1. A Ilusão do Progresso no Discurso
Vivemos uma era em que as palavras valem mais que os atos. Quem mais grita por progresso muitas vezes nunca saiu do lugar. Fala-se em mudança, desconstrução e avanços sociais, mas quando se tira o discurso e se pede ação concreta, resta o vazio.
É curioso: os que sustentam o mundo são chamados de antiquados — e os que apenas opinam sobre ele, de modernos.
2. Conservadores: os “antiquados” que fazem o mundo girar
O conservador não vive para aplauso. Ele planta, constrói, corrige. Ele é aquele que, enquanto os outros discursam, conserta o motor do trator.
São eles que sustentam a estrutura silenciosa da sociedade — família, trabalho, disciplina, resultado. São os que acordam cedo e não precisam de curtidas para validar a própria existência.
Chamam de retrógrado, mas são esses que mantêm tudo funcionando.
3. Progressistas: os modernos que não saem da teoria
Já o progressista de palco — não o real, mas o de rede social — vive do verbo, não da prática.
Se fosse por ele, o fogo ainda estaria em debate: se sua invenção não seria uma apropriação cultural ou uma ameaça ao ecossistema ancestral.
O mundo ideal é aquele onde tudo precisa ser problematizado antes de acontecer — e muitas vezes, por isso mesmo, nunca acontece.
4. O paradoxo gritante
O conservador age antes de falar.
O progressista fala antes de pensar se deve agir.
O primeiro se suja de graxa. O segundo escreve uma crítica à graxa como símbolo da exploração.
Um inventa a roda.
O outro organiza um simpósio questionando se a roda reforça estruturas opressoras de poder.
5. O motor da realidade não é feito de discursos
No fim, quem sustenta o mundo não tem tempo para discursos vazios.
E quem vive de discursos, raramente sustenta alguma coisa.
Se o progresso real dependesse só dos que falam em nome dele, ainda estaríamos usando tambores para discutir se a roda merece existir.