Pedro Páramo | Juan Rulfo

que para as minhas mãos custou trabalho libertar-se de suas mãos mortas. Entretanto, antes me tinha dito:
– Não vás pedir-lhe nada. Exige-lhe o nosso. O que era obrigado a dar-me e nunca deu... O esquecimento em que nos deixou, meu filho, cobra-o caro.
– Assim o farei, mãe.
Mas não pensei em cumprir minha promessa, até há pouco, quando comecei a encher-me de sonhos, a dar asas às ilusões. Dêsse modo foi-se-me formando um mundo em torno da esperança que era aquêle senhor chamado Pedro Páramo, o marido de minha mãe.
Por isso vim a Comala.
Era tempo de calor, quando o ar de agôsto sopra quente, envenenado pelo cheiro pútrido dos saboeiros.
O caminho subia e descia; " sobe ou desce segundo se vai ou se vem. Para o que vai, sobe; para o que vem, desce."
– Como disse mesmo que se chama a vila que se vê lá embaixo?
– Comala, senhor."
– Não vás pedir-lhe nada. Exige-lhe o nosso. O que era obrigado a dar-me e nunca deu... O esquecimento em que nos deixou, meu filho, cobra-o caro.
– Assim o farei, mãe.
Mas não pensei em cumprir minha promessa, até há pouco, quando comecei a encher-me de sonhos, a dar asas às ilusões. Dêsse modo foi-se-me formando um mundo em torno da esperança que era aquêle senhor chamado Pedro Páramo, o marido de minha mãe.
Por isso vim a Comala.
Era tempo de calor, quando o ar de agôsto sopra quente, envenenado pelo cheiro pútrido dos saboeiros.
O caminho subia e descia; " sobe ou desce segundo se vai ou se vem. Para o que vai, sobe; para o que vem, desce."
– Como disse mesmo que se chama a vila que se vê lá embaixo?
– Comala, senhor."
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