Acompanhamento Musical
Acompanhamento musical é a parte da composição que, não contendo os componentes básicos de melodia e ritmo, destina-se a salientá-los. Na música profana medieval, como em muitas manifestações folclóricas e não europeias, o acompanhamento instrumental para cantores consiste em duplicações da melodia, em uníssono ou em outra oitava, em reforços rítmicos ou em notas sustentadas. No século XVI, cantava-se com acompanhamentos simples do alaúde; exemplos são as canções de John Dowland e árias francesas.
Uma frase de Beethoven ilustra a importância que o acompanhamento musical, levado a seu desenvolvimento máximo no século anterior, havia adquirido em seu tempo: "Vim ao mundo com acompanhamento obbligato."
No início do século XVII surgiu o baixo contínuo, acompanhamento harmônico improvisado ao cravo ou órgão e baseado em acordes indicados por cifras. No século XVIII esse tipo de acompanhamento já exigia alto grau de inventividade contrapontística e ornamental. Ganhando um papel tão importante quanto o do solista, veio a ser chamado obbligato - obrigatório no sentido de que a composição estaria incompleta sem esse acompanhamento, que deixava de ser apenas ornamental.
O
estilo persistiu na música romântica do século XIX tornando-se ainda
mais elaborado e expressivo. Os recursos do piano permitem a Schubert
ilustrar aspectos pictóricos e psicológicos dos textos de seus Lieder
(canções) e o acompanhamento orquestral se valoriza sobremaneira nos
concertos e em ciclos de canções como os de Hector Berlioz. Ao mesmo
tempo, a arte do acompanhamento pianístico, que floresceu em respostas
às exigências do Lied, passa a assemelhar-se à execução de música de
câmara.
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