Catolicismo no Brasil

Comunidades Eclesiais de Base
Grupos formados por leigos que se multiplicam pelo país após a década de 1960, sob a influência da Teologia da Libertação. Com o decorrer do tempo, as CEBs vinculam o compromisso cristão à luta por justiça social e participam ativamente da vida política do país, associadas a movimentos de reivindicação social e a partidos políticos de esquerda. Um dos principais teóricos do movimento é o ex-frade brasileiro Leonardo Boff. Apesar de entrarem em declínio nos anos 1990, elas continuam mantendo milhares de núcleos em todo o país. Em 2000, de acordo com pesquisa do Instituto Superior de Estudos da Religião (Iser), havia cerca de 70 mil desses núcleos no Brasil.
Renovação Carismática Católica (RCC)
De origem norte-americana, o movimento carismático chega ao Brasil em 1968, pelas
mãos do padre jesuíta Haroldo Rahn. O movimento retoma valores e conceitos esquecidos pelo racionalismo social da Teologia da Libertação. Os fiéis resgatam práticas como a reza do terço, a devoção a Maria e as canções carregadas de emoção e louvor. A RCC valoriza a ação do Espírito Santo, um dos elementos da Santíssima Trindade, o que aproxima o movimento, de certo modo, dos protestantes pentecostais e dos neopentecostais. Os carismáticos têm mais força no interior do país e entre a classe média. Em 2007, de acordo com estudo do Iser, a RCC somava 11 milhões de simpatizantes, representados, em 95% das dioceses, por grupos de oração.
A história do catolicismo no Brasil
A influência do catolicismo no Brasil é forte desde a chegada dos portugueses. No período colonial, ordens e congregações religiosas assumem os serviços nas paróquias e nas dioceses, a educação nos colégios e a catequização indígena. Até meados do século XVIII, o Estado controla a atividade eclesiástica na colônia, responsabiliza-se pelo sustento da Igreja Católica e impede a entrada de outros cultos no Brasil, em troca de reconhecimento e obediência. A separação entre Igreja e Estado, que garante a liberdade religiosa, só ocorre em 1890, após a proclamação da República. A partir da década de 1930, o projeto desenvolvimentista e nacionalista de Getúlio Vargas incentiva a Igreja a valorizar a identidade cultural brasileira, o que leva ao crescimento do número de fiéis na classe média e nas camadas populares. Em 1952 cria-se a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para coordenar a ação da Igreja. É a primeira agremiação episcopal desse tipo no mundo. Durante a década de 1960, a Igreja Católica, influenciada pela Teologia da Libertação, movimento formado por religiosos e leigos que interpreta o Evangelho sob o prisma das questões sociais, atua em setores populares, principalmente por meio das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A instalação do regime militar de 1964 inaugura a fase de conflitos entre a Igreja e o Estado. Após o engajamento da Igreja na luta pela redemocratização, nos anos 1970 e 1980, os movimentos mais ligados à Teologia da Libertação cedem espaço, a partir da década de 1980, à proposta conservadora da Renovação Carismática.
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