Vegetarianismo

Vegetarianismo

#VegetarianismoVegetarianismo é a teoria ou prática da alimentação constituída unicamente de vegetais, como legumes, verduras, raízes, frutas, brotos, grãos e frutas secas, adotada por razões éticas, religiosas ou de nutrição. A carne vermelha, o pescado e as aves estão excluídos da dieta vegetariana. As correntes lactovegetarianas admitem a ingestão de leite e seus derivados, e as ovolactovegetarianas incluem também ovos.

Tanto na filosofia grega, representada pelos pitagóricos e neoplatônicos, como na oriental, representada pelo budismo e o bramanismo, o regime vegetariano era entendido como elemento capaz de harmonizar o homem com o universo. A ideia de purificação do corpo e do espírito se manteve, ao longo dos tempos, entre os adeptos do vegetarianismo.

Na antiguidade, a abstenção deliberada de carne na alimentação era praticada provavelmente de forma temporária, relacionada às celebrações rituais, como purificação e meio de acesso às divindades, ou como voto sacerdotal. A proposta de uma dieta vegetariana em caráter permanente surgiu em meados do primeiro milênio anterior à era cristã, simultaneamente na Índia e no Mediterrâneo oriental, de modo aparentemente independente. A partir de Platão, vários filósofos pagãos, entre os quais Epicuro, Plutarco e os neoplatônicos, recomendaram a abstinência de carne. A ideia estava então associada à condenação dos sacrifícios religiosos com derramamento de sangue e à crença na reencarnação. Os brâmanes indianos aplicaram as leis de respeito aos animais sobretudo à vaca, que se tornou sagrada.

Embora modificado, o vegetarianismo não deixou de ser praticado no Oriente, ligado sobretudo aos preceitos religiosos budistas. As tradições monoteístas que dominaram a cultura do Ocidente eram, no entanto, menos favoráveis a essa orientação alimentar, embora os primeiros líderes cristãos e alguns grupos judeus tenham condenado o consumo de carne.

O surgimento de ideais humanitários que caracterizou a filosofia europeia dos séculos XVII e XVIII recuperou, no Ocidente, o hábito da dieta sem carne, justificada em nome do aprimoramento moral da sociedade, sensível ao sofrimento dos animais. Diversas comunidades religiosas adotaram esse costume, especialmente nos países anglo-saxões e germânicos, sob diferentes interpretações éticas. Pensadores e escritores como Voltaire e, já no século XIX, Shelley e Thoreau, praticaram e preconizaram a abstenção de carne. O álcool passou a ser também condenado pela maior parte dos vegetarianos e, aos princípios éticos, somou-se a argumentação de ordem nutricional. A primeira sociedade vegetariana de âmbito nacional foi fundada na Inglaterra, em 1847.

No início do século XX, o vegetarianismo ganhou no Ocidente força suficiente para transformar os hábitos alimentares tradicionais, mesmo dos não-vegetarianos. Em 1908, após o fracasso de tentativa anterior, fundou-se a União Internacional Vegetariana, que atraiu também membros orientais. Alimentos como a pasta de amendoim e os flocos de milho (cornflakes) foram inventados por vegetarianos americanos e tornaram-se muito populares. Como forma de facilitar a mudança de hábito alimentar para pessoas acostumadas à dieta carnívora, criaram-se alimentos que imitam a textura e o sabor da carne, elaborados com vegetais de alto valor proteico, especialmente soja.

Em alguns países, sobretudo na Alemanha, o vegetarianismo promoveu uma reformulação de muitos hábitos e aumentou o interesse pela vida simples, em comunhão com a natureza e, algumas vezes, ligou-se ao movimento nudista. Em outros, a dieta vegetariana passou a ser vista apenas como hábito alimentar saudável, sem implicações éticas ou religiosas.

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