Sagarana | Guimarães Rosa

Na viagem é acompanhada por Santana, inspetor escolar, e José Malvino. na fazenda, seu tio está envolvido em uma campanha política. O narrador testemunha o assassinato de Bento Porfírio, mas o crime não interfere no andamento da rotina da fazenda. O narrador tenta conquistar o amor da prima Maria Irma e acaba sendo manipulado pro ela e termina casando-se com Armanda, que era noiva de Ramiro Gouvea. Maria Irma casa-se com Ramiro. Histórias entrecruzam-se na narrativa: a do vaqueiro que buscava uma rês descagarrada e que provocara os marimbondos contra dois ajudantes; o moleque Nicanor que pegava cavalos usando apenas artimanhas; Bento Porfírio assassinado por Alexandre Cabaça; o plano de Maria Irma para casar-se com Ramiro. Mesmo contendo os elementos usuais dos outros contos analisados até aqui, este conto difere no foco narrativo ena linguagem utilizada nos demais.
O autor utiliza uma linguagem mais formal, sem grandes concessões aos coloquialismos e onomatopeias sertanejas. Alguns neologismos aparecem: suaviloquência, filiforme, sossegovitch, sapatogorof - mas longe da melopeia vaqueira tão gosto do autor. A novidade do foco narrativo em primeira pessoa faz desperecer o narrador onisciente clássico, entretanto quando a ação é centrada em personagens secundárias - Nicanor, por exemplo - a onisciência fica transparente. É um conto que fala mais do apego à vida, fauna, flora e costumes de Minas Gerais que de uma história plana com princípios, meio e fim. Os "causos" que se entrelaçam para compor a trama narrativa são meros pretextos para dar corpo a um sentimento de integração e encantamento com a terra natal.
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