Quinina

Quinina

#QuininaA importância da quinina, presente em abundância na casca das quinas, reside em seu uso medicinal no combate à malária e outras febres palustres. Diz a lenda que as virtudes dessa casca foram ensinadas por um índio de Loja, no Equador, a um missionário jesuíta, por volta de 1600.

A quinina é o principal alcalóide extraído das quinas ou quineiras, árvores do gênero Cinchona da família das rubiáceas, de que há várias espécies com propriedades febrífugas e antimaláricas. Os alcalóides desse grupo - cerca de 25 ao todo, entre os quais a quinidina, a cinchonina e a cinchonidina - têm um anel heterocíclico nitrogenado, o chamado anel quinoleínico.

Isolada da casca das quinas pelos químicos franceses Pierre-Joseph Pelletier e Joseph Caventou em 1820, a quinina se apresenta como um pó branco, cristalino, inodoro, de sabor amargo, muito pouco solúvel em água mas solúvel em álcool e éter. Forma, com numerosos ácidos, sais relativamente solúveis em água, cristalinos e fluorescentes em solução diluída e conhecidos sob o nome genérico de quinino, dos quais os mais usados em terapêutica são o sulfato e o cloreto. O quinino afeta grande número de sistemas biológicos. É irritante da mucosa intestinal - pode provocar dores gástricas, náusea e vômitos -, dos vasos sangüíneos e do epitélio das vias excretoras, principalmente da renal. Tem ação analgésica e discretamente antipirética.

Dentro da farmacologia, a quinina tem como propriedade principal a rápida ação sobre os plasmódios, agentes causadores da malária ou impaludismo. Aplicada com fins curativos, reduz a febre, previne a destruição de glóbulos vermelhos e detém o crescimento e a multiplicação do parasito. Também é dotada de ação preventiva: nas zonas maláricas, tomam-se diariamente pequenas doses de quinina, que evitam o aparecimento da enfermidade, no caso de picada de um mosquito infectado. A quinidina, mais tóxica, deprime o miocárdio e por isso funciona como agente regularizador do ritmo cardíaco. Por sua ação irritante sobre o útero, é abortiva.

A quinina também é usada como estimulante, o que já era do conhecimento dos índios sul-americanos. Entretanto, seu uso sem assistência médica é condenável, pois, tomada em excesso, afeta o ouvido e produz vertigens, podendo causar congestão cerebral e coma. Há pessoas com tal sensibilidade à droga que a mínima dose já lhes produz transtornos que vão desde uma erupção temporária até convulsões.

Por volta de 1865, sementes de espécies colhidas por holandeses nas margens do alto Madeira, no Peru, foram levadas para a ilha de Java na Indonésia. O plantio racional de Cinchona, ali iniciado, atendeu daquela época até a segunda guerra mundial a totalidade da demanda do alcalóide no mundo. Durante a segunda guerra mundial, os japoneses capturaram as possessões holandesas e bloquearam a fonte de abastecimento. Por esse motivo, as quinas silvestres sul-americanas voltaram a ser procuradas. Como a produção era insuficiente, foram feitos plantios de quina em Porto Rico e, ao mesmo tempo, lançados produtos sintéticos que passaram a ser usados como substitutos da quinina: a atebrina e a plasmoquina.

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