Tu, Só tu, Puro Amor | Machado de Assis

Tu, Só tu, Puro Amor | Machado de Assis

Tu, Só tu, Puro Amor | Machado de AssisTítulo: Tu, Só tu, Puro Amor
Autor: Machado de Assis
Gênero: Comédia
Categoria: Literatura Brasileira
Arquivo: PDF
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O desfecho dos amores palacianos de Camões e de D. Catarina de Ataíde é o objeto da comédia, desfecho que deu lugar à subseqüente aventura de África, e mais tarde à partida para a Índia, donde o poeta devia regressar um dia com a imortalidade nas mãos. Não pretendi fazer uma quadro da corte de D. João II, nem sei se o permitiam as proporções mínimas do escrito e a urgência da ocasião. Busquei sim haver-me de maneira que o poeta fosse contemporâneo de seus amores, não lhe dando feições épicas, e, por assim dizer, póstumas.

Na primeira impressão escrevi uma nota, que reproduzi na segunda, acrescentando-lhe alguma coisa explicativa. Como na cena primeira se trata da anedota que motivou o epigrama de Camões ao duque de Aveiro, disse eu ali que, posto se lhe não possa fixar data, usaria dela por me parecer um curioso rasgo de costumes. E aduzi: “Engana-se, creio eu, o Sr. Teófilo Braga, quando afirma que ela só podia ter ocorrido depois do regresso de Camões a Lisboa, alegando, para fundamentar essa opinião, que o título de duque de Aveiro foi criado em 1557. Digo que se engana o distinto escritor, porque eu encontro o duque de Aveiro, cinco anos antes, 1552, indo receber, na qualidade de embaixador, a princesa d. Joana, noiva do príncipe d. João (Veja Mem. e Doc. Anexos aos Anéis de d. João III, págs. 440 e 441); e, se Camões só em 1553 partiu para a Índia, não é impossível que o epigrama e o caso que lhe deu origem fossem anteriores.”

Temos ambos razão, o Sr. Teófilo Braga e eu. Com efeito, o ducado de Aveiro só foi criado formalmente em 1557, mas o agraciado usava o título desde muito antes, por mercê de D. João III: é o que confirma a própria carta régia de 30 de agosto daquele ano, textualmente inserta na Hist. Geneal... de d. Antônio Caetano de Souza, que cita em abono da assersão o testemunho de Andrade, na Crônica d’el-rei d, João III. Naquela mesmas obra se lê (liv. IV, cap. V) que em 1551, na transladação dos ossos d’el-rei D, Manuel estivera presente o duque de Aveiro. Não é pois impossível que a anedota ocorresse antes da primeira ausência de Camões.

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