Balística | Ciência Que Estuda o Movimento

Em 1537, o matemático italiano Niccolò Fontana, conhecido como Tartaglia, estabeleceu, na obra intitulada Nova scientia, os princípios teóricos do deslocamento dos corpos impulsionados, alguns dos quais têm validade até hoje. Com o passar dos séculos, o desenvolvimento da balística tornou possível construir mísseis intercontinentais capazes de atingir o alvo com a máxima precisão a distâncias da ordem de 14.000km.
Classificação das disciplinas balísticas
Os problemas da balística são diferentes segundo o projétil ou o míssil se encontre no cano da arma ou lançadeira, esteja se deslocando livremente após o lançamento ou chegando ao alvo. Conforme essas situações, aplicam-se diferentes categorias da balística geral.
A balística interior estuda os fenômenos mecânicos que se manifestam no interior da arma ao disparar, desde o momento em que a carga propulsora inicia sua combustão até o projétil deixar a boca de fogo. Trata do estudo das leis de combustão da pólvora, do teste de armas e projéteis e da avaliação das cargas propulsoras. O fenômeno mecânico da impulsão de uma bala, um míssil ou um foguete espacial se decompõe em uma fase pirostática, em que o projétil está inerte, outra fase chamada pirodinâmica, em que a pólvora está em combustão e o projétil se desloca, e uma última fase, termodinâmica, de expansão dos gases.
A balística exterior analisa o movimento livre do projétil após deixar a boca de fogo. Sua trajetória é influenciada pela gravidade, por características atmosféricas como a densidade, a temperatura, a pressão, a umidade e ainda pelo movimento da própria Terra. Normalmente, a trajetória teórica calculada para um projétil difere da real. Por isso, é necessário introduzir correções calculadas em função das condições do momento. Uma série de circunstâncias imprevisíveis provocam dispersão ou desvios em relação às trajetórias previstas, enquanto as raias do cano estabilizam a rotação do projétil.
A balística de efeitos trata dos fenômenos registrados no alvo do projétil. Pode-se verificar a penetração de um sólido resistente, a perfuração de uma blindagem ou uma explosão. Essas previsões se fazem mediante o estudo das regras de tiro e se baseiam fundamentalmente no cálculo de probabilidades e na estatística.
Por fim, a balística experimental estuda, principalmente, a medida das pressões dentro do cano da arma, da velocidade inicial e do traçado das trajetórias. Seu objetivo é a compilação dos dados necessários para elaborar as chamadas tabelas de tiro, nas quais se encontram as informações referentes a todos os aspectos balísticos do lançamento de um projétil.
www.klimanaturali.org
www.geografiatotal.com.br