Autópsia, Como é Feita uma Autópsia?

Autópsia, Como é Feita uma Autópsia?

#Autópsia, Como é Feita uma Autópsia?A autópsia, também chamada mais apropriadamente necrópsia, é a dissecação e o exame detalhado de um cadáver e de seus órgãos para determinar a causa da morte, observar os efeitos da doença, identificar as sequências de alterações e, assim, demonstrar a evolução e os mecanismos dos processos mórbidos.

Fundamental para determinar a causa da morte, a autópsia desempenha importante papel na elaboração de estatísticas de mortalidade e na indicação de contágios e epidemias. Ajuda também a revelar erros, a detectar novos males e modalidades de doenças.

As primeiras dissecações para estudo de doenças, realizadas por médicos de Alexandria, ocorreram por volta do século III a.C., mas foi Galeno, no final do século II da nossa era, o primeiro a comparar os sintomas e os sinais mórbidos do paciente com as constatações feitas no exame da parte lesada do cadáver.

A retomada dos estudos de anatomia no Renascimento possibilitou a identificação de anormalidades. Giovanni Battista Morgagni, considerado o pai da patologia moderna, descreveu em 1761 o que se podia ver no cadáver a olho nu. Comparou os sintomas e observações de cerca de 700 pacientes com o que se encontrava anatomicamente no exame de seus corpos. Assim, o estudo do paciente substituiu o estudo de livros e a comparação de tratados.

A autópsia moderna expandiu-se para abranger a utilização de todo o conhecimento e de todos os  instrumentos das ciências básicas especializadas. O exame estendeu-se a estruturas que, por muito pequenas só podem ser vistas através do microscópio eletrônico e à biologia molecular.

MétodoO primeiro passo é uma inspeção completa da parte externa do cadáver, em busca de alguma anormalidade ou lesão, é um exame minucioso do interior do corpo e de seus órgãos. Em geral, seguem-se outros estudos, como análises microscópicas de células e tecidos, culturas e análises químicas.

Faz-se no torso uma incisão em forma de Y, que parte de cada axila ou de cada ombro até a base do esterno e daí continua até o baixo abdome, onde as virilhas se unem na área genital. Cada órgão pode ser removido separadamente para exame, ou o conjunto dos órgãos torácicos são extraídos em um único grupo e os abdominais em outro grupo. Os grandes vasos do pescoço, cabeça e braços são ligados e os órgãos retirados em bloco para dissecação. Os órgãos do pescoço são examinados no local ou removidos por baixo. O cérebro é examinado no crânio, e depois de seccionadas suas ligações, é removido em bloco. A medula espinhal também pode ser extraída.

Daí em diante a dissecação efetua-se pelas costas,  exceto quando se encontra algo que exija modificação no método. Em geral, os grupos de órgãos são removidos juntos para que se determine se há alteração em suas interações funcionais.

O anatomista passa então a examinar a superfície externa e seccionada de cada órgão, suas estruturas vasculares, inclusive artérias, vasos linfáticos, tecido fibroso e nervos. Se necessário, ele pode recolher material para exames posteriores. Imediatamente após a conclusão do processo, todos os órgãos são devolvidos ao corpo e as incisões cuidadosamente suturadas. Uma vez reconstituído o corpo, não resta nenhum indício da autópsia. Concluídos todos os exames -- histológico, químico, toxicológico, bacteriológico e virológico -- elabora-se um relatório que descreve a causa do óbito.

A autópsia na medicina forense. Empregada em casos de crimes e acidentes, a autópsia forense deve descrever em detalhes a aparência exterior e as partes internas do cadáver. A investigação do local do óbito é importante, pois a avaliação das circunstâncias pode ser fundamental para se esclarecer uma morte suspeita, como, por exemplo, causada por suicídio. A documentação fotográfica também é necessária. A autópsia deve ser sempre completa a fim de excluir qualquer causa que possa ter contribuído para o óbito.

Se possível, a hora da morte e o grupo sanguíneo devem ser determinados. Em todas as autópsias, e sobretudo em casos de medicina legal, convém que as descobertas sejam ditadas a um estenógrafo ou gravador mesmo enquanto o anatomista executa o procedimento. Esse registro muitas vezes se torna uma prova legal e deve, portanto, ser completo e preciso.

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