Futebol Feminino, o Engano da Audiência Ilimitada

Futebol Feminino

Vivemos uma era em que a palavra “visibilidade” virou mágica. A ideia é simples: se mostrar, o público virá. Basta transmitir, divulgar, exaltar. O problema? Isso não é verdade — e nunca foi.

O futebol feminino é o maior exemplo atual dessa ilusão. Não se trata de ser contra, nem de menosprezar a modalidade. A questão é objetiva:
o público médio não tem tempo, nem espaço emocional, para mais um campeonato inteiro em sua rotina.

Não é uma questão de gênero, é uma questão de tempo — e isso ninguém quer discutir.
As pessoas têm vidas, responsabilidades, cansaço. E quando têm uma brecha, elas vão escolher onde investir suas horas limitadas de atenção.
Querendo ou não, essa escolha vai priorizar aquilo que tem história, tradição, emoção consolidada — ou seja, o futebol masculino.

O futebol feminino não cresce por rejeição. Ele não cresce porque não cabe.
Porque o brasileiro médio já tem mais futebol do que consegue consumir: estaduais, Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, Champions, Seleção, comentaristas, podcasts, shorts, cortes, lives…
E ainda querem que ele adicione à rotina um novo universo completo?
Não vem. Não cabe. Não dá tempo.

Esse é o mesmo erro de canais como a Case TV. Tentam construir audiência com base em volume, não em valor.
Investem milhões em eventos que só interessam a nichos (judô, esgrima, tênis de mesa), torcendo pra parecer revolucionário. Mas a verdade é que o público, fora da bolha, mal sabe que isso está acontecendo.

E quando investem no futebol feminino como estratégia de ampliação, cometem um erro ainda mais grave: criar uma falsa competição direta com o futebol masculino, sem entender que essa disputa é, na verdade, por atenção e tempo de tela — algo que o povo já esgotou.

Mesmo as grandes emissoras são incoerentes. Fazem discursos emocionados sobre igualdade, mas na prática priorizam Flamengo x Corinthians em vez de exibir final de campeonato feminino.
E no site? Quase nenhuma matéria.
Hipocrisia institucional. A bandeira é levantada, mas o conteúdo é ignorado.

A realidade é que o futebol feminino — assim como o vôlei, o judô ou a esgrima — funciona bem em contextos específicos, como Olimpíadas, finais com brasileiros, ou em projetos educativos.
Fora isso, não é consumo de massa. Nunca foi. Nem será.

E isso não é preconceito. É só o mundo como ele é.

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