Os Complexos Psicológicos Que Afetam a Humanidade

Os Complexos Psicológicos Que Afetam a Humanidade 

Os Complexos Psicológicos Que Afetam a Humanidade
O senso comum utiliza-se bastante do termo “complexo” para se referir a complexo de inferioridade, de superioridade e outros mais que se referem de forma equivocada a este termo introduzido por Jung. Os complexos foram descobertos por ele durante seus experimentos com associações. Jung começou a perceber que algumas palavras indutoras provocavam reações perturbadoras que revelavam o contato com conteúdos emocionais ocultos e são estes conteúdos que Jung denominou “complexos”. Os complexos são agrupamentos de conteúdos psíquicos carregados de afetividade que estabelecem associações com outros elementos, formando unidades vivas que possuem existência autônoma e que atraem todos os fenômenos psíquicos que ocorram ao alcance de seu campo de ação. O complexo interfere na vida consciente, envolvendo-nos em situações contraditórias, provocando lapsos e gafes, perturbando a memória, arquitetando sonhos e sintomas neuróticos.


A causa mais frequente da origem dos complexos são os conflitos, mas choques e traumas emocionais também são suficientes para sua formação. O bem-estar ou mal-estar da vida de cada pessoa depende dos complexos, que têm maior ou menor autonomia, dependendo da conexão maior ou menor com a totalidade da organização psíquica. Apesar do mal-estar que os complexos podem causar, a psicologia junguiana não os consideram como elementos patológicos, mas como sinal de conteúdos conflitivos que não foram assimilados. Os complexos podem ainda significar uma nova possibilidade de atuação, podem funcionar como um estímulo para que o indivíduo se esforce mais para sua própria realização. A patologia só aparece quando os complexos exigem uma quantidade muito grande de energia psíquica para si. Para que um complexo seja assimilado é necessário que o indivíduo compreenda os conflitos em termos intelectuais, mas que também exteriorize os afetos envolvidos, através de descargas emocionais que eram realizadas pelos antigos através de danças e cantos repetidos. Mesmo em bibliografias do próprio Jung, o conceito de complexo pode aparecer de forma diferenciada, porque, afinal, é mais uma complexidade da psique humana que está sendo estudada incessantemente.

Rebeldia
De todos os adolescentes são esperados comportamentos rebeldes e a rebeldia já virou, inclusive, sinônimo de adolescência. Esta relação feita entre esta fase da vida e este padrão comportamental faz com que a rebeldia seja entendida como uma característica própria da idade, que passa com o tempo e que, como tal, não pode ser solucionada nem discutida. Na verdade a rebeldia é um comportamento comum na fase adolescente, comum no sentido de frequente e não de próprio desta fase. O próprio da fase adolescente, universal e que inevitavelmente acontece com todos os jovens normais, são as mudanças corporais, o aparecimento do interesse sexual, a mudança de outros tipos de interesse e uma nova forma de se relacionar com o mundo, que não é mais infantil nem adulta e que, portanto, caracterizam uma fase de transição muito marcante.

Todas as transformações biológicas e físicas provocam reações diferentes nas pessoas que lidam com o adolescente. Uma grande confusão a respeito do que permitir, o que proibir e o que pode ser aceito desta nova pessoa, acontece com os adultos. Todas as modificações da adolescência provocam conflitos na forma do adulto se relacionar com o adolescente e a sociedade também provoca discussões e leis confusas, que autorizam o voto e outras responsabilidades e desautorizam responsabilidade criminal e outras coisas, fazendo com que a maturidade do jovem seja vista de diferentes formas. Tudo isto é polêmico, controverso e confuso e é este conjunto de coisas que caracteriza o ambiente do adolescente como confuso e conflituoso. A institucionalização das características adolescentes também provocam expectativas de que com todos eles, tudo aconteça exatamente da mesma forma nesta fase e a criança que cresce ouvindo que será assim a partir de determinada idade, provavelmente desenvolve alguns comportamentos para responder ao esperado, sem que isto se desenvolvesse normalmente.

Frente a estes aspectos, é desleal atribuir à fase adolescente toda a responsabilidade pela rebeldia comum nesta fase. Dependendo da relação familiar e do grupo de convívio do adolescente, suas características podem ser diferentes do esperado. Nem todos os jovens desenvolvem os mesmos comportamentos convencionados como característicos, e nem todas as famílias têm problemas na definição de como educar o adolescente. A rebeldia pode ser apenas uma reação à falta de jeito dos adultos para lidar com esta nova fase, da falta de compreensão, apoio e esclarecimento das modificações, que podem assuntar o jovem, se forem absolutamente desconhecidas, e de outros problemas de trato com esta pessoa, que não pode mais ser tratada como a criança que era, e que não tem maturidade suficiente para assumir uma vida adulta. Se os adultos que se relacionam com o adolescente continuam a tratá-lo como criança, se não conseguem aceitar que os interesses dele são outros e não tiverem condições de estabelecer uma relação de colaboração e confiança, a probabilidade de rebeldia na adolescência continuará sempre fazendo com que esta característica seja marcante nesta fase.

Psicoterapia, tratamento dos distúrbios mentais por procedimentos baseados na comunicação verbal e emocional, assim como em outros comportamentos simbólicos. 

Psicoterapia PsicanalíticaPsicoterapia Psicanalítica
Estimulado pelas demonstrações de Jean Martin Charcot, Sigmund Freud empregou a hipnose para "desenterrar" a associação livre, mediante a qual os pacientes se aprofundavam no conhecimento do inconsciente, atitude que ele considerava curativa. Alguns dos discípulos mais destacados de Freud fundaram posteriormente escolas próprias. O mais influente foi Karl Gustav Jung, cujos princípios se baseavam em tentar ajudar os pacientes a reconhecer suas próprias forças internas para conseguir o crescimento e a realização pessoal, superando, assim, os conflitos. Outro dos discípulos de Freud foi Alfred Adler, que afirmava que os distúrbios psicológicos provêm de um modo de vida defeituoso, que supõe a adoção de opiniões e metas equivocadas pela falta de interesse social. 

Psicoterapia Humanística
A mais clássica das terapias humanistas é a psicoterapia centrada no paciente. Carl Rogers via o indivíduo dirigido por uma tendência inata de sobrevivência e reafirmação que o levaria ao crescimento pessoal, à maturidade e ao enriquecimento vital. Outro enfoque humanista, a terapia de Gestalt, foi desenvolvida pelo alemão Fritz Perls. Ele afirmava que a civilização moderna conduz à neurose, já que a força dos indivíduos para reprimir seus desejos naturais frustra sua tendência inata para adaptar-se biológica e psicologicamente ao ambiente. 
Terapia de ComportamentoEsta terapia aplica os métodos próprios da psicologia experimental aos problemas do paciente. Os terapeutas do comportamento não buscam significados ocultos, mas sim, centralizam-se nos fenômenos observáveis e mesuráveis. Recentemente, começaram a prestar mais atenção à influência do pensamento no comportamento e suas terapias; hoje, tem um enfoque mais cognitivo.

Terapia de GrupoA psicoterapia de grupo é mais barata que a individual e oferece outra vantagens. A interação entre os membros do grupo é considerada como a principal fonte de melhora e o trabalho do terapeuta consiste em controlar e facilitar esta interação. Um tipo especial de tratamento de grupo é a terapia familiar, onde se tenta estabelecer uma relação de entendimento entre seus componentes, logrando, assim, o bem-estar de cada um deles. 

Novos enfoques
Desde o final da década de 1960, desenvolveu-se um grande número de métodos terapêuticos novos, alguns deles muito controvertidos como a "terapia fundamental" do psicólogo americano Arthur Janov e a "análise transacional", baseada nos trabalhos de Eric Berne. Outra tendência mais recente é o uso de métodos exatos para superar períodos de crise. Existem dois tipos principais de terapia exata: a primeira dirigida a eliminar a ansiedade e a segunda para romper as defesas habituais do paciente e provocar mudanças. 

Psicose
Psicose
A psicose é utilizada em diferentes sentidos e em diversas situações. É comum que tenhamos contato com este termo através de filmes e livros, os quais se referem a um comportamento anormal, ou ainda como referência de um medo ou terror, que acomete várias pessoas ao mesmo tempo, aparecendo como “psicose coletiva”. As definições em psiquiatria também são muitas e não há nenhuma plenamente satisfatória. A psicose é caracterizada por alterações psicológicas muito graves e muito mais comprometedoras que outros distúrbios, como é o caso da neurose. 


Para diagnosticar uma psicose, o profissional observa o nível de consciência do paciente, se ele está sonolento, desperto ou em vigília, se é capaz de se concentrar, de memorizar, se tem noção de tempo e de espaço, se reage afetivamente, se tem ideias a respeito das coisas que se lhe apresentam, se é capaz de raciocinar e se tem percepção e juízo da realidade. Todas estas observações apontam o nível de comprometimento apresentado por um psicótico. A característica psicológica que apresenta um nível de comprometimento mais preocupante é o juízo da realidade apresentado pelo paciente. A comunicação fica quase totalmente prejudicada, porque esta síndrome provoca a incapacidade de reconhecer fatos e fazer relações entre eles. A principal alteração do juízo é caracterizada pelo aparecimento do delírio, onde o paciente distorce totalmente a realidade e acredita plenamente nas suas fantasias, ficando irredutível a qualquer tentativa de argumentação lógica. 
A psicose não se refere a uma doença específica, trata-se de uma síndrome, ou seja, de um conjunto de doenças diferentes, que possuem sinais e sintomas semelhantes. A esquizofrenia é um dos quadros psicóticos de maior importância. As doenças afetivas, que se caracterizam por fases de depressão e mania, podem também se apresentar como quadros psicóticos, apresentando os conteúdos afetivos da doença como características do delírio. A fase depressiva apresenta delírios de ruína, de culpa, prejuízo, morte, o paciente se sente responsável por grandes catástrofes mundiais, por guerras e desastres. Na fase maníaca os delírios são de grandeza ou de poder. Os quadros psicóticos são caracterizados também por visões de situações fúnebres, por depressão, a pessoa pode chorar muito e ouvir vozes que podem ser de comando ou podem estar chamando pessoas que já morreram, além de outros delírios. A psicose pode aparecer em qualquer fase da vida.

O autismo é um exemplo de uma psicose típica da infância que se caracteriza por um alheamento e pela falta de contato com as pessoas. O uso de drogas como LSD e cocaína podem causar sintomas psicóticos. O álcool também pode causar alucinose alcoólica e o delirium tremens. Algumas doenças como tumores cerebrais e até a AIDS podem levar ao aparecimento da síndrome. A psicose é tratada com medicamentos e, em casos mais graves, a internação é inevitável, mesmo que tenha como objetivo um tratamento rápido com alta precoce. O indivíduo psicótico não tem consciência do seu estado e, por este motivo, pode recusar a medicação. Estas características da síndrome reforçam a ideia da importância da intervenção da família até que o paciente possa tomar conta de si próprio.

Nascimento da psicologia Social
Nascimento da psicologia Social
Nasce na segunda metade do Séc XIX, em alguns países da Europa, e um pouco mais tarde nos Estados Unidos e outros países.

Para alguns, a Psicologia Social surgiu no ano de 1859, junto com a edição da revista “ Grande Enciclopédia Soviética”, de Steintahl e Lazarus.  Esta revista coloca a Psicologia Social como um ramo da psicologia burguesa.

Para outros, a Psicologia Social surge nos últimos anos do séc.XIX, junto ao processo de psicologização da Sociologia.

Como se pode observar, não há um consenso quanto à data e ao contexto em que nasceu a Psicologia Social.

A Psicologia Social não-soviética tem em comum com a Sociologia burguesa a tendência a justificar a ideologia do capitalismo. Mas não se pode reduzir a Psicologia Social burguesa à sua função ideológica; ela também se ocupa de problemas reais, e dispõe de métodos para obter e elaborar a informação científica.

Segundo Kuzmin, a Psicologia Social tomou dois caminhos distintos: um tenta atender as necessidades da Psicologia; o outro, atende à política das classes dominantes (tal como a Sociologia burguesa). Assim sendo, torna-se difícil afirmar que a Psicologia Social está mais próxima da Psicologia ou da Sociologia.

Para Mansurov, a Psicologia Social surge graças aos êxitos das várias Ciências Sociais. Entretanto, reconhece que só esse motivo não foi o bastante; o que influiu mesmo foram os interesses ideológicos e políticos da burguesia.

Mansurov reforça a ideia dos que veem a Psicologia Social como um ramo da Sociologia burguesa, pronta para defender a classe dominante do crescente movimento revolucionário da classe operária.

Segundo Pariguin (autor do texto), a Psicologia Social vai muito além desse caráter ideológico que alguns estudiosos tentam impor a ela. Seria medíocre acreditar numa Psicologia Social servindo apenas aos interesses de uma minoria.

Quem fugiu um pouco dessa análise simplista foi I.S.Kon, relacionando o surgimento da Psicologia Social com a psicologização da Sociologia. Para ele, a Psicologia do meado do nosso século ignorava os fatores sociais e a natureza específica da consciência coletiva. Ocupava-se apenas da Psicologia do indivíduo.

Para o autor, considerar as raízes gnosiológicas da Psicologia Social é tão importante quanto considerar suas raízes sociais. Assim sendo, a Psicologia Social surge também para atender as necessidades do desenvolvimento do saber científico.

Fontes da Psicologia Social:
Gordon Allport aponta Platão como fundador da tendência irracionalista na Psicologia Social. Isso porque Platão subestimava a capacidade de raciocínio das massas. De um modo geral, os filósofos antigos desprezavam o papel das massas populares na sociedade.

Helvécio destacava a importância do meio social para a educação do homem x  o papel da consciência e das paixões do indivíduo para o desenvolvimento da sociedade.

Feuerbach deu ênfase ao fator emocional no processo de comunicação das pessoas, e às relações humanas no desenvolvimento de todas as relações sociais.

Hegel foi um dos que psicologizaram o processo histórico. Ele justificava as ações das massas como advindas de suas necessidades e paixões.

Muitas questões relativas à Psicologia Social estão presentes nas obras dos primeiros pensadores burgueses. A despeito disso, não podemos considerá-los fundadores da Psicologia Social como disciplina científica independente.

Impensável também, creditar aos idealistas subjetivos a criação da Psicologia Social, visto que eles tinham como realidade única o mundo subjetivo da pessoa.

E os idealistas objetivos ? Consideravam como realidade única tão somente a ideia absoluta. Também estão descartados como criadores da Psicologia Social.

A luta de classes, que foi o fio condutor das revoluções burguesas dos séculos XVII-XIX, trouxe à tona a necessidade de um estudo acerca da psicologia dos movimentos de massas, para a compreensão adequada do sentido dos acontecimentos históricos.

Nesse momento de crise da tradicional concepção idealista da história, quem melhor traduziu as particularidades psicossociais de certas camadas foi Balzac, com seus retratos sobre os tipos sociais da França do séc. XIX.

Balzac conseguiu atrair a atenção de filósofos e sociólogos para os problemas da psicologia das classes, através da sua arte.

Para Labriola, foi Balzac, e não Augusto Comte, quem descobriu a psicologia  de classes.

Indo de encontro ao pensamento burguês, os historiadores franceses Thierry, Mignet e Guizot foram os primeiros a reconhecer o papel relevante das massas populares na história.

Segundo Thierry, é mais cômodo para a maioria dos historiadores atribuir a algum herói certas mudanças de ordem profunda na sociedade, ao invés de admitir o papel imprescindível do povo nessas mudanças.

Os trabalhos de Marx e Engels tiveram grande influência sobre os sociólogos e psicólogos burgueses, que passaram a considerar o movimento revolucionário das massas como força progressista do desenvolvimento histórico.

O estudo da psicologia dos povos e das massas é fator originante da Psicologia Social.
Nascimento da Psicologia como ramo de destintos setores da sociologia:
Vários setores da Sociologia tinham interesse pelo desenvolvimento da Psicologia Social. A Lingüística, por exemplo, foi primordial para a Psicologia Social propriamente dita, através dos trabalhos de Lazarus, Stheinthal, e até mesmo de Wilhelm Wundt.

Além da Lingüística, influíram também a Antropologia, a Etnografia e a Arqueologia. Mais especificamente na área psicológica, encontramos influências da Psicologia Geral e da Psiquiatria.

Podemos localizar as primeiras bases da orientação psicossocial na Psicologia, nos trabalhos dos psicólogos Baudouin e McDougall, Wundt e Ribot.

No início do séc. XX, o psiquiatra Sigmund Freud utilizou-se da Psicologia Social para estudar o caráter social e psiquicamente condicionado das neuroses e psicoses de massas.

Particularidades do nascimento da corrente psicológica na sociedade burguesa: 

Cronologicamente, podemos situar o processo de psicologização da Sociologia burguesa na última década do século passado. Aceito esse processo, muitos sociólogos burgueses não tiveram outra saída a não ser admitir que “ ao século dos heróis sucedia o século das massas”, como afirmou o sociólogo e publicista francês G. Le Bon.

Mas, apesar de reconhecerem o poder das massas, os sociólogos burgueses e os psicólogos sociais ainda guardavam resquícios das tradições filosóficas. Reforçando essas tradições, a defesa do capitalismo apontava o movimento revolucionário das massas como algo irracional e destrutivo.

Dessa forma, os psicossociólogos burgueses não foram capazes de legitimar o importante papel das massas na história, dentro de uma concepção científica.

O psicossociólogo G. Tarde e o sociólogo Mikhailovski consideravam de fundamental importância a autoridade do herói e seu poder de sugestão sobre o inconsciente coletivo. Acreditavam que o povo necessita de um modelo a ser imitado, por não ser capaz de agir de forma consciente.

Vendo na Psicologia Social um instrumento ideológico, pronto para defender a exploração dos trabalhadores, reacionários como G. Tarde, Le Bon e Sighele elaboraram a Psicologia Social nessa direção, tratando os povos como anarquistas e bandidos, destruidores da ordem.

Para Le Bon, conhecer as particularidades psicológicas de um povo é o primeiro passo para dominá-lo.

A Psicologia Social como ciência independente nasce entre 1930-1940.

Etapas fundamentais do desenvolvimento da psicologia social burguesa. Seus ramos e traços característicos

A psicologia social burguesa do final do séc . XIX e inicio do séc . XX: 
Podemos distinguir duas etapas no desenvolvimento da Psicologia Social burguesa: a primeira vai da segunda metade do séc. XIX até o primeiro quartel do séc. XX; a segunda vai desse período até os dias atuais.

No primeiro período, duas tendências são notadas: uma vê a psicologia do indivíduo como produto da sociedade; outra está centrada no indivíduo ( psico-individual ), e tenta  explicar tanto a psicologia da sociedade como todas as outras manifestações da vida social. Dentro desta tendência, encontram-se duas correntes: a organicista e da psicologia profunda.

Os organicistas baseavam-se nas reações psíquicas elementares que o homem herdou dos animais, para explicar os fenômenos da vida social.

Os que se ocuparam da psicologia profunda ( dentre eles, Freud ) tentavam descobrir o mecanismo psicológico da conduta do indivíduo, considerando o impulso sexual. Contudo, a concepção psicossocial de Freud é anti-científica.

Diferentemente de Freud, Mikhailovski e G. Tarde situavam os processos psíquicos inconscientes na autoridade do indivíduo e na capacidade imitativa das massas.

Apesar das divergências todos os representantes da psicologia profunda procuravam explicar a vida social por fatores psicológicos.

Entre fins do séc. XIX e início do séc. XX, desenvolveu-se na Psicologia Social a tendência sociológica, que colocava o indivíduo como produto da sociedade. Ribot, Blondel e Piaget defendiam essa ideia.

Outra corrente que surge nesse período na Psicologia Social é a tendência biossocial. Os neopositivistas P. Caullet e E. V. de Roberti foram representantes dessa corrente. 

Augusto Comte enfatiza o caráter socialmente condicionado da psique humana; Durkheim fala do caráter socialmente determinado das funções psíquicas.

Dentro da corrente biossocial, surge o behaviorismo, que considerava os fatores biológicos, interagindo com os processos fisiológicos e o meio social.

O behaviorismo, que teve seu auge durante a Primeira Guerra Mundial, mais tarde foi perdendo terreno para a psicologia profunda, sobretudo para o freudismo, e depois para o neofreudismo.

Um aspecto relevante da Psicologia Social burguesa é a sua tendência ao monismo, como se um único fenômeno pudesse explicar toda a Psicologia.

Outra característica desse período é a concepção irracionalista do homem, de sua psique e de sua conduta. Este pensamento ia de encontro às ideias racionalista de Kant, Hegel e Herbart.

O rápido desenvolvimento das concepções irracionalistas na Psicologia Social tinham base na crise política e ideológica, e também na Filosofia burguesa.

Na Psicologia Social desse período também destacava-se o conceptualismo, que pretensamente elaborava esquemas teóricos gerais para explicar todos os fenômenos sociais.
A psicologia social bruguesa no sec. XX:
Entre os anos 20 e momento atual situa-se a segunda grande etapa da história da Psicologia Social burguesa.

A função aplicada da Psicologia Social nesta fase faz com que diminua o interesse dos psicólogos pelas questões teóricas. Passa-se das amplas generalizações filosóficas para o estudo de pequenas esferas e pequenos grupos sociais.

Após a Segunda Guerra Mundial, os sociólogos e psicólogos sociais burgueses direcionaram seu  objeto de estudo para os pequenos grupos sociais. A partir daí, o pequeno grupo passa a ser visto como a espinha dorsal de toda a estrutura da Psicologia Social.

Esta concepção microssociológica tem a intenção de mascarar as diferenças de classes, aparentando uma homogeneidade social na sociedade burguesa contemporânea.

Uma das características desta corrente é a tentativa de fundamentar o empirismo como método fundamental de investigação.

A oposição entre os métodos empíricos de investigação e a teoria vem comprovar a grande crise metodológica da moderna Psicologia Social burguesa.

Em 1924, Allport generalizou a experiência das primeiras investigações experimentais, assentando as primeiras bases da elaboração metodológica dos problemas relacionados com a experimentação psicossocial.

Embora o experimento psicossocial mereça seu reconhecido valor, não podemos considerá-lo como uma descoberta original da Psicologia Social.

Segundo o psicossociólogo C2urtis, atualmente os psicólogos sociais burgueses defendem a ideia de interação  ( sociedade – indivíduo).

Surgiram novas correntes, como neobehaviorismo e a sociometria, dentre outras.

Uma novidade da Psicologia Social burguesa é o princípio da condicionalidade social. Os sociólogos Parsons e Mead criaram a “teoria dos papéis”.

Essa novas tendências afetam também a concepção freudiana, que passa a considerar as inclinações do homem como resultado da influência do “meio sociológico”.

Psicologia Infantil
Psicologia Infantil é o estudo do comportamento infantil que inclui características físicas, cognitivas, motoras, linguísticas, perceptivas, sociais e emocionais, desde o nascimento até a adolescência. As duas questões básicas para os psicólogos infantis são: determinar como as variáveis ambientais (o comportamento dos pais, por exemplo) e as características biológicas (as predisposições genéticas) interagem no comportamento e estudar como essas mudanças se relacionam e influem mutuamente. 

Estudo Científico
No século XIX, a teoria da evolução de Darwin impulsionou o exame científico do desenvolvimento infantil. O instinto de sobrevivência das muitas espécies animais estimulou o interesse pela observação das crianças, para identificar as diferentes formas de adaptação ao ambiente e o peso da herança em seu comportamento. Em 1916, Lewis Terman introduziu o teste de inteligência (teste de Stanford–Binet), que conduziu a uma série de estudos sobre o desenvolvimento intelectual da criança. Na década de 1920, Arnold Gesell analisou o comportamento infantil através de filmagens, nas quais as crianças foram observadas em idades diferentes, estabelecendo pela primeira vez um desenvolvimento intelectual por etapas, semelhante ao seu desenvolvimento físico. 

Estudos Ambientais
Sigmund Freud insistiu no efeito das variáveis ambientais e na importância do comportamento dos pais durante a infância dos filhos. John B. Watson, principal representante do behaviorismo, analisou as variáveis ambientais como estímulos progressivamente associados a respostas. No início da década de 1960, Jean Piaget utilizou métodos de observação e experimentação que integram variáveis psicológicas e ambientais. 

Teorias Evolutivas ou de Desenvolvimento
As teorias evolutivas relacionam características do comportamento com etapas específicas do crescimento. A teoria freudiana da personalidade e a teoria da percepção e cognição de Piaget são as principais. Ambas explicam o desenvolvimento humano em termos interativos. Segundo Freud, uma personalidade sadia baseia-se na satisfação de necessidades instintivas. Por sua vez, Piaget afirmou que, desde o nascimento, os seres humanos aprendem ativamente, inclusive sem incentivos externos.

Desenvolvimento Infantil
Os diversos aspectos do desenvolvimento da criança abrangem o crescimento físico, as mudanças psicológicas e emocionais e a adaptação social. Existe uma concordância geral de que os modelos de seu desenvolvimento estão determinados por condições genéticas e circunstâncias ambientais: existe um componente genético nas características da personalidade; o crescimento físico depende da saúde; até os dois anos de idade, ocorrem as mudanças mais drásticas na atividade motora. A velocidade para adquirir estas capacidades é determinada de forma congênita. 

Destaca-se a capacidade para compreender e utilizar a linguagem: Noam Chomsky estabeleceu que o cérebro humano está especialmente estruturado para isso, porque esta capacidade não requer uma aprendizagem formal e se desenvolve desde que a criança tem seus primeiros contatos com o mundo exterior. Por outro lado, a formação da personalidade é considerada um processo pelo qual as crianças aprendem a evitar os conflitos e a administrá-los quando aparecem. Os pais excessivamente austeros ou permissivos podem limitar as chances de uma criança tentar evitar ou controlar seus problemas. Está claro que as atitudes dos pais e seus valores influem no desenvolvimento dos filhos. 

As relações sociais infantis supõem interação e coordenação dos interesses mútuos, onde são adquiridos modelos de comportamento social através dos jogos. Além disso, a criança aprende a necessidade de um comportamento cooperativo e de uma organização para alcançar objetivos em grupo. As crianças aprendem o que é aceitável e inaceitável no seu comportamento e, mediante a socialização, conhecem o conceito de moralidade. O pensamento moral apresenta um nível inferior (a regra se cumpre sozinha para evitar o castigo) e um superior (a pessoa compreende racionalmente os princípios morais universais necessários para a sobrevivência social). 

Tendências Atuais 
Atualmente, os psicólogos concordam que determinados fatores de risco biológico, como crianças que nascem abaixo do peso normal, a falta de oxigênio antes ou durante o parto e outros problemas físicos ou fisiológicos, são importantes para o seu desenvolvimento e comportamento posteriores. Também se investiga o papel das variáveis cognitivas na aprendizagem dos papéis sexuais e os estereótipos sobre as diferenças de sexo. Os modelos sexuais foram definidos na nossa cultura, mas a pressão favorável para a mudança destes modelos está rompendo pouco a pouco estes estereótipos, permitindo que um indivíduo mude ou adapte seu comportamento às exigências das situações específicas com as quais vai conviver. 
A psicanálise nasce na Áustria e tem como grande criador Sigmund Freud (1856 - 1939), que era médico em Viena e fundamenta a psicanálise na prática médica, recuperando para a psicologia a importância da afetividade. O objeto de estudo da psicanálise é o inconsciente, o que quebra com a tradição da psicologia como ciência da consciência e da razão. Esta linha teórica ousou colocar “processos misteriosos” do psiquismo, as “regiões obscuras”, como é o caso das fantasias, dos sonhos, esquecimentos e outros problemas internos do homem, como problemas científicos. Foi a investigação destes processos psíquicos que levou Freud à criação da psicanálise. A teoria baseia-se em conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica, caracterizando leis gerais sobre a psique humana.

A psicanálise utiliza-se da interpretação para buscar o significado oculto das coisas. Seu método de investigação consiste em buscar o significado inconsciente das palavras, ações e produções imaginárias de um indivíduo. Este método é baseado em associações livres do indivíduo, que dão validade às interpretações. Os psicanalistas têm uma prática para o tratamento psicológico, através da análise psicoterápica que visa cura ou auto-conhecimento. O paciente é analisado e, como nada sabe, ou sabe muito pouco a respeito dos motivos de sua doença, o profissional tem como função lhe ensinar a compreender a composição das formações psíquicas mais complicadas, reduzindo os sintomas que provocam sofrimento. Toda a psicanálise está muito vinculada ao trajeto pessoal de Freud, porque grande parte da produção de conhecimento teórico foi baseada em experiências pessoais do autor, que foram transcritas em várias obras. Freud formou-se em medicina na universidade de Viena em 1881.

Especializou-se em psiquiatria, trabalhou em um laboratório de fisiologia e deu aulas de neuropatologia. Ele começou a clinicar por problemas financeiros e seus pacientes eram pessoas que sofriam de “problemas nervosos”. Quando terminou a residência, Freud ganhou uma bolsa para estudar em Paris, onde trabalhou com Charcot, um psiquiatra francês que tratava as histerias através da hipnose. Esta prática foi utilizada por Freud quando ele voltou a Viena e, nesta ocasião, teve um importante contato com Josef Breuer, que ajudou na continuidade das investigações. Breuer era médico famoso e tratava de um caso muito significativo. A paciente chamava-se Ana O. e sofria de distúrbios somáticos que produziam paralisia com contratura muscular, inibições e dificuldade de pensamento.

Nesta época, Ana O. cuidava do pai doente e a conclusão do tratamento foi que ela tinha pensamentos e afetos em relação ao desejo de que o pai morresse. Estas ideias e pensamentos foram reprimidos e substituídos por sintomas que só eram esclarecidos sob hipnose, onde a paciente relatava as suas origens. Segundo Freud a rememoração destes sintomas fazia com que eles desaparecessem. Breuer parou de trabalhar com hipnose, porque nem todos os pacientes prestavam-se a ser hipnotizados e, portanto, mudou sua técnica para a concentração que se dava através da conversação normal. A principal função da clínica psicanalítica, que se dá através da análise, é buscar a origem dos sintomas ou dos comportamentos manifestos, ou do que a pessoa verbaliza. Para atingir os objetivos da psicanálise, é necessário vencer as resistências do indivíduo que impedem o acesso ao inconsciente. A psicanálise entrou em modismo, o que levou diversos autores a produzirem, em nome desta teoria, trabalhos cujo conteúdo, métodos e até mesmo os resultados, não condizem com a psicanálise propriamente dita.


Personalidade é um termo que apresenta muitas variações de significado. Em geral representa uma noção de unidade integrativa do ser humano, pressupondo uma ideia de totalidade. No senso comum é usada para se referir à capacidade de rápidas tomadas de decisão, para se referir a uma característica marcante da pessoa, como timidez ou extroversão por exemplo, ou ainda para se referir a alguém importante ou ilustre: “uma personalidade”. A personalidade atribuída a uma pessoa pode definir, para o senso comum, se esta pessoa é boa ou má. A psicologia evita este juízo de valor. A personalidade seria um conjunto de características que diferenciam os indivíduos. 


Estes atributos seriam permanentes e dizem respeito à constituição, temperamento, inteligência, caráter, um jeito específico de se comportar. Para as teorias que utilizam o conceito de personalidade, ela significa a “organização dinâmica dos aspectos cognitivos, afetivos, fisiológicos e morfológicos do indivíduo”. Fala-se também em personalidade básica, que seriam as atitudes, tendências, valores e sentimentos dos membros de uma sociedade. A personalidade pressupõe a possibilidade de um indivíduo se diferenciar, ser original e ter particularidades. Através desta ideia pode-se predizer o que a pessoa fará em determinada situação, pode-se ter ideia de como ela reagiria. Nem todas as teorias trabalham com este conceito porque ele tem uma noção implícita de estrutura, de estabilidade e portanto de características que não mudam. 

No entanto, ela é fruto de uma organização progressiva do ser humano e não apenas entendida como um fenômeno em si. Ela evolui de acordo com a organização interna do indivíduo. A psicanálise afirma que a estrutura da personalidade já está formada aos quatro ou cinco anos de idade, enquanto que, para Piaget, ela começa a se formar entre os oito e doze anos. O caráter, temperamento e os traços de personalidade são termos que se referem a esta noção. Alguns distúrbios podem se relacionar à personalidade, gerando conceitos patológicos, como é o caso da personalidade múltipla (ver em amnésia).


Para a maioria dos profissionais em psicologia, a percepção diz respeito ao processo através do qual os objetos, pessoas, situações ou acontecimentos reais se tornam conscientes. É através da percepção que o ser humano conhece o mundo à sua volta de forma total e complexa. A percepção distingue-se da memória, porque diz respeito a acontecimentos presentes e também é diferente da inteligência e pensamento na medida em que se refere a situações concretas.


A percepção é mais um conceito em psicologia que possui diferentes considerações, a depender da abordagem teórica. Ela pode ser entendida como produto de vários elementos sensitivos ligados a experiências que o indivíduo tem anteriormente, pode ser entendida de maneira bem global, sendo irredutível às sensações, ou pode ter características tão amplas que se confunde com qualquer processo cognoscitivo. Para que o objeto possa ser percebido, ele deve se destacar do mundo fenomenológico, possuindo uma estrutura interna maior do que os outros objetos que o cercam para que se constitua uma “boa figura”, caracterizando o resto como “fundo” sobre o qual ele se destaca.

A “figura” e o “fundo” podem sofrer modificações, dependendo de diversos fatores relacionados com a percepção. A estimulação é fundamental na definição do que constitui a “figura” e no que constitui o “fundo”. Muitas vezes a passagem de “figura” para “fundo” e vice-versa acontece por causa da saturação produzida pelo sistema nervoso quando a estimulação torna-se excessiva. A atitude de um indivíduo, a movimentação do objeto, movimentação da cabeça, interposição dos objetos, tamanho relativo, perspectiva linear e o jogo de luzes e sombras também são alguns dos fatores que determinam o que se define como “figura” e o que se caracteriza como “fundo”. A percepção depende de uma série de fatores precisos, mesmo quando se trata da percepção de um movimento ilusório ou da movimentação de outro objeto que não o que realmente se move.

Paranoia
No senso comum, a paranoia caracteriza-se como uma dificuldade de relacionamento, a pessoa começa a achar que os outros estão sempre contra ela, é muito desconfiada, e esta caracterização do senso comum pode apontar, apenas, para pessoas inseguras. A paranoia é um quadro psicótico onde a pessoa descreve tramas contra si própria, onde há um sentimento de perseguição, a pessoa sente-se como se o mundo estivesse contra ela e tudo que acontece parece ser uma conspiração.


Para o paciente paranoico, até mesmo familiares, amigos e vizinhos podem estar envolvidos na conspiração. A pessoa diz que as pessoas da rua, da televisão e do rádio falam mal dela, que fazem “macumba” contra ela e geralmente refere-se a gravadores, câmeras escondidas e outros aparelhos que a ficam vigiando tempo integral. Mostrar a um paciente que tudo isto que ele relata é irreal, é uma atitude inútil, porque este tipo de avaliação errônea da realidade é um delírio.

O paciente ainda apresenta outras complicações como alucinações auditivas, onde ouve vozes que o ofendem ou comentam seus atos e que, em alguns casos, podem ser vozes que ordenam coisas que o paciente sente-se incapaz de desobedecer. Alguns paranoicos podem negar que estão ouvindo vozes, mas se o profissional observá-lo cuidadosamente, pode surpreendê-los falando sozinhos ou rindo sem motivo, como se estivessem ouvindo algo. O paciente pode se referir a uma perda do controle de seus atos e pode, também, interromper seu discurso ou começar a falar coisas sem sentido, sem conexão com o assunto anterior. Muitas vezes o paranoico pensa que os outros podem saber o que ele está pensando e tem a sensação de que seus pensamentos saem de sua cabeça como um alto-falante. Em alguns casos o paranoico pode se tornar agressivo.

www.klimanaturali.org
www.geografiatotal.com.br
Postagem Anterior Próxima Postagem