Código de Honra dos Cowboys Americanos

Código de Honra dos Cowboys Americanos

Código de Honra dos Cowboys Americanos

Eram também dez, os mandamentos do Código de Honra dos cowboys: 

1 – Não se interessar do passado de seu vizinho. 
2 – Seja amável para com o estranho e esteja preparado a dar a sua vida por seu bem-estar. 
3 – Ofereça sempre uma boa oportunidade para seu inimigo e o combata somente quando puder ver o branco de seus olhos. 
4 – Não atire em nenhum homem desarmado, seja indulgente com o adversário que cede. 
5 – Não diga palavras injuriosas, sem calcular antes as mais sérias consequências. 
6 – Nunca seja ingrato. 
7 -Defenda-se somente, quanto sua auto defesa será necessária. A sua vida não tem alguma importância, importantes são somente a tua honra e a sua consideração. 
8 – Não pegar de ninguém, nada, o que não é teu. 
9 – Esteja pronto a ajudar os fracos e as mulheres e protegê-los, contra tudo e todos e não permitir que sejam tocados, nem num fio de cabelo. 
10 – Se ninguém deseja ou atenda a sua ajuda, preocupa-te então somente contigo mesmo. 

O único tipo honroso e estimado de combate era para o cowboy; o duelo com o rifle ou com o revólver, durante o qual se devia observar as rituais condições. Primeiramente devia-se avisar o adversário que “na próxima ocasião”, ele seria desafiado. Se então surgisse essa ocasião, apresentava-se, não pretendendo alguma vantagem que o outro não pudesse ter. Assim por exemplo em 1869 os cowboys Andrew T. Mullins e Duck F. Snowden enfrentaram-se num duelo com rifles numa estrada do Texas, mantendo-se cada um escondido e com provisão de água, até que Mullins terminou a sua munição. Gritou: “Não tenho mais balas”, e levantando-se em pé, gritou Snowden: “Mova-se, vai comprar mais vinte, traga dez para mim também”. Snowden já estava ferido por três balas a perda de sangue o deixou fraco. Quando o combate recomeçou, Mullins matou Snowden e somente os habitantes da pequena cidadela se indignaram. Mas para os cowboys tudo ali, desenrolou conforme o Código de Honra, que jamais foi escrito. O cowboy desprezava a briga a punhos ou com facas. Isso era a maneira de combater das “sentinelas de mulas ou de Mexicanos”. 

Os confrontos pessoais deviam desenrolar a princípio num campo neutro, como durante as longas marchas de boiadas ou ao fim delas, após o término do trabalho. Se nenhuma testemunha estivesse presente, bastava a palavra do sobrevivente que tudo tinha sido feito conforme as tais regras, para que a vitória viesse aferida. Se alguém colocava em dúvida a palavra de um cowboy, devia esperar em ser desafiado imediatamente a um duelo. Mas se resultasse que a palavra de um cowboy não correspondia à verdade, para ele seria o fim. Ninguém mais lhe daria trabalho, ninguém mais falava com ele. Quem encontrasse na região um pobre ou alguém necessitado de ajuda, seria acudido, por todo o tempo necessário. Isso valia essencialmente para mulheres, para quem tivesse se perdido, para os feridos ou para as crianças. Muitos cowboys deram a sua própria vida, para salvar outras pessoas: foram pais para crianças órfãos, ou salvaram pessoas que estavam a pé, oferecendo o seu próprio animal. Hoje os suicídios nos parecem absurdos, mas o Código de Honra admitia explicitamente um similar sacrifício de si mesmo. Se acontecesse que um cowboy, num momento de hesitação, violasse as mais elementares prescrições do Código de Honra, podia reconquistar a honra perdida, suicidando-se. Os cowboys consideravam indigno de um homem o ser preso em prisão; preferiam serem mortos, durante a fuga. Porque em muitos casos a Lei escrita não levava em consideração o critério da honra, os cowboys desprezavam geralmente a ação legal dos processos, ignoravam a função dos Oficiais da Justiça e dos juízes, porque “eles mesmos eram homens o suficiente, em saber regulamentar os seus negócios”. Por isso em muitos casos nasciam sangrentas brigas entre as famílias e parentes, que geralmente passavam de geração a geração, terminando somente com a morte do último sobrevivente. Naturalmente essas desavenças possuíam sempre algo jurídico. Mas sendo contrário ao Código de Honra citar o passado de um homem, acontecia que durante o julgamento ou até no processo terminado, colocar fogo no edifício no qual ele acontecia, destruindo assim todas as provas. Era também por causa desse Código de Honra que em muitos verbais de linchamentos, não era permitido a um homem acusado de um reato em renegar a sua culpa ou em apelar clemência aos seus linchadores. O cowboy daquele tempo era um homem não civilizado, duro e bruto, mas nenhum homem da história demonstrara antes dele, em modo assim claro e irrevogável, que não era possível conquistar nem defender a liberdade sem a violência e que a medida de liberdade correspondia à medida de violência da qual, somente era capaz por amor a ela.

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