📜 A Construção Mentirosa de Alexandre de Moraes: Quando o Poder Vira Prisão
Por trás da toga de Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, existe não um estrategista iluminado, como muitos o querem pintar, mas um homem refém de seu próprio jogo de poder — sustentado em narrativas forçadas, decisões autoritárias e uma dramaturgia institucional montada após os eventos de 8 de janeiro de 2023.
O episódio real, sim, envolveu vandalismo e baderna. Mas o que foi construído a partir disso — a perseguição jurídica sem critério, a censura institucionalizada, a prisão de cidadãos comuns, e uma série de delações premiadas cheias de furos — forma o verdadeiro enredo teatral e mentiroso que transformou Moraes em protagonista de uma distopia jurídica.
🎭 O Teatro Começa
Desde o primeiro momento, a narrativa oficial carimbou o 8 de janeiro como “tentativa de golpe”, evitando qualquer nuance ou investigação profunda sobre:
-
A falha proposital da segurança;
-
A presença de infiltrados não identificados;
-
E o uso político da crise para expandir o poder do Judiciário sobre os outros dois poderes.
Essa versão única, repetida por autoridades e ecoada pela imprensa, serviu como base moral e emocional para justificar uma escalada autoritária que se seguiria.
🧱 O Castelo de Cartas
Alexandre de Moraes passou a operar como um tribunal de exceção:
-
Assume o papel de juiz, investigador, acusador e censor.
-
Determina prisões preventivas em massa, muitas vezes com provas frágeis ou inexistentes.
-
Instaura investigações baseadas em narrativas, não em evidências concretas.
A principal engrenagem desse castelo de cartas foi a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid — cheia de versões contraditórias, mentiras comprovadas e um festival de suposições não sustentadas por provas materiais. Mesmo assim, tudo isso foi tomado como “verdade absoluta” porque convence dentro da narrativa montada.
🤡 A Bisonhice Vira Norma
O problema é que quanto mais exageros são cometidos, mais difícil fica recuar. Moraes se colocou numa posição em que não pode mais admitir erro — nem mesmo o mínimo erro processual.
Voltar atrás seria:
-
Assumir que prendeu inocentes.
-
Revelar que abusou de autoridade.
-
Mostrar que o "golpe de Estado" talvez nunca tenha existido como tal, mas sim como um case de marketing jurídico-político.
🔒 Um Poder que se Autoaprisiona
Alexandre de Moraes hoje é um homem preso à própria imagem: o justiceiro que salvou a democracia.
Mas quem precisa salvar a democracia atacando liberdades fundamentais, censurando críticas e usando a toga como escudo político talvez não esteja salvando nada — apenas postergando a queda inevitável de um sistema doente.
⏳ A Maré Vai Virar
Enquanto está no STF, Moraes se blinda com as muralhas do foro privilegiado, da burocracia e do apoio tático de certos grupos.
Mas o jogo político muda. E quando mudar, ele será visto não como um estrategista genial, mas como o homem que acreditou demais no próprio teatro.
E quando o pano cair, quem hoje o aplaude será o primeiro a sair da plateia em silêncio.