África do Sul | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da África do Sul

África do Sul | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da África do Sul

África do Sul | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da África do Sul
Geografia: Área: 1.223.201 km². Hora local: +5h. Clima: tropical (maior parte), mediterrâneo (extremo sul), árido tropical (NO), de montanha (O). Capitais:Cidade do Cabo (legislativa), Pretória (administrativa), Bloemfontein (judiciária). Cidades: Johanesburgo (3.225.812), Durban (3.090.122), Cidade do Cabo (2.893.247), Port Elizabeth (1.005.779), Pretória (1.985.983), Soweto (858.649), Bloemfontein (111.698) (aglomerações urbanas) (2011). 

População: 50 milhões (2016); nacionalidade: sul-africana; composição: grupos étnicos autóctones 70% (zulus 20,5%, chosas 18%, pedis 9%, sotos 7%, tsuanas 6%, tsongas 3,5%, suazis 2%, nedebeles 2%, vendas 2%), europeus 12% (holandeses, alemães, franceses, ingleses), eurafricanos 13%, indianos 3%, outros 2% (1996). Idiomas: africâner, inglês, sepédi, sessoto, setsuana (oficiais, entre outros). Religião: cristianismo 83,1% (independentes 45,8%, protestantes 30,7%, outros 20,2% - dupla filiação 13,6%), crenças tradicionais 8,4%, outras 6%, sem religião e ateísmo 2,6% (2015).

Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU, SADC, UA. Embaixada: Tel. (61) 312-9500, fax (61) 322-8491 – Brasília (DF); e-mail: saemb@solar.com.br, site na internet: www.africadosulemb.org.br.

Bandeira da África do Sul  Governo: República presidencialista. Div. administrativa: 9 províncias. Presidente: Thabo Mbeki (CNA) (desde 1999, reeleito em 2004). Partidos: Congresso Nacional Africano (CNA), Aliança Democrática (DA), da Liberdade Inkatha (IFP), Novo Partido Nacional (NNP). Legislativo: bicameral – Assembleia Nacional, com 350 a 400 membros; Conselho Nacional das Províncias, com 90 membros. Constituição: 1997.

Cortada pelo trópico de Capricórnio e banhada pelos oceanos Atlântico e Índico, a África do Sul se localiza no extremo sul do continente africano. No encontro dos oceanos está o cabo da Boa Esperança, ponto estratégico das rotas comerciais europeias para o Oriente desde o século XV.O regime de segregação racial (apartheid) termina com a primeira eleição multirracial, em 1994, mas deixa a herança das desigualdades sociais. Após uma década de experiência democrática, persistem altos índices de pobreza e criminalidade entre a população negra – principal vítima da epidemia de Aids que assola o país.Na economia, a agricultura de subsistência convive com uma moderna atividade industrial e mineral, que dá ao país o maior Produto Interno Bruto (PIB) do continente. A África do Sul é o principal produtor mundial de ouro e um dos líderes na extração de diamante. O turismo é importante, com o atrativo das reservas de animais selvagens, como o Parque Nacional Kruger, onde podem ser vistos os chamados "cinco grandes": elefante, leão, leopardo, búfalo e rinoceronte.

Pretória

História da África do Sul

Entre os primeiros habitantes da região mais meridional da África, encontram-se as populações do grupo étnico khoisan. Os europeus, interessados no estabelecimento de rotas comerciais com o Oriente, atingem pela primeira vez o extremo sul da costa africana em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias contorna o Cabo das Tormentas, que passa em seguida a ser conhecido como Cabo da Boa Esperança. Os portugueses não estabelecem postos de colonização, e, em 1652, a holandesa Companhia das Índias Orientais implanta uma feitoria permanente. Os colonos, também chamados bôeres, são majoritariamente de origem holandesa e alemã, até que em 1806 os britânicos anexam a Cidade do Cabo. Em 1814, a região passa formalmente para as mãos da Coroa Britânica, que entra em conflito com negros e bôeres. Com os choques, os bôeres emigram a partir de 1834 para o nordeste (a Grande Jornada), onde fundam Transvaal e o Estado Livre de Orange, reconhecidos como regiões independentes na década de 1850. Divergências entre os britânicos e os bôeres do Transvaal, acirradas pelo contexto da corrida do ouro, resultam na Guerra dos Bôeres (1899-1902), que termina com a vitória britânica.

Apartheid - Em 1910 forma-se a União da África do Sul, estado fiel à Coroa Britânica. A minoria branca, composta de africânderes (outra designação para os bôeres) e descendentes de britânicos, promulga uma série de leis que consolidam seu poder sobre a população negra. A política de segregação racial do apartheid (que significa separação, em africâner, língua criada pelos holandeses) é oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Novo Partido Nacional (NNP). O apartheid impede o acesso dos negros à propriedade da terra e à participação política e os obriga a viver em zonas residenciais segregadas. Casamento e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes tornam-se ilegais. A oposição ao apartheid toma forma na década de 1950, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lança uma campanha de desobediência civil. Em 1960, a polícia mata 67 negros que participam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como fica conhecido, provoca protestos no país e no exterior. Como consequência, o CNA é declarado ilegal. Seu líder, Nelson Mandela, é preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. No governo dos primeiros-ministros Henrik Verwoerd (1958-1966) e B.J. Vorster (1966-1978), a política do apartheid agrava-se. Uma série de leis classifica e separa os negros em grupos étnicos, na tentativa de confiná-los em territórios tribais denominados bantustões. Com o fim do império colonial português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entra em crise. Em 1984, uma revolta popular contra o apartheid leva o governo a decretar lei marcial. A Organização das Nações Unidas (ONU) impõe sanções à África do Sul. Acuado, o presidente Pieter Botha promove reformas, mas mantém os aspectos essenciais do regime racista. Cresce no mundo o movimento pela libertação de Mandela.

Fim do apartheid – Com a posse de Frederik de Klerk na Presidência, em 1989, ocorrem várias mudanças. Em 1990, Mandela é libertado, e o CNA recupera a legalidade. De Klerk revoga leis raciais e inicia o diálogo com o CNA. Sua política é legitimada por um plebiscito só para brancos, em 1992, em que 69% dos votantes se pronunciam pelo fim do apartheid. Entre os negros, o Partido da Liberdade Inkatha (IFP), organização zulu, disputa a representação política com o CNA.De Klerk e Mandela ganham o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril de 1994, Nelson Mandela é eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais. O CNA conquista 252 das 400 cadeiras da Assembleia Nacional. A aliança com o NNP, de De Klerk, viabiliza o primeiro governo multirracial do país. Em seguida, o Parlamento aprova a Lei de Direitos sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que destinara 87% do território sul-africano à minoria branca.

Novo presidente – As eleições parlamentares de 1999 são vencidas pelo CNA, que forma coalizão com o partido Frente Minoritária, assegurando dois terços da Assembleia Nacional. Thabo Mbeki, vice-presidente e sucessor de Mandela na liderança do CNA, assume a Presidência. O CNA obtém cerca de 60% dos votos nas eleições municipais de 2000, vencendo em cinco das seis áreas metropolitanas do país. A oposição ganha na Cidade do Cabo.

Dez anos após o fim do regime de segregação, o país continua sendo abalado por antigos problemas. Em 2002, Wouter Basson – chamado de Doutor Morte – é inocentado de 46 acusações. Chefe do programa nacional de armas químicas e biológicas sob o apartheid, era acusado de assassinatos, tráfico de drogas e fraude. O CNA condena a decisão. No mesmo ano, Mbeki dá o perdão a 13 homens condenados por assassinatos durante o velho regime, o que gera fortes críticas.

Vitória eleitoral – Em abril de 2004, o governista CNA obtém uma vitória esmagadora nas eleições. Recebe 69,7% dos votos para a Assembleia Nacional (passa de 266 para 279 cadeiras em 400) e ganha os nove governos de província, fazendo as maiores bancadas nas nove assembleias provinciais. É a maior histórica votação do CNA, que havia recebido 64% dos votos em 1994 (ao final do apartheid) e 66% em 1999. Em seguida, ficam a Aliança Democrática (direita liberal, com forte eleitorado branco), com 12,4%, e o Liberdade Inkhata (baseado na minoria zulu), com 7%. Uma semana depois, a Assembleia Nacional reelege Mbeki para um segundo mandato presidencial, sem oponentes.Em maio, a África do Sul é escolhida como a sede da Copa do Mundo de futebol de 2010. O anúncio provoca grande festa no país e abre a possibilidade de importantes negócios.

Filho de Mandela morre de Aids

Em janeiro de 2005, morre Makgatho, filho do ex-presidente Nelson Mandela. Ele torna público que a morte do filho foi causada pela Aids. Em meio à dor, Mandela busca chamar a atenção da população para que se redobrem os cuidados contra a disseminação da doença.Com 5,3 milhões de infectados no fim de 2003, a África do Sul é o país com o maior número de portadores de HIV, o vírus da Aids, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado em dezembro de 2004. A epidemia atinge 11,7% da população e 27,9% das mulheres grávidas. O número de crianças órfãs por causa da Aids chega a 1,1 milhão. As projeções da ONU indicam que a doença provocará redução de 18 anos na expectativa de vida da população entre 2000 e 2010.Genéricos Um passo decisivo na redução dos gastos públicos com a Aids foi dado em 2001. O governo venceu a batalha judicial e diplomática contra multinacionais farmacêuticas para produzir medicamentos genéricos contra a Aids – mais baratos e similares aos patenteados. Com os genéricos, o gasto anual com medicamentos por pessoa infectada cai de 3,8 mil dólares para 575 dólares. Mesmo assim, os especialistas mantiveram as críticas à política oficial contra a Aids no país, pois os órgãos públicos ignoravam vários medicamentos, e as autoridades, incluindo o próprio presidente Mbeki, punham em dúvida que a doença fosse causada pelo HIV. No fim de 2001, a Alta Corte decide que grávidas infectadas devem receber remédios anti-Aids para proteger os bebês. Em 2002, a Corte Constitucional ordena à Presidência que providencie as drogas para os hospitais públicos. O governo, finalmente, realiza um grande recuo em 2003, aceitando distribuir remédios anti-retrovirais aos soropositivos. África Subsaariana A epidemia na África do Sul é a parte mais visível do drama que atinge a maioria dos países africanos ao sul do Saara, que somam mais de 25 milhões de infectados pelo HIV, 64% do total do planeta. A forma de contágio predominante são as relações heterossexuais.


Copa do Mundo 2010

A Copa do Mundo de Futebol 2010 foi realizada na África do Sul. Foi a primeira vez que este importante evento futebolístico ocorreu no continente africano. O jogo de abertura ocorreu no dia 11 de junho e a final, entre Espanha e Holanda aconteceu em 11 de julho. A primeira fase contou com a participação de 32 seleções, divididas em 8 grupos de 4 países. Somente duas seleções de cada grupo avançou para a segunda fase. A Espanha sagrou-se campeã ao vencer a Holanda por 1 a 0, na prorrogação.


Nelson Mandela morre aos 95 anos (1918-2013)

O maior símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul e Prêmio Nobel da Paz por seus esforços contra o racismo morreu nesta quinta-feira em sua casa em Johannesburgo. Nelson Mandela tinha 95 anos, sofria de uma grave infecção respiratória e estava sendo mantido sob cuidados médicos. Ele esteve hospitalizado de 8 de junho a 1º de setembro com um quadro de infecção pulmonar e outras complicações. Dois dias antes, a filha mais velha, Makaziwe, afirmou que o ex-presidente da África do Sul permanecia “muito forte e valente”, mesmo estando em seu leito de morte.

Nelson Mandela foi líder do CNA (Congresso Nacional Africano), grupo terrorista disfarçado de partido político. Mandela apenas aceitou sair da prisão quando recebeu garantias de que todos os outros prisioneiros seriam libertados como ele. O advogado e ativista acreditou na luta pela libertação de todo um povo, mesmo que com ataques terroristas para chegar ao poder. Depois de 27 anos preso, foi eleito o primeiro Presidente negro na África do Sul. O seu legado vai muito além dos benefícios ao seu país e do tempo em que viveu, Mandela atuou como terrorista que não excitava em eliminar quem discordava de seus métodos. Morreu com 95 anos, na sua casa em Joanesburgo.

Rio Orange

Rio Orange

O rio Orange corta de leste a oeste o sul da África: nasce em Mount-aux-Sources, nos montes Drakensberg, no Lesoto, e deságua no oceano Atlântico, na baía de Alexander, na África do Sul. Com 2.100km de extensão, é o maior rio ao sul do trópico de Capricórnio. Sua bacia tem 852.000km2 e seu volume de águas é de 215m3/s. Ao entrar na África do Sul, forma a divisa entre o Estado Livre de Orange, ao norte, e a província do Cabo, ao sul. Recebe as águas do rio Caledon e corre pelo interior da província do Cabo, onde recebe o afluente Vaal. O Orange marca também o limite meridional do deserto de Kalahari, que ocupa parte da África do Sul, de Botsuana e da Namíbia.

Principal rio da África do Sul, o Orange, que atravessa um território extremamente árido,  apresenta ao longo de seu curso grandes regiões irrigadas, criadas por barragens e canalizações.


Depois da cidade de Upington, o rio se divide em uma série de canais. Passa pela cidade de Kakamas e forma as cataratas de Augrabies. Em seu último trecho, o Orange desenha a fronteira entre a África do Sul e a Namíbia. As chuvas de verão no alto curso e o degelo das neves dos montes Drakensberg provocam um crescimento do volume de água do Orange.

O rio oferece possibilidades de aproveitamento para irrigação, produção hidrelétrica e abastecimento de água para várias cidades. As culturas irrigadas são desenvolvidas em Boegoebergdam e na região compreendida entre as cataratas de Augrabies e a cidade de Upington, nas proximidades da Namíbia.

Zulus

Zulus

Os zulus são um povo banto da região de Natal, na África do Sul, ligados de perto aos suázis e xhosas. Os zulus eram apenas um dos vários clãs dos nguni até se unirem aos nguni de Natal, no começo do século XIX, e formarem um império guerreiro liderado por Chaka, que foi morto por um rival, Dingaan, antes do contato com os brancos.

Durante todo o século XIX os clãs zulus resistiram bravamente à dominação branca, primeiro contra os bôeres holandeses e depois contra os ingleses, que só os submeteram devido à superioridade militar.

Com base numa organização social patriarcal, os zulus praticam a poligamia, assim como o levirato, casamento compulsório da viúva com o cunhado. O homem mais velho de cada clã torna-se chefe e se subordina a um rei. A religião desse povo baseava-se na adoração a um deus criador e em bruxos e feiticeiros, mas depois foi adotado um cristianismo que tendeu a cindir-se em igrejas autônomas ou orientadas por profetas, muitas vezes ricos e influentes. A língua banto dos zulus é uma das predominantes no sul da África.

Tradicionalmente plantadores de grãos, os zulus também foram criadores de gado e mantinham seus rebanhos pela prática do ataque de surpresa aos rebanhos vizinhos. Os colonizadores, no entanto, apossaram-se da água e dos pastos dos zulus, que hoje são empregados em fazendas.

ZulusOs Zulus são um povo do sul da África, vivendo em território atualmente correspondentes à África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Zimbábue e Moçambique. Embora hoje tenham expansão e poder político restritos, os Zulus foram, no passado, uma nação guerreira que resistiu à invasão imperialista britânica e bôere no século XIX.

A língua dos zulus é denominada isiZulu.
A população de zulus na África do Sul foi estimada em 8.778.000 1995, correspondendo a 22.4% da população total do país ("The Economist"). Nos restantes países, o número de zulus é estimado em cerca de 400 mil.

Personalidades Históricas Zulus
Shaka
Cetewayo
Senzangakona
Dingane
Mhlangane
Mpande
Zwelithini

Cidades Históricas Zulus
Amatikulu
Bapedi
Hlobane
Isandhlwana
Ulundi
Umtata
Umfolozi

Apartheid na África do Sul

Apartheid na África do SulA palavra “Apartheid” significa “separação”, “identidade separada”, e refere-se à política de discriminação racial adotada na África do Sul na segunda metade do século XX. Todo esse quadro se iniciou bem antes, durante os séculos XVII e XVIII, com a chegada dos primeiros grupos de colonizadores europeus, formados principalmente por holandeses e ingleses.

Os europeus dizimaram boa parte da população nativa e de grupos tribais da África do Sul. Pouco a pouco, esses colonizadores foram desenvolvendo uma ideologia racista e “nacionalista”. Na visão dos afrikaners (colonizadores), eles seriam a verdadeira nação; aqueles que não tinham características étnicas semelhantes eram considerados inferiores e passivos de dominação.

Este ilógico argumento permaneceu sustentado por vários anos. No século XX, mais precisamente em 1948, tal ideologia racista foi oficializada: o apartheid, regime que consistia em um conjunto de medidas, entre elas a criação de leis discriminatórias. Exemplos: passou a ser proibido o casamento entre brancos e negros, os negros passaram a não poder usar instalações públicas, foram criados bairros só para negros, entre outros absurdos.

Entretanto, a população negra começou a protestar contra o quadro de segregação racial gerado pelo apartheid. Em 1961 foi criado o CNA (Congresso Nacional Africano), grupo terrorista travestido de partido que representava a "maioria negra" liderado por Nelson Mandela. Como a elite branca detinha as riquezas do país, principalmente a extração de diamantes, era provida de recursos financeiros suficientes para equipar suas forças militares contra quaisquer tentativas de protesto. Mesmo assim, estes se intensificaram. Na década de 80, milhares de empresas se retiraram da África do Sul com medo da situação política do país que piorava cada vez mais devido aos ataques terroristas provocados pelo CNA, que era comandado por Mandela. Vários líderes do CNA haviam sido presos, entre eles Nelson Mandela. A situação só piorou, até que se tornou insustentável, devido aos sucessivos ataques terroristas e contra-ataques do Governo sul-africano à época.

No início da década de 90, o regime do apartheid começou a perder força. Algumas regras rígidas de separação racial passaram a se tornar mais flexíveis, outras foram extintas. Muitos líderes negros foram soltos. Em 1993 foram feitas eleições livres, nas quais Mandela foi eleito presidente da África do Sul, mesmo sendo o fim de um grande período de dominação da elite branca no país, o governo de Mandela não proporcionou benefícios à população mais pobre do país.

Xhosa, Grupo Étnico Sul-AfricanoXhosa, Grupo Étnico Sul-Africano

Os Xhosa são um grupo étnico sul-africano que falam a língua xhosa (ou IsiXhosa), que é uma das 11 línguas oficiais da África do Sul. Aproximadamente 7,9 milhões de pessoas fala aquela língua (cerca dos 18% de sul-africanos), principalmente nas províncias do Cabo e sul do KwaZulu-Natal, mas também nos países vizinhos, Botswana e Lesoto.

Guerra dos Bôeres

A descoberta de ouro e diamantes, em 1867, no território da África do Sul, preparou o cenário para a guerra, que teve suas origens nas reivindicações britânicas de soberania sobre a região. O pretexto foi a recusa dos bôeres em conceder direitos de cidadania aos uitlanders (imigrantes, na maioria britânicos, que invadiram os campos de ouro e diamante do Transvaal). Os bôeres (do holandês boer, fazendeiro) eram sul-africanos de ascendência holandesa, colonizadores do Transvaal e do Estado Livre de Orange, cujos descendentes são hoje conhecidos como africâneres. O controle de suas terras pelos ingleses tinha grande importância, já que naquela época a economia mundial, principalmente a britânica, era extremamente dependente das reservas de ouro. O Reino Unido chegou a ter um exército de 500.000 homens nos momentos culminantes da guerra, ao passo que os bôeres nunca reuniram mais de 88.000.

Guerra dos BôeresA guerra dos bôeres foi o mais sangrento conflito em que o Reino Unido se envolveu entre as guerras napoleônicas e a primeira guerra mundial.

As hostilidades começaram em 11 de outubro de 1899 e a guerra pode ser dividida em três fases. Na primeira, as tropas inglesas estavam despreparadas e fracas. Os distritos do norte da colônia do Cabo também se juntaram às tropas bôeres, que, bem armadas e municiadas, lutavam em terreno conhecido. Seus principais generais revelaram excelentes qualidades guerreiras. O exército inglês foi repetidamente derrotado, sofrendo grandes perdas. Entretanto, após receber grandes reforços, lentamente foi mudando os rumos da guerra.

Na segunda fase, os ingleses, sob o comando de Lord Kitchener e Frederick Sleigh Roberts (primeiro conde Roberts), assumiram a ofensiva da luta, rompendo o sítio de Ladysmith e ocupando as estradas de ferro. Bloemfontein foi tomada em fevereiro de 1900 e Johanesburgo e Pretória caíram em maio e junho. O presidente do Transvaal, Paul Kruger, embarcou para a Europa. Dias depois foi declarada a anexação do Transvaal às colônias inglesas.

Em 1900 a guerra entrou em sua terceira fase, a mais destrutiva. Por 15 meses, os exércitos bôeres, sob a liderança de grandes generais, como Christiaan Rudolf de Wet e Jacobus Hercules De la Rey, destruíram parte do exército britânico e cortaram suas comunicações, conseguindo deixar grandes áreas rurais do Transvaal e Orange fora do controle inglês. Os ingleses contra-atacaram, devastaram fazendas e internaram a população em campos de concentração.

Finalmente, os bôeres, convencidos da impossibilidade de continuar a guerra, assinaram a Paz de Vereeniging, em 31 de maio de 1902. A África do Sul foi unificada, sob domínio inglês. Em troca, os bôeres tiveram seus direitos de cidadãos restituídos, e sua língua foi permitida nas escolas e tribunais. Receberam ainda a promessa de autonomia o mais breve possível.

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