Tonalismo e Atonalismo

O sistema tonal, ou tonalismo, impôs-se a partir do século XVII e dominou toda a música ocidental nos séculos XVIII e XIX. No final do século XIX, as obras de Richard Wagner levaram o cromatismo romântico a extremos que prenunciaram o atonalismo do século XX.
Várias culturas organizam sua música em torno de um ou mais sons
fundamentais, para os quais tende a melodia. A ideia ocidental de
tonalismo corresponde, em seu conjunto, ao sistema específico de
relações entre as notas e os acordes que predominou entre 1650 e 1900, e
presente desde então em diversas correntes da música sinfônica e
popular.
A organização das notas na escala diatônica faz prevalecer alguns sons
sobre os outros e estabelece uma ordem hierárquica e funcional entre
eles. Esse é um dos principais fatores determinantes da alternância
entre momentos de tensão e de repouso numa composição tonal. A nota que
representa, num trecho musical, a sensação máxima de repouso ou
conclusão, recebe o nome de tônica. Outra nota, a dominante, origina o
acorde que conduz diretamente à tônica, num giro harmônico chamado
cadência perfeita ou final. O argumento básico das obras tonais é a
reiteração das tensões, criadas pela presença da dominante, e sua
resolução na tônica. Outro fator de tensão na teoria tonal é o desvio da
harmonia para outras tonalidades, efeito conhecido como modulação.
As primeiras tentativas deliberadas de abandono do sistema tonal levaram ao atonalismo. O surgimento dos movimentos atonais na música ocidental ocorreu no início do século XX, sobretudo com os representantes da escola expressionista de Viena, formada em torno de Arnold Schoenberg.
O atonalismo utilizou a escala cromática de 12 semitons, em substituição à escala diatônica. A uniformidade dessa escala - devido à equidistância entre as notas, o que não ocorre na escala diatônica nem na maioria das escalas em todo o mundo - anulou por completo a funcionalidade e a hierarquia tonal entre os sons, com o que se pretendeu recuperar a melodia e o ritmo como bases da música. Menos que um novo sistema, o atonalismo era inicialmente a negação racional do anterior, o tonal. Como afirmação de um novo parâmetro composicional, surgiu em seguida o dodecafonismo ou música serial, proposto pelo próprio Schoenberg e baseado não mais numa escala, mas numa série de 12 sons definida, segundo algumas regras primordiais, de acordo com a preferência de cada compositor.
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