Aristocracia Como Forma de Governo e Como Classe Social

Aristocracia Como Forma de Governo e Como Classe Social

#Aristocracia Como Forma de Governo


A palavra aristocracia, de origem grega, designa tanto uma forma de governo quanto uma classe social. Na primeira acepção, teve em Platão seu teórico por excelência. Na segunda, é empregada pelos historiadores para identificar os grupos que, nas diferentes sociedades, apresentam características semelhantes às da antiga aristocracia grega.

A referência à aristocracia costuma trazer à lembrança um ambiente de refinamento e ostentação, mas o significado histórico do termo é muito mais complexo.

Aristocracia Como Forma de Governo - Etimologicamente, a palavra aristocracia significa "governo dos melhores". As duas perguntas básicas a que uma teoria política sobre a aristocracia precisaria responder são: "os melhores em quê?" e "como saber, em qualquer momento, se os que estão no governo são realmente os melhores?". Platão, em seu livro República, sustenta em primeiro lugar que a qualidade que capacita para o governo é o aprimoramento humano total, fundamentado na sabedoria, a qual só os filósofos possuem, uma vez que, ao conhecerem o verdadeiro ser das coisas, são os únicos capazes de aproximar a vida coletiva real da vida ideal. Em segundo lugar, afirma que só por um rigoroso processo de seleção educativa, cujo ponto de partida seja igual para todos, é possível determinar quem deverá mandar em cada momento. Com isso Platão rejeita, portanto, o caráter hereditário da aristocracia.

O certo, contudo, é que em praticamente todos os casos as aristocracias foram hereditárias. Por isso, seus defensores não puderam justificá-las do ponto de vista racional de modo convincente e apelaram para um suposto desígnio divino ou para as vantagens da tradição frente às inovações.

Aristocracia como classe socialEm quase todas as sociedades se pode falar de um grupo originariamente constituído por guerreiros - embora também existam aristocracias religiosas, como os brâmanes na sociedade de castas da Índia - que, uma vez assentados os povos, conquistaram poder, advindo do controle da terra, e passaram a transmitir hereditariamente sua posição e suas propriedades. No Ocidente esse processo se deu na Grécia e na Roma clássicas, assim como na Europa cristã. Nos três casos, a aristocracia foi substituída pela burguesia urbana.

Na Grécia clássica, os eupátridas - os "bem-nascidos" - constituíam uma nobreza guerreira hereditária que se transformou em proprietária de terras. Tempos depois, os grandes comerciantes se uniram a eles e formaram a plutocracia, ou classe dos ricos, a cujos interesses comuns se opunham os chamados democratas, que exigiam maior riqueza e poder para pescadores, artesãos e pequenos comerciantes. Em Roma, depois de implantadas leis igualitárias para os patrícios e a plebe, no século III a.C., formou-se uma nobreza do dinheiro que teve o controle do estado até o fim da república.

A aristocracia europeia tem origem nos títulos (marquês, conde, duque) concedidos pelos imperadores e reis a partir de Carlos Magno. Sua época de ouro foi o feudalismo, durante o qual os nobres dispunham de riquezas, exércitos e amplos domínios sob sua jurisdição. As monarquias absolutistas que se implantaram na Europa a partir do Renascimento foram substituindo progressivamente o poder aristocrático. No plano econômico, a aristocracia perdeu espaço para a burguesia mercantil e, posteriormente, industrial. A revolução francesa representou o choque direto da burguesia emergente, apoiada pelas classes populares, com a aristocracia. A palavra aristocrata passou a ser usada como sinônimo de inimigo da sociedade civil. Na atualidade, a conotação pejorativa foi abrandada, já que os títulos de nobreza têm caráter exclusivamente honorífico.

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