Parnasianismo no Brasil


Parnasianismo no Brasil


Parnasianismo no BrasilO movimento parnasiano teve grande importância no Brasil, não apenas pelo elevado número de poetas, mas também pela extensão de sua influência. Seus princípios doutrinários dominaram por muito tempo a vida literária do país. Na década de 1870, a poesia romântica deu mostras de cansaço, e mesmo em Castro Alves é possível apontar elementos precursores de uma poesia realista. Assim, entre 1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do romantismo, submetido a uma crítica severa por parte das gerações emergentes, insatisfeitas com sua estética e em busca de novas formas de arte, inspiradas nos ideais positivistas e realistas do momento.

Dessa maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista e a realista, primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves Crespo e Artur de Oliveira, este o principal propagandista do movimento a partir de 1877, quando chegou de uma estada em Paris. O parnasianismo surgiu timidamente no Brasil nos versos de Luís Guimarães Júnior (1880; Sonetos e rimas) e Teófilo Dias (1882; Fanfarras), e firmou-se definitivamente com Raimundo Correia (1883; Sinfonias), Alberto de Oliveira (Meridionais) e Olavo Bilac (1888; Poesias).

O parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao assunto, caracteriza-se pelo realismo, o universalismo e o esteticismo. Este último exige uma forma perfeita quanto à construção e à sintaxe. Os poetas parnasianos vêem o homem preso à matéria, sem possibilidade de libertar-se do determinismo, e tendem então para o pessimismo ou para o sensualismo.

Além de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, que configuraram a trindade parnasiana, o movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís Delfino, Bernardino da Costa Lopes, Francisca Júlia, Guimarães Passos, Carlos Magalhães de Azeredo, Goulart de Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de Meneses, Augusto de Lima e Luís Murat.

A partir de 1890, o simbolismo começou a superar o parnasianismo. O realismo classicizante do parnasianismo teve grande aceitação no Brasil, graças certamente à facilidade oferecida por sua poética, mais de técnica e forma que de inspiração e essência. Assim, ele foi muito além de seus limites cronológicos e se manteve paralelo ao simbolismo e mesmo ao modernismo.

O prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século XIX, fez de seu movimento a escola oficial das letras no país durante muito tempo. Os próprios poetas simbolistas foram excluídos da Academia Brasileira de Letras, quando esta se constituiu, em 1896. Em contato com o simbolismo, o parnasianismo deu lugar, nas duas primeiras décadas do século XX, a uma poesia sincretista e de transição.

Concretismo
Na linha de Malevitch, Mondrian e outros precursores da abstração geométrica, o concretismo objetivava uma arte pautada pela racionalidade, contra a expressão de sentimentos e a representação naturalista. Rejeitando o subjetivismo e o acaso, os concretistas pretendiam sobretudo ser designers de formas: quadros sem texturas e poemas sem versos.

Antecedentes

Na Europa, o ano de 1930 marcou um momento fundamental para o concretismo com o lançamento em Paris de Art Concret, revista de um grupo liderado pelo pintor Theo van Doesburg, que em seu primeiro número propunha "destruir as formas-natureza e substituí-las por formas-arte". As idéias de van Doesburg, que já descendiam do neoplasticismo de Piet Mondrian, foram retomadas a partir de 1936 por Max Bill, cuja vertente particular de concretismo, baseada na Suíça, exerceu influência na Argentina, no Brasil e na Alemanha.

Uma das contribuições mais originais do concretismo foi abordar os problemas da criação plástica junto com os problemas da criação poética, subordinando todos eles aos problemas da forma. Assim como a pintura geometrizada adotou a concretude das linhas e dos planos, abolindo as ilusões representativas, a poesia concreta, dando o verso por extinto, adotou o espaço gráfico como agente estrutural do poema. Em lugar da sintaxe discursiva tradicional propôs a sintaxe analógica, ideogrâmica, que permitia a justaposição de conceitos.

Contra a poesia subjetiva, de expressão ou representação, a poesia concreta queria ser objetiva, sintética, presentativa - mais para ser percebida como um todo do que lida em frações. O material lingüístico, as palavras reduzidas a seus elementos visuais (letras) e fonéticos (sílabas), era relacionado ao espaço, donde a importância atribuída a sua distribuição na página. Os concretistas apresentavam como seus precursores, por terem tido preocupações semelhantes, o Stephane Mallarmé de "Un coup de dés" (Lance de dados), Ezra Pound (Cantos), e. e. cummings, Guillaume Apollinaire (Calligrammes), os futuristas e os dadaístas.

As primeiras manifestações de poesia concreta surgiram com a década de 1950, mas já em 1943 o italiano Carlo Belloli havia exposto um mural de textos-poemas. Em 1952 o sueco Eyvind Fahlström escreveu poemas concretos e, um ano depois, publicou o Manifest för konkret poesie (1953; Manifesto de poesia concreta). De particular importância foi a atividade do suíço-boliviano Eugen Gomringer, autor de Konstellationen (1955; Constelações), quase simultânea à atividade desenvolvida no Brasil pelo grupo paulista da revista Noigandres.

Brasil

O concretismo brasileiro, cujas propostas e invenções foram divulgadas a partir de 1952 pela revista-livro Noigandres firmou-se nos anos seguintes como movimento ativo e influente. Era uma fase de intensa industrialização no país, à qual suas propostas correspondiam. O movimento lançou-se oficialmente com a I Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada em 1956 no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Além dos três poetas de São Paulo que haviam iniciado o movimento, os irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, participaram do evento alguns poetas do Rio que aderiram ao grupo, como Ferreira Gullar e Vlademir Dias Pino. Entre os artistas plásticos, o concretismo já contava a essa altura com a adesão de Hélio Oiticica, Lígia Clark, Ivan Serpa, Franz Josef Weissmann e Aluísio Rodrigues Carvão, entre muitos outros.

Dissidentes do grupo paulista, encabeçados por Ferreira Gullar e Reinaldo Jardim, organizaram-se como neoconcretos no Rio de Janeiro, em 1957, admitindo a presença de elementos subjetivos na estruturação do poema e fazendo do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil seu porta-voz. Aos dois poetas reuniram-se em 1959, na Exposição de Arte Neoconcreta no Museu de Arte Moderna do Rio, os artistas Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Lígia Clark, Lígia Pape e Theon Spanudis.

Conclui-se que as fases que constituíram as mudanças na arte: literatura, música, artes plásticas, teatro; foram seguindo o seu curso de acordo com os acontecimentos do mundo ao seu redor, ou seja, se excluindo quando o mundo sofria as mais terríveis mudanças, guerras, ditaduras, a arte segue a padrões que seguem ao modelo desenhado pela sociedade e situação de tal na época relacionada. Cada geração de artistas tinham em seu interior uma maneira de se expressar, alguns bastante claros e outros, ocultos, alguns excluindo-se da realidade que o segue, e outros a denunciando, mas todos, em todas as épocas foram modelados pela estrutura sociológica de seu tempo ou período. As emoções sentidas pelos artistas são as mãos que fazem o seu trabalho, um simples quadro ou pintura ou verso não revela apenas um mundo pequeno e vazio, revela o tempo em que a pessoa está vivendo, o que ela está sentindo e o que as pessoas ao seu redor estão sentindo. A arte foi e sempre será a maneira mais simples e clara de expressar em pouco espaço, tantos dados e sentimentos.

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