História do Nazismo da Republica de Weimar ao III Reich

História do Nazismo da Republica de Weimar ao III Reich

Período entre guerras: Nazismo da Republica de Weimar ao III ReichA derrota na Grande Guerra e a queda do Império deixaram a Alemanha a beira de uma guerra civil. O governo social-democrata não poderia impedir a revolução bolchevique sem apelar ao exército. Setores políticos moderados dominaram a República, proclamada em Weimar. Apesar da recuperação econômico-financeira a partir de 1923, o futuro era incerto, diante da miséria, da pressão de militares e da agitação dos nacionalistas — entre os quais se destacava o Partido nacional-socialista de Adolf Hitler.

A crise mundial aguçou as tendências comunistas e as nacionalistas. Monarquistas conservadores e empresários se articularam. Pensavam usar Hitler em proveito próprio. Isto facilitou sua ascensão ao cargo de chanceler em 1933. Em seguida, Hitler impôs a ditadura. O regime ganhou logo apoio dos anti comunistas , antidemocráticos e antiliberais.

O Nazismo ou nacional-liberalismo introduzia nova concepção do mundo: racista e anti-semita, concebia os alemães como raça superior, que se expressaria num Estado Totalitário, guiado por um chefe infalível. O regime se apoiava num partido único, usava grupos de assalto compostos por fanáticos e uma política implacável. O país se nazificou. O regime eliminou todos os inimigos, políticos, ideológicos ou raciais. Praticando uma autarquia econômica, teoricamente anticapitalista, os nazistas conseguiram, em vigoroso esforço, recuperar o país e consolidar o novo sistema político.

A Alemanha de 1918

Desde a unificação em 1871, aristocratas prussianos passaram a constituir as classes dirigentes alemãs. Grandes proprietários conservadores, protestantes, tinham se beneficiado com a alta de preços dos cereais no fim do século XIX. Eram os junkens .A eles se somavam os grandes empresários, favorecidos especialmente pela política de conquista de novos mercados mundiais, desenvolvida Por Guilherme II. A elite militar, adepta do novo pangermanismo, dependia de uma sólida base industrial. A economia de guerra havia estabelecido laços entre Estado e grande industria.

Apesar das mortes e perdas territoriais da guerra, a população ainda era grande: 58 milhões de habitantes, 70% nas cidades. A massa trabalhadora urbana e camponesa representada mais da metade da população ativa. O socialismo ganhou rapidamente o proletariado urbano, integrado nos sindicatos ligados ao Partido Social-Democrata. Em 1917, socialistas radicais se desligam do conjunto, liderados por Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo. As ideias bolcheviques passaram a ecoar fortemente no seio do proletariado, sensível a teses revolucionárias.

O Levante Bolchevista

Proclamada a República em 9 de Novembro de 1918, um comitê provisório de comissários do povo, do Partido Social Democrata, tomou o poder sob a presidência de Friedich Ebert. Seus esforços se voltavam para a manutenção da unidade do País e o desenvolvimento de uma legislação social avançada. Sob o impacto da Revolução Russa, multiplicavam-se Por toda a parte os conselhos de trabalhadores, soldados e marinheiros.

Tendências separatistas pipocavam pelo país. Os sociais-democratas no poder, moderados, haviam concedido o direito de voto e a jornada de trabalho de 8 horas, e prometiam a socialização das empresas, mas não estavam dispostos a aplicar um programa socialista. Queriam uma república constitucional e liberal. O apoio militar tornou-se indispensável para preservar a ordem. A reaproximação com o exército reavivou o mito de invencibilidade e da traição dos revolucionários; governo e exército estavam decididos a destruir os bolchevistas. Em dezembro de 1918, Liebknecht e Rosa Luxemburgo lideraram um levante de socialistas bolchevistas, os espartaquistas. Eles tomaram Berlim, com a ajuda de soldados e marinheiros amotinados. Com apoio de Hindemburgo, que liberou tropas vindas de frente de batalha. Ebert dominou a insurreição. Liebknecht e Rosa foram assassinados. Os militares então eliminaram focos bolchevistas em outras cidades.

A Constituição de Weimar

A crise social apressou a convocação de uma Assembleia constituinte em janeiro de 1.919, eleita por voto universal. . A extrema esquerda perdeu posição, mas os sociais-democratas não conseguiram a maioria. Eleito presidente, Ebert teve de fazer uma composição partidária para governar. A Constituição criou uma República Federalista. liberal, democrática, parlamentarista com dezessete estados. Por voto direto, os eleitores escolheriam um presidente a cada sete anos. Ele indicaria um chanceler para exercer o governo: aplicar as leis, submetê-las a aprovação popular, dissolver o Parlamento e adotar medidas excepcionais em caso de crise.

O Reichstag, (assembleia), seria composto Por deputados eleitos Por voto universal; O Reichsrat (assembleia do Reino), Por representantes dos Estados.

As principais tendências políticas eram:
• - Partido Nacional, dos grande proprietários.
• - Partido Democrata e Partido Populista, da grande burguesia capitalista.
• - Partido do Centro Católico, dos pequenos proprietários do Sul e do oeste.
• - Partido Social-Democrata, dos operários marxistas e sindicalizados.

Dificuldades e crises

As dificuldades econômicas ampliaram as tensões políticas. Na guerra, sem poder aumentar os impostos sobre os ganhos de capital. O governo equilibrou as finanças emitindo dinheiro. O marco se desvalorizou: um dólar comprava 4 marcos em 1914; 84 em 1920; 186 no início 1922; em julho, 401; em janeiro de 1923, o dólar já comprava 7.260 marcos. A indústria se beneficiou, pois as mercadorias ficaram mais baratas e competiam facilmente no mercado internacional. Para se protegerem, os grandes capitalistas se uniram em Cartéis. acomodaram-se á situação, lucrando muito e fazendo altos investimentos em equipamentos, máquinas e novas fábricas. Em 1923, a situação se complicou. Os franceses ocuparam o Ruhr, região industrial, para garantir o pagamento de indenizações estipuladas no Tratado de Versalhes. As emissões cresceram desordenadamente. O dólar passou a valer 260.000 marcos em julho; 13 milhões em setembro; 4 bilhões e 200 milhões em novembro. A confusão instalou-se. O salário variava no curso do dia. Um carrinho de mão cheio de marcos comprava um maço de cigarros. Nas cervejarias, o freguês pedia vários copos de uma vez, pois na próxima rodada, o preço poderia ter aumentado. Os camponeses recusavam-se a aceitar o papel-moeda, fazendo ressurgir o sistema de troca.

Eclodiram greves e insurreições. Um grupo do recentemente lançado Partido Nacional-Socialista, liderado Por Hitler e apoiado pelo General Ludendorff, tentou um golpe fracassado em Munique. Pretendiam fazer a revolução, acusando os capitalistas e os judeus de conspirar contra a República.

Uma fase estável
Entre 1924 e 1929, a República de Weimar passou por uma fase estável, graças a alguns fatores:

• no plano político, a habilidade do ministro das Relações Exteriores, Stresemann, que diminuiu as dividas de guerra ; a admissão dos alemães na Sociedade das Nações; a evacuação antecipada da Renânia (1930); a entrada de créditos americanos.
• no plano econômico, a habilidade de Schacht, criador do rentenmark, a nova moeda : 1 rentenmark =4,2 dólares = 4,2 bilhões de marcos-papel. Recursos ingleses e americanos, com a garantia do patrimônio da industria alemã, sustentaram a nova moeda.

A industria se recuperou; os fracos faliram e deu-se um processo de concentração , com avanço tecnológico que abriu as portas do mercado internacional às empresas alemãs. Uma só empresa empregava 160.000 operários e detinha 25% da produção de carvão e 40% da de aço. Um só conglomerado detinha 80% da produção química Ao substituir Ebert, morto em 1925, o monarquista Hindemburg trouxe o apoio da aristocracia e do exército para a República. Ele pretendia uma restauração imperial. Eleito com 15 milhões de votos contra 14 milhões do adversário, imprimiu sentido conservador ao governo. As radicalizações perderam força. basta dizer que o partido de Hitler, que conseguira 2 milhões de votos em 1924 não chegou a 1 milhão em 1928.

1929: Agitação política

A crise de 1929 pegou a Alemanha em cheio. Sem créditos americanos, não podia continuar pagando indenizações de guerra. Superindustrializada, não encontrava mercado para seus produtos e nem podia pagar mais as matérias primas. As grandes corporações continuaram firmes. Sofriam os pequenos e médios, que empregavam metade dos trabalhadores. O resultado foi o desemprego em massa: 1 milhão de pessoas em 1929; 3 milhões em 1930; mais de 6 milhões em 1931. A classe média ficou arruinada. Os agricultores deviam mais que o valor de suas terras e se organizavam para impedir a tomada delas pelos credores. A crise deu força aos anti-semitas, que identificavam os judeus com o dinheiro, a usura e o capitalismo internacional. Foi um golpe fatal nos sentimentos republicanos, liberais e democráticos. Os comunistas ganhavam cada vez mais votos e se dispunham a formar uma frente vermelha contra os fascistas. A extrema direita nacionalista estava dividida, mas subia o prestígio do Partido Nacional-Socialista.

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