Zimbábue | Aspectos Geográficos e Sociais do Zimbábue

Zimbábue | Aspectos Geográficos e Sociais do Zimbábue

ZIMBÁBUE -  ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DO ZIMBÁBUE

Geografia – Área: 390.759 km². Hora local: +5h. Clima: tropical. Capital: Harare. Cidades: Harare (2.110.000) (aglomeração urbana), Bulawayo (738.000), Chitung-wiza (325.000), Mutare (174.000), Gweru (159.000) (2018).

População – 14,8 milhões (2018); nacionalidade: zimbabuana; composição: chonas 71%, nedebeles 16%, ingleses 1%, outros 12%. Idiomas: inglês (oficial), chona, sindebele. Religião: cristianismo 67,5% (independentes 40,3%, protestantes 12,3%, outros 21,2% - dupla filiação 6,3%), crenças tradicionais 30,1%, outras 1,2%, sem religião e ateísmo 1,1%. Moeda: dólar zimbabuano.

Relações Exteriores – Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, SADC, UA. Embaixada: 1608, New Hampshire Avenue NW, Washington D.C. 20009, EUA; e-mail: zimemb@erols.com, site na internet: www.zimembassy-usa.org.

Governo – República presidencialista. Div. Administrativa: 10 províncias. Presidente: Robert Gabriel Mugabe (Zanu-PF) (desde 1987). Partidos: União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), Movimento por Mudança Democrática (MDC). Legislativo: unicameral – Casa da Assembleia, com 150 membros. Constituição: 1980.


O Zimbábue fica localizado em um planalto coberto de savanas, no sudeste da África, o país tem 13% do território destinado a reservas de animais selvagens. Na divisa com a Zâmbia ficam as cataratas de Vitória (Victoria Falls), conhecidas mundialmente. Ex-colônia britânica com o nome de Rodésia, o país guarda vestígios de reinos antigos, como as construções de pedra do Grande Zimbábue. O solo fértil e o clima favorecem a agricultura, que emprega 70% da força de trabalho. As reservas de ouro, níquel e prata são exploradas em larga escala. Em 2003, a epidemia de Aids mantém proporções catastróficas: segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a doença contamina um quarto dos adultos.

BANDEIRA DO ZOMBÁBUEHistória do Zimbábue

A antiga cidade de Zimbábue é o centro de uma civilização que floresce entre os séculos IX e XIII. Portugueses chegam à região no fim do século XV. O britânico Cecil Rhodes obtém, no século XIX, concessão para a exploração mineral do território. Tropas do Reino Unido vencem as tribos nativas mashona e matabele e estabelecem, em 1889, um protetorado, administrado pela Companhia Britânica da África do Sul, fundada por Rhodes, até 1923, quando passa à tutela direta do governo britânico. A região é dividida em Rodésia do Norte (atual Zâmbia) e Rodésia do Sul (depois Rodésia, hoje Zimbábue). Colonos brancos formam na Rodésia do Sul um governo autônomo que exclui a população negra. Regime racista Em 1953, as duas Rodésias e a colônia de Niassalândia (atual Malauí) formam uma federação sob tutela britânica, dissolvida em 1963. O Reino Unido aceita a independência de Zâmbia e Malauí em 1964, mas não a da Rodésia do Sul. O conflito favorece a ascensão da Frente Rodesiana, partido racista branco. Seu líder, Ian Smith, torna-se primeiro-ministro e, em 1965, proclama a independência da Rodésia, não reconhecida pelo Reino Unido. A ONU condena o governo racista de Smith e impõe sanções econômicas em 1968. Em 1978 é assinado um acordo interno que dá direito de voto a todos os habitantes e garante propriedade e cidadania aos brancos. O acordo é rejeitado pela Frente Patriótica (PF), organização guerrilheira que reúne a União Nacional Africana do Zimbábue (Zanu), de Robert Mugabe, e a União Africana do Povo do Zimbábue (Zapu), de Joshua Nkomo.

HARARE, CAPITAL DO ZIMBÁBUE

Independência – Fruto do acordo, as eleições de 1979 dão vitória ao Congresso Nacional da África Unida, do bispo Abel Muzorewa, que se torna primeiro-ministro. A PF boicota o pleito e não apóia o governo, o que mantém a crise. Conversações entre representantes de Muzorewa e da PF, sob os auspícios da Comunidade Britânica, resultam no Acordo de Lancaster House, que prevê a passagem do poder aos líderes locais e mantém certos privilégios da minoria branca. O Parlamento se dissolve, Muzorewa renuncia, e o país volta a ser administrado temporariamente por um representante britânico. Realizadas com base na nova Constituição, as eleições de fevereiro de 1980 são vencidas pela Zanu. Mugabe torna-se primeiro-ministro e o país, independente em abril, é admitido na ONU. Nkomo passa à oposição. A maioria da Zanu cresce nas eleições de 1985. Dois anos depois, uma emenda na Constituição elimina as vagas específicas para brancos no Parlamento. Mugabe assume a Presidência. Em 1988, ele e Nkomo fundem seus partidos e criam a Zanu-PF. Em 1990, Mugabe ganha a eleição presidencial, e a Zanu-PF mantém a maioria. Em 1996, Mugabe é reeleito.

Oposição – O Congresso de Sindicatos de Zimbábue cria, em 1999, o partido Movimento por Mudança Democrática (MDC), que se torna a principal força de oposição. Em 2000, uma emenda constitucional que reforça os poderes da Presidência é recusada por referendo popular. Dias depois, apoiadores do MDC são mortos, enquanto veteranos da guerra de independência começam a ocupar as terras dos brancos. Nas eleições legislativas, a Zanu-PF conquista 62 cadeiras no Parlamento, e o MDC, 57. O governo perde os dois terços necessários para mudar a Constituição.

Em 2001, a condenação internacional às ocupações de terra levam instituições como o FMI e o Banco Mundial a cortar a ajuda ao país. Em 2002, Mugabe é reeleito com 56% dos votos, contra 42% de Morgan Tsvangirai (MDC), mas existem denúncias de violência e fraude. A inflação dispara em 2003 e há falta de alimentos e combustíveis.

Ameaça de fome – Em maio de 2004, o governo expulsa do país a equipe da ONU responsável por avaliar a escassez de alimentos. Na prática, a medida bloqueia a organização da ajuda alimentar ao Zimbábue. A ONU estima que mais de 2 milhões de zimbabuanos precisariam de alimentos doados nos meses seguintes.

Boicote eleitoral – Em agosto, o MDC boicota as eleições legislativas de março de 2005, o governo não adota imparcialidade das instituições eleitorais e acesso equitativo à mídia. Em outubro, Tsvangirai é inocentado das acusações de traição e tentativa de assassinato contra Mugabe. O governo critica a decisão.
Zimbabwe

Terras dos brancos são invadidas

A onda de ocupação de fazendas, iniciada em fevereiro de 2000, mexe no ponto mais sensível do passado racista do Zimbábue: apenas 4,5 mil famílias brancas eram donas de 75% das terras aráveis, incluindo as mais férteis. Mais de 7 milhões de negros dividiam o restante. As invasões começam sob iniciativa da Associação dos Veteranos de Guerra, grupo ligado ao presidente Mugabe. A Justiça declara as ocupações ilegais, mas a polícia não intervém. Mugabe confisca fazendas para assentar lavradores sem-terra, mas a Suprema Corte julga a redistribuição de terras ilegal e ordena a remoção dos assentados. O governo diz que não há como voltar atrás. A verba para assentamentos cresce cinco vezes no orçamento para 2001 e chega a 1,8 milhão de dólares. Após meses de resistência, os fazendeiros buscam um acordo no fim do ano, propondo distribuir parte de suas propriedades – mas o governo não negocia. Em reunião da Comunidade Britânica, África do Sul, Nigéria e Quênia criticam fortemente o Zimbábue e afirmam que as invasões de terra ameaçam a estabilidade africana. Mugabe se compromete a respeitar a lei. Um mês depois, com 80% dos juízes substituídos, a Suprema Corte revoga a decisão anterior e estipula a legalidade da distribuição de terras. Nova lei, em novembro, diz que qualquer fazenda que receber um "aviso de aquisição" se torna propriedade do Estado. Em seguida, 95% das grandes fazendas recebem o aviso. Em junho de 2002, 2,9 mil fazendeiros brancos são avisados: devem suspender a atividade agrícola e desocupar as terras em 45 dias. Em novembro, o ministro da Agricultura, Joseph Made, declara terminada a reforma agrária, com a apropriação de 14 milhões de hectares dos fazendeiros brancos.

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