Revolução Russa de 1917

Revolução Russa de 1917 

REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917 Movimento revolucionário na Rússia que tem início em 1917, com a queda do czarismo, e termina com o estabelecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o primeiro país socialista do mundo, em 1922. Começa em 27 de fevereiro de 1917, pelo calendário russo (12 de março, no ocidental), com a Revolução de Fevereiro, que força a abdicação do czar. Em 25 de outubro, sempre pelo calendário russo, a Revolução de Outubro instaura a ditadura do proletariado, surgindo, assim, a fase socialista.

No início do século XX, a Rússia se encontrava em uma péssima situação econômica e social. O país era conhecido como o “celeiro” da Europa, uma vez que quase toda sua economia era baseada na agricultura; 80% de sua população vivia nos campos. Esses camponeses trabalhavam em condições deploráveis. Para se ter uma ideia, os mesmos trabalhavam durante o rigoroso inverno russo de -25ºC usando roupas finas. Além disso, eram obrigados a pagar altos impostos para o czar absolutista Nicolau II. Os operários das poucas fábricas russas também viviam na miséria e sem nenhuma força política.

Em 1905, houve uma manifestação pacífica de milhares de operários de São Petersburgo em prol da busca por melhores condições sociais. No entanto, a mesma foi duramente repelida por Nicolau II, o qual ordenou que seus guardas eliminassem os manifestantes. Tal episódio ficou conhecido como o “Domingo Sangrento”.

Mesmo diante de todos estes problemas de ordem social, econômica e política, a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial. Obviamente, os significativos gastos com a guerra agravaram ainda mais o clima de tensão no país.

A grave situação pela qual a Rússia passava (fome, miséria, repressão), agravada ainda mais pelos gastos e pelas baixas causadas pela Primeira Guerra Mundial revoltou a população, eclodindo em manifestações que tomaram conta de todas as grandes cidades do Império. Os manifestantes reivindicavam melhores empregos, salários, condições de vida, um governo mais justo e democrático.

A situação que o império russo passava era tão grave que os próprios homens de Nicolau II passavam a lutar ao lado do povo. Tal situação se tornou insustentável, resultando na queda do czar em 8 de março de 1917 e na instalação de um governo provisório comandado pela burguesia. O novo governo adotou uma série de medidas liberais, como a anistia política, por exemplo.

No entanto, a Revolução Russa teve seu ápice com Lênin, um revolucionário e líder do Partido Comunista. Segundo ele, o governo provisório serviria apenas como um instrumento de dominação da burguesia. Desta forma, com a ajuda dos bolcheviques, prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o poder e implantou um conjunto de mudanças de cunho social, político e econômico, conhecido como Socialismo.

As principais consequências da Revolução Russa foram o surgimento da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), a consolidação dos movimentos operários e o avanço do socialismo em várias partes do mundo.

Revolução Russa (1917)
Queda da Monarquia – A Rússia anterior à revolução abriga vários povos, etnias e culturas. Seu território é propriedade da nobreza. A população rural representa 80% dos habitantes. O avanço da industrialização, por outro lado, faz crescer o número de proletários. As dificuldades econômicas e políticas estimulam ideias revolucionárias contra o regime czarista. Os gastos com a I Guerra Mundial diminuem investimentos e elevam preços, aumentando os conflitos internos, reprimidos violentamente. A fome chega às cidades e há greves em quase todo o país. A insatisfação alcança o auge em fevereiro de 1917. O Exército nega-se a marchar contra o povo e, no dia 27, pelo calendário russo, o czar Nicolau II abdica. O governo é disputado pela burguesia, por meio do Comitê Provisório da Duma (espécie de Parlamento) e pelos socialistas do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), divididos entre os bolcheviques (que defendem a revolução imediata) e os mencheviques (que querem a revolução gradual, mediante reformas). Os socialistas organizam operários, soldados e camponeses em conselhos, chamados de sovietes. Os sovietes de fábricas e de aldeias elegem representantes para conselhos regionais, que, por sua vez, se organizam nacionalmente no Congresso dos Sovietes de Operários, Soldados e Camponeses. Por fim, instala-se um governo provisório composto de ministros liberais e do socialista moderado Aleksandr Kérenski (1881-1970). Mas a crise interna prossegue, com a insistência do governo em seguir na guerra. Cresce a liderança de Lênin, o maior representante dos bolcheviques. Ele defende a saída da guerra, o fortalecimento dos sovietes e o confisco das grandes propriedades rurais para distribuir aos camponeses. A influência dos sovietes nas fábricas e na Marinha aumenta. Os bolcheviques ganham força, levantando como palavra de ordem "Pão, Terra e Trabalho". O governo reprime manifestações e persegue os bolcheviques, forçando Lênin a asilar-se na Finlândia. O fracasso na guerra provoca mudanças no governo, que passa de liberal a socialista moderado, sob a chefia de Kérenski e com o apoio dos mencheviques.

Bolcheviques no poder – Em setembro, Leon Trótski, presidente do soviete de Petrogrado (ex-São Petersburgo), cria a Guarda Vermelha. Lênin volta clandestinamente para o país e convence o comando bolchevique a partir para a revolução, defendendo que o poder passe aos sovietes. A resistência de Kérenski em Moscou é vencida em 25 de outubro (7 de novembro). Os bolcheviques tomam o poder em 7 de novembro e instituem o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin. Trótski assume o Comissariado das Relações Exteriores e Josef Stálin, o das Nacionalidades. Os bolcheviques iniciam a mudança do sistema político e econômico, concedendo aos camponeses o direito exclusivo de exploração das terras. Transferem o controle das fábricas aos operários, expropriam as indústrias e nacionalizam os bancos. Moscou passa a ser a capital do país, em substituição a Petrogrado. Em março de 1918, o governo assina a paz em separado com a Alemanha, aceitando entregar a Polônia, a Ucrânia e a Finlândia. Sofre em seguida reação armada de ampla frente que reúne de capitalistas a mencheviques. Os contra-revolucionários, chamados Brancos, recebem ajuda do Reino Unido, da França, do Japão e, mais tarde, da Polônia.

Consolidação da revolução – Trótski organiza o Exército Vermelho, responsável pela derrota dos contra-revolucionários e das forças externas. A vitória bolchevique instala o terror, com o fuzilamento de milhares de pessoas, incluindo o czar e sua família. O governo adota medidas para reduzir a fome e modernizar o país. Divide a terra dos kulaks, médios proprietários rurais, e os camponeses pobres organizam-se em cooperativas. Em 1921, com a revolução consolidada, Lênin estabelece a Nova Política Econômica (NEP), misto de socialismo e capitalismo, para vencer o impasse econômico. Permite a criação de empresas privadas e o comércio em pequena escala, sob a supervisão do Estado, e autoriza empréstimos externos. A formação da URSS, em 1922, tenta manter unidos diversos territórios do antigo Império Russo que pouco têm em comum. A morte de Lênin, em 1924, provoca uma luta pelo poder entre Trótski e Stálin, que possuem concepções diferentes de revolução. Trótski defende a revolução mundial, enquanto Stálin pretende implantar o socialismo apenas na URSS.

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