Acentuação | Língua Portuguesa

Acentuação | Língua Portuguesa

Acentuação

Em nenhum idioma se enunciam igualmente as sílabas de um vocábulo, nem as palavras de uma frase. Todos os idiomas recorrem à acentuação, seja ela expressa por sinais gráficos ou não, para dar destaque a sílabas ou palavras.

Acentuação é o ato, modo ou sistema de dar ênfase à pronúncia de uma sílaba (no caso de um vocábulo) ou de um termo (no caso de uma frase). O acento é de quantidade (sílabas longas que se opõem às breves), de musicalidade (sílabas agudas, que se destacam das graves) ou de intensidade (sílabas tônicas em contraposição às átonas).


No grego e no latim, a musicalidade e a quantidade predominavam; por isso, a nomenclatura que adotaram, e que ainda se usa, é eminentemente musical, a começar pela palavra "prosódia", ou "acento", ligadas ao grego ode e ao latim cantus, que significam "canto". No inglês, no alemão e no francês prevalece a intensidade, mas a quantidade tem grande importância. No italiano e no espanhol, exatamente como no português, a intensidade é o único relevo. Na frase, porém, a entonação musical é decisiva e recai sobre determinados elementos de sua composição, para assinalar a indagação, a dúvida, a admiração e outros estados emocionais.


No português, os monossílabos são tônicos ou átonos segundo o ritmo da frase. Os dissílabos são oxítonos quando acentuados na última sílaba (contém, fuzil), ou paroxítonos (contem, fúsil). Os trissílabos, como os polissílabos, podem ter o acento na última (continuou, amarão), na penúltima (continuo, amaram, sabia), ou na antepenúltima sílaba (árabe, gótico), e são portanto oxítonos, paroxítonos ou proparoxítonos. Na frase, as formas verbais podem ligar-se a pronomes átonos, formando metaproparoxítonos (amávamos-te, dava-se-lhe). Algumas palavras, como os grandes polissílabos, têm acentos secundários, que se chamam subtônicos (sabiamente, mulherzinha).


A acentuação gráfica em português é complexa porque tem dupla função: indicar a sílaba tônica da palavra (intensidade) e sugerir o timbre vocálico da sílaba acentuada, isto é, a pronúncia aberta ou fechada. Há quatro sinais diacríticos: acento agudo (') para a sílaba tônica aberta; acento grave (`) para indicar a contração da preposição a com o artigo a ou com os demonstrativos aqueles (s), aquela (s), aquilo; acento circunflexo (^) para sílaba tônica fechada; e til (~) para a nasal. O sistema parte do pressuposto de que toda palavra de duas ou mais sílabas, não acentuada graficamente, é paroxítona.

Regras de acentuação em português. Segundo a prosódia, acentuam-se as palavras:


(1) Proparoxítonas: todas, sem exceção.


(2) Paroxítonas: (a) terminadas em -i, -is, -us (júri, tênis, ônus); (b) terminadas em -ã, ãs, -ão, ãos, (ímã, órfãs, órgão, órfãos); (c) terminadas em -um e uns (álbum, álbuns); (d) terminadas em -om e -ons (rádom, eléctrons); (e) terminadas em ditongos orais, seguidos ou não de -s (jóquei, fósseis); (f) terminadas em -l, -n, -x, -ps (fútil, hífen, mártir, fênix, fórceps). Os prefixos paroxítonos por não possuírem existência autônoma na língua, jamais são acentuados (super-resistente, anti-realista).


(3) Oxítonas: (a) terminadas em -a, -e, -o, seguidos ou não de -s (marajá, ipê, cipó, cajás, buquês, jilós); (b) terminadas em -em e -ens (ninguém, manténs).


Além desse critério, há uma série de regras de acentuação, segundo a sistemática gramatical, a saber: (1) Acentuam-se o -i e o -u tônicos, que estejam em hiato com o anterior, quando formarem sílabas sozinhos ou quando seguidos de -s (Gravataí, saúde, egoísmo, balaústre). Não são acentuados, contudo, -i e -u tônicos em hiatos com a vogal anterior, quando seguidos de -nh (tainha, graunha). (2) Acentua-se o -u proferido, quando precedido de g- ou q- e seguido de -e ou -i (averigúe, argúi). (3) Recebe acento circunflexo o primeiro o- tônico do hiato -ôo, em final de vocábulos, seguido ou não de -s (perdôo, vôos). (4) Recebe acento circunflexo o primeiro e- tônico do hiato -êem, ocorrente na terceira pessoa do plural dos verbos ler, ver, dar e crer e seus compostos (lêem, vêem, dêem, crêem). (5) Acentua-se a base dos ditongos tônicos éi, ói e éu (dispnéia, cinzéis, apóio, sóis, réu, chapéus). (6) Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em -a, -e, -o, seguidos ou não de -s (pá, pé, pó, ás, és, nós, mês, pôs). (7) Recebe trema o u proferido, precedido de g- ou q- e seguidos de e- ou i- (agüentar, conseqüência, lingüiça, tranqüilidade).


Acento diferencial. Antes da reforma ortográfica de 1971, empregava-se, no Brasil, o acento diferencial de timbre, isto é, recebiam acento circunflexo o -e e -o fechados da sílaba tônica de palavras em homografia com outras em que aquelas vogais fossem abertas. A partir de então deixou-se de usar esse acento, com exceção da palavra pôde (perfeito) em homografia com pode (presente). Permanecem, contudo, em vigor os seguintes acentos diferenciais: (1) De intensidade, que serve para distinguir os homógrafos átonos dos tônicos. Ex.: pára (verbo)/para (preposição); pôr (verbo)/por (preposição); péla, pélas (verbo e substantivo)/pela, pelas (combinação da preposição com artigo), pêlo, pêlos, pélo (substantivos e verbo)/pelo e pelos (combinação de preposição com artigo); pólo, pólos (substantivo)/polo, polos (combinações populares de preposição com artigo); côa, côas (verbo)/coa, coas (contração de preposição com artigo, com perda da ressonância nasal, empregada em poesia); porquê (substantivo)/porque (conjunção); quê (substantivo, interjeição e em final da frase)/que (pronome relativo e conjunção); (2) De número, usado na terminação -em da terceira pessoa do plural de certos verbos (ele vem, mantém, provém/eles vêm, mantêm, provêm).


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