Vaticano | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Cidade do Vaticano

Vaticano | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Cidade do Vaticano

VATICANO - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DA CIDADE DO VATICANO

Geografia – Área: 0,44 km². Hora local: +4h. Clima: mediterrâneo.

População – 916 (2017). Idiomas: italiano, latim (oficiais). Religião: cristianismo 100% (católicos 98%, sem filiação 2%). Moeda: euro.

Economia – Moeda: euro. Fontes de renda: Fundo de São Pedro (donativos), Instituto per le Opere di Religione (Banco do Vaticano), administração do Patrimônio de Santa Sé (juros de investimentos).

Relações Exteriores – Embaixada: Tel. (61) 223-0794, fax (61) 224-9365 – Brasília (DF); e-mail: nunapost@solar.com.br.

Governo – Papado vitalício. Div. administrativa: Santa Sé (órgão supremo da Igreja Católica) e Cidade do Vaticano (sede da Igreja). Chefe de Estado: papa Bento XVI.  Partidos: não há. Legislativo: não há. Constituição: 2001.

Sede da Igreja Católica e residência oficial do papa, o Vaticano é o menor país do mundo. Seu território se resume a um enorme quarteirão no coração de Roma, a capital da Itália. Diariamente, milhares de turistas lotam o pequeno Estado – habitado apenas por membros da Igreja e da seleta guarda suíça – para apreciar suas obras de arte, como os afrescos com cenas do Velho Testamento, pintados por Michelangelo no teto da Capela Sistina. O Vaticano mantém-se com donativos, investimentos de capital e rendas obtidas com o turismo.

História do Vaticano

Durante quase mil anos, desde o Império de Carlos Magno (século IX), os papas reinam na maioria dos Estados da península Itálica. A unificação italiana, no fim do século XIX, absorve os Estados pontifícios. Em 1870, as tropas do rei Vittorio Emmanuel II entram em Roma e anexam a cidade. O papado não reconhece a nova situação e se considera prisioneiro. Em 1929, o ditador italiano Benito Mussolini e o papa Pio XI assinam o Tratado de Latrão e o de Concordata. Pelo primeiro, a Itália admite a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano e concede indenização pelas perdas territoriais. O outro torna o catolicismo a religião oficial da Itália, condição revogada apenas em 1984. O papado de João XXIII (1958/1963) abre diálogo com outras igrejas e com o mundo laico. O processo desemboca no Concílio Vaticano II (1962/1965), o primeiro concílio ecumênico em quase 100 anos. As encíclicas sociais de João XXIII, Mater et Magistra e Pacem in Terris, e de seu sucessor, Paulo VI (1963/1978) – Populorium Progressio –, abrem caminho para a Teologia da Libertação (1968) e para o alinhamento de parte do clero com a esquerda.

BANDEIRA DO VATICANOConservadorismo – João Paulo I, sucessor de Paulo VI, tem um pontificado de apenas 33 dias, em 1978. É sucedido pelo polonês Karol Wojtyla, que adota o nome de João Paulo II. Wojtyla é o primeiro papa não-italiano desde o século XVI. Conservador, reforça a disciplina na Igreja e diminui a influência do clero progressista. João Paulo II sofre atentados em 1981 e 1982. O Vaticano divulga em 1998 nota de arrependimento em nome de católicos que colaboraram na perseguição nazista aos judeus na II Guerra Mundial. Em 2000, o papa pede perdão pelos pecados da Igreja no passado.

Entra em vigor em 2001 a Constituição do Vaticano, que separa mais claramente os poderes na administração. No ano seguinte, o papa define novas normas sobre julgamento em cortes eclesiásticas, depois que padres e bispos dos Estados Unidos (EUA) são processados por abuso sexual de crianças. Em junho de 2004, durante audiência no Vaticano, João Paulo II repreende o presidente dos EUA, George W. Bush, por causa da guerra contra o Iraque.

Papa Bento XVI - (em latim Benedictus PP. XVI, em italiano Benedetto XVI), nascido Joseph Alois Ratzinger, (Marktl am Inn, Alemanha, 16 de abril de 1927) é o Papa desde o dia 19 de Abril de 2005. Foi eleito como o 266º Papa com a idade de 78 anos e três dias, sendo o actual Sumo Pontífice da Igreja Católica. Foi eleito para suceder ao Papa João Paulo II no conclave de 2005 que terminou no dia 19 de Abril.
CIDADE DO VATICANO

Capela Sistina no Vaticano

Integrada ao conjunto arquitetônico do Vaticano, bem perto da basílica de São Pedro, a capela Sistina foi construída para substituir uma anterior, que estava em péssimo estado. De arquitetura austera e planta retangular, a capela Sistina possui uma única nave, coberta por uma discreta abóbada.

O nome Sistina deve-se a Sisto IV, o papa que em fins do século XV ordenou a construção da capela, mundialmente conhecida por seus admiráveis afrescos, sobretudo os de Michelangelo.

A obra teria sido executada por Giovanni di Dolci. A decoração original, realizada por Piermatteo da Amalia, foi todavia ocultada, em 1481, por uma nova decoração de que participou, entre outros, Botticelli. As pinturas acabaram ocupando todo o teto e as paredes. Um dos coros e o biombo diante da porta foram esculpidos por Mino da Fiesole em princípios da década de 1480.

Capela Sistina no Vaticano

Primeiro projeto decorativo

Logo após o término da construção da capela em 1481, o papa Sisto IV decidiu fazer uma nova decoração. Para isso chamou a Roma os artistas florentinos Botticelli, Ghirlandaio e Cosimo Rosselli; da Umbria, trouxe Perugino. Esses pintores e seus auxiliares, que incluíam Pinturicchio, Piero di Cosimo e Bartolomeo della Gatta, trabalharam simultaneamente na capela e pintaram em suas paredes um ciclo de 14 afrescos com cenas da vida de Cristo e de Moisés. As pinturas realizadas por Perugino na parede do altar desapareceram para dar lugar ao "Juízo final" de Michelangelo. Atualmente, só as paredes laterais conservam as primitivas pinturas.

A ideia do paralelismo entre Moisés e Cristo, ilustrada por episódios alternados de suas vidas, dominam os ciclos do Antigo e do Novo Testamentos. Moisés aparece como líder, sacerdote e legislador, funções que Cristo depois transmite a Pedro, como primeiro pontífice da igreja. Toda a decoração tentou, pois, expressar a ideia da suprema autoridade do papa, num momento em que seus poderes eram seriamente questionados por bispos e soberanos. Essa mesma intenção aparece igualmente na série de retratos dos primeiros pontífices, na franja superior do espaço livre entre as janelas.

Michelangelo

Ao ser consagrada a capela em 1483, o teto era simplesmente um firmamento estrelado e assim ficou até 1508, quando o papa Júlio II decidiu renovar a decoração. Esse encargo coube a Michelangelo, que o aceitou a contragosto, por se achar mais escultor que pintor e por não gostar do projeto iconográfico, baseado em cenas dos 12 apóstolos. Por isso, tomou como temas centrais de sua decoração a origem do mundo, o pecado original e a ideia neoplatônica da complementação entre o paganismo e o cristianismo. Seus afrescos, terminados em 1512, realizam uma fusão das três artes maiores, com um estilo pictórico baseado em efeitos volumétricos e no emprego de cores complementares.

O trabalho de Michelangelo não terminou com a decoração da abóbada. Em 1533, o papa Clemente VII chamou-o para redecorar a parede do altar com uma gigantesca representação do "Juízo Final". Paulo III, sucessor de Clemente VII, manteve o artista. O afresco foi concluído em 1541. Inspirada na descrição do inferno de Dante, a enorme composição, já em estilo maneirista, se acha dominada pela enérgica figura isolada de um Cristo imberbe, no papel de juiz. A sua volta, ascendem os bem-aventurados, enquanto os pecadores se precipitam numa queda caótica. Essa figura implacável, que ordena com um gesto violento o castigo aos condenados, reflete a inquietude religiosa dos últimos anos de Michelangelo. A cena, sem perspectiva nem segundo plano, representa cumulativamente visões patéticas e movimentos  vigorosos, em que o artista demonstra todo o seu gênio criativo.

Em 1980, uma equipe de especialistas, chefiada pelo italiano Gianluigi Colalucci, iniciou um trabalho de limpeza e restauração de todos esses afrescos de Michelangelo. A tarefa foi completada em 1990.

Basílica de São Pedro

Basílica de São Pedro

A basílica de São Pedro, no Vaticano, foi erigida a partir do modelo de uma cruz latina com três aleias e uma cúpula no cruzamento, diretamente sobre o altar-mor, que cobre o túmulo de são Pedro, o apóstolo. Conhecida como a "igreja dos papas", é um dos mais importantes centros de peregrinação cristã. No interior da basílica encontram-se obras-primas do Renascimento e do barroco, entre as quais destacam-se a "Pietà", de Michelangelo, o baldaquino sobre o altar principal, de Bernini, e a cátedra de são Pedro, feita em bronze.

Expressão máxima da arquitetura renascentista e um dos grandes monumentos da fé católica, a basílica de São Pedro teve seu projeto modificado várias vezes e contou com o trabalho de arquitetos de grande renome.

A basílica atual foi construída sobre os alicerces de uma outra, que o imperador Constantino o Grande mandara erguer entre os anos 326 e 333 sobre o túmulo do apóstolo Pedro, na colina do Vaticano, antigo local do circo de Nero. Concluída em trinta anos, a basílica constantiniana tinha sua entrada em um pátio com jardins e fontes. Desse átrio, cinco portas conduziam ao interior da igreja. Mosaicos e afrescos decoravam as paredes. O túmulo do apóstolo estava localizado no centro do cruzeiro, sob um baldaquino sustentado por seis colunas brancas em espiral.

Basílica de São Pedro

Nos séculos seguintes, o edifício passou por inúmeras reformas, impostas por sucessivos imperadores e pontífices. Ao assumir o pontificado em 1447, o papa Nicolau~V, em vista do péssimo estado de conservação em que se encontrava a construção, com os afrescos cobertos de pó e as paredes acentuadamente inclinadas, propôs a edificação de uma nova basílica. Em 1452, Bernardo Rossellino iniciou a construção de uma nova abside, a oeste da antiga, mas a morte do pontífice interrompeu o projeto.

As obras foram retomadas mais de cinquenta anos depois pelo papa Júlio II, que fez demolir o antigo edifício e designou como responsável pelo novo projeto o arquiteto Donato Bramante. O ambicioso plano de Bramante para a basílica adotava o modelo da cruz grega. Depois da morte de Júlio II, em 1513, e de Bramante, no ano seguinte, assumiram a construção Giuliano da Sangallo, fra Giocondo e Rafael, que modificaram o projeto original, transformando a cruz grega em cruz latina, com três aleias separadas por colunas. Com a morte de Rafael, em 1520, o projeto foi assumido por Antonio da Sangallo o Velho, Baldassare Peruzzi e Andrea Sansovino.

Após o saque de Roma em 1527, o papa Paulo III entregou o projeto a Antonio da Sangallo o Jovem, que retomou o plano de Bramante. Sangallo morreu em 1546 e o papa passou a Michelangelo, então com 62 anos, a responsabilidade da obra. Talvez o artista florentino fosse o único com força espiritual suficiente para levar adiante o trabalho ainda em início, embora arquitetos de valor já tivessem trabalhado antes na basílica. Michelangelo imprimiu à obra a marca de sua genialidade. Ao morrer, em 1564, deixou quase completa a grandiosa cúpula central.

A construção foi, a seguir, entregue a Pirro Ligorio e Giacomo da Vignola e, mais tarde, a Giacomo della Porta, que modificou o desenho de Michelangelo, originalmente mais arredondado, para a cúpula. A nobreza e energia do arco dessa cúpula, talvez a mais majestosa do mundo, extasia ainda críticos e amantes da arte.

Em 1603 o arquiteto milanês Carlo Maderno coordenou a fase final das obras da basílica, desta vez em planta definitiva, com três capelas em cada lado e a cruz latina, estendida para leste, cuja estrutura principal, com 187m, faz da basílica a maior igreja cristã. Maderno completou também a fachada e deixou prontos os desenhos para os campanários que, no entanto, foram substituídos pelos de Gian Lorenzo Bernini, erigidos em 1637. Sob Alexandre VII, entre 1655 e 1667, Bernini fez construir à entrada da basílica a grande praça de São Pedro, em forma elíptica e cercada por colunas.
Tratado de Latrão

Tratado de Latrão

Assinado entre a Santa Sé, representada pelo cardeal Pietro Gasparri, secretário de Estado, e o chefe do governo italiano, Benito Mussolini, o Tratado de Latrão formalizou a existência do Estado do Vaticano (cidade do Vaticano, palácio de Castelgandolfo e as três basílicas patriarcais de São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros), sob a autoridade do papa, e garantiu à igreja uma indenização pelos territórios que perdeu durante o movimento de unificação da Itália. O documento estabeleceu normas para as relações entre a Santa Sé e a Itália, reconheceu o catolicismo como religião oficial desse país, instituiu o ensino confessional nas escolas, conferiu efeitos civis ao casamento religioso, aboliu o divórcio e concedeu numerosas vantagens ao clero.

A chamada questão romana ou dos Estados Pontifícios, ocupados desde 1870 pelo governo italiano, resolveu-se à época de Pio XI com o acordo firmado no palácio de Latrão, em Roma, em 11 de fevereiro de 1929, e ratificado em 1948 pela constituição italiana.

Em fevereiro de 1984, uma concordata firmada entre a Santa Sé e o governo italiano modificou alguns termos do Tratado de Latrão. Destituiu o catolicismo do caráter de religião oficial e aboliu a obrigatoriedade do ensino religioso, que passou a ser oferecido somente a pedido dos pais dos alunos. O Vaticano permaneceu como estado soberano, governado pelo papa e com sede em Roma, que, contudo, perdeu o título de "cidade sagrada".

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