Crise de Imagem: Alexandre de Moraes Sofre Abalo Internacional Após Decisão da Justiça Espanhola
A recente decisão da Justiça da Espanha, que rejeitou um pedido de extradição e apontou perseguição política por parte do Brasil contra o jornalista Oswaldo Eustáquio, expôs um desgaste diplomático e institucional que recai diretamente sobre o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Embora não haja impacto jurídico direto para Moraes em território brasileiro, o episódio representa uma derrota simbólica internacional. A corte espanhola, ao solicitar à Interpol a remoção do alerta vermelho contra Eustáquio, sinalizou ao mundo que enxerga viés político em decisões do Supremo Tribunal Federal, algo raríssimo no cenário diplomático.
O ministro, que vem assumindo papel de destaque no enfrentamento ao que chama de “ameaças à democracia”, tem acumulado alta exposição pública e midiática, inclusive em veículos de entretenimento e revistas voltadas ao grande público. Essa visibilidade excessiva, no entanto, faz com que episódios como este tenham efeito multiplicado sobre sua imagem pública e autoridade moral.
Ao se tornar personagem central no noticiário nacional e internacional, Moraes passa a ter muito mais a perder diante de derrotas públicas. A leitura que se forma, principalmente entre críticos, é de que o ministro tem agido mais como agente político que como magistrado imparcial — o que fragiliza não apenas sua figura, mas também a credibilidade institucional do STF no exterior.
Enquanto internamente ele segue com amplo poder jurídico, no campo internacional o episódio espanhol marca um ponto de inflexão: outros países podem adotar postura semelhante, contestando a legalidade e legitimidade de ações oriundas da mais alta corte brasileira.
O caso segue em debate, mas o recado está dado: a atuação midiática cobra seu preço — e a imagem, quando é o capital mais visível, também é a mais vulnerável.
18 de abril de 2025
