Wakefield | Nathaniel Hawthorne
Título: WakefieldAutor: Nathaniel Hawthorne
Gênero: Contos
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Que tipo de homem era Wakefield? Somos livres para dar forma à nossa própria idéia e chamá-la pelo nome dele. Estava agora no meridiano da vida; as afeições conjugais, nunca violentas, permaneciam serenas, num sentimento calmo e habitual. De todos os maridos, é provável que fosse o mais constante, pois uma certa indolência mantinha o seu coração em repouso, onde quer que estivesse. Era intelectual, mas de modo não ativo; ocupava a mente em demorados e preguiçosos devaneios, sem propósito definido ou sem vigor para atingí-lo. Seus pensamentos só raras vezes tinham energia para estruturarem-se em palavras.
A imaginação, na significação própria do termo, não alcançava os dons de Wakefield. Tendo um coração frio, mas não corrompido nem errático e um espírito nunca afetado por pensamentos tumultuosos, nem aturdido por originalidades, quem poderia prever que o nosso amigo iria posicionarse num lugar de destaque entre os realizadores de façanhas excêntricas? Se fosse perguntado a seus conhecidos quem era, em Londres, o homem mais certo para não fazer algo hoje que pudesse ser recordado amanhã, eles teriam pensado em Wakefield. Só a esposa de seu coração teria hesitado. Ela, sem necessidade de analisar seu caráter, estava parcialmente consciente de um silencioso egotismo incrustado na mente passiva – de uma peculiar espécie de vaidade, seu atributo mais embaraçoso – de uma disposição para a astúcia, que raramente produzia efeitos mais positivos do que guardar insignificantes segredos, demasiado triviais para serem revelados – e, finalmente, do que ela chamava “uma pequena esquisitice”, às vezes, no bom homem. Esta última qualidade é indefinível e talvez não existente.
www.klimanaturali.org
A imaginação, na significação própria do termo, não alcançava os dons de Wakefield. Tendo um coração frio, mas não corrompido nem errático e um espírito nunca afetado por pensamentos tumultuosos, nem aturdido por originalidades, quem poderia prever que o nosso amigo iria posicionarse num lugar de destaque entre os realizadores de façanhas excêntricas? Se fosse perguntado a seus conhecidos quem era, em Londres, o homem mais certo para não fazer algo hoje que pudesse ser recordado amanhã, eles teriam pensado em Wakefield. Só a esposa de seu coração teria hesitado. Ela, sem necessidade de analisar seu caráter, estava parcialmente consciente de um silencioso egotismo incrustado na mente passiva – de uma peculiar espécie de vaidade, seu atributo mais embaraçoso – de uma disposição para a astúcia, que raramente produzia efeitos mais positivos do que guardar insignificantes segredos, demasiado triviais para serem revelados – e, finalmente, do que ela chamava “uma pequena esquisitice”, às vezes, no bom homem. Esta última qualidade é indefinível e talvez não existente.
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