Rio de Janeiro, tem a ideia de casar a filha com Gomes, uma vez que ele imaginava que o amigo rico poderia ser a sua tábua de salvação. No entanto, Adelaide rejeita a ideia de contrair as núpcias, da mesma maneira que a mãe também não aprova o plano do marido, nem mesmo quando ele revela que a família está falida. Lourenço, cunhado de Augusta, a pedido da sobrinha tenta convencer o irmão que Adelaide não deve se casar com um homem dissoluto como Gomes. Destarte, empreende esforços para que o matrimônio não se realize, e é desse modo, que consegue descobrir que o futuro esposo da jovem, devido aos gastos excessivos, outrossim não possuí recursos financeiros. A partir disso, Lourenço avisa que, da mesma forma que Vasconcelos, Gomes almeja o casamento para tentar restituir a fortuna. O dedicado tio da moça também aconselha ao irmão revelar para o pretendente à mão da jovem, que ele não tem dinheiro. O libertino marido segue os conselhos do irmão. Assim sendo, chama o futuro esposo da filha para conversar. As descobertas do irmão se confirmam, quando Gomes, tal como Vasconcelos, diz que realmente não possui uma fortuna. O amigo de libertinagem ainda tenta manter a proposta do casamento, contudo decide protelar o mesmo até se restabelecer financeiramente. Após esse fato, Vasconcelos decide contar tudo a esposa. Porém, é surpreendido com a conversa dela com uma amiga, Carlota. Augusta confidencia a companheira seu segredo, que consiste no seu medo de ser avó. Fato esse que faz o libertino esposo dar uma reprimenda na esposa, chamando-a de egoísta. No dia seguinte, Vasconcelos manda uma carta a Gomes dizendo que não haveria casamento, dado que ele não conseguira convencer a filha a aceitar o matrimônio. A narrativa encerra-se com narrador nos dizendo que Gomes e Vasconcelos e conversam como “dois amigos que nunca foram, ou como dous velhacos que são”.

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