Adubo ou Fertilizante

Adubo ou Fertilizante

#Adubo ou FertilizanteAdubo ou fertilizante é toda substância natural, ou obtida industrialmente, usada para fornecer um ou mais nutrientes de que o solo é pobre e as plantas necessitam para crescer com vigor e dar melhores colheitas. A adubação aumenta o rendimento das plantas quando se usa o adubo certo na quantidade adequada, no momento e da maneira indicados, sempre que não houver outro fator limitante (falta ou excesso de água, más condições de temperatura, práticas culturais defeituosas, incidência de pragas e doenças, variedades não produtivas). A indústria dos chamados adubos minerais iniciou-se a partir de meados do século XIX, depois que Justus von Liebig formulou a teoria de que as plantas se alimentam de minerais que o solo fornece.

Desde que o homem começou a praticar a agricultura de maneira contínua e sistemática, percebeu que para melhorar o rendimento de suas terras era preciso acrescentar-lhes certas substâncias. Os primeiros produtos usados como adubo foram os excrementos animais, a cinza vegetal oriunda da queima de plantas e o lodo de rios, lagos e pântanos.

Necessidades vitais das plantasAs plantas necessitam de 16 elementos para viver: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco. Os três primeiros, que constituem cerca de 95% do peso da matéria seca do vegetal, são fornecidos pelo ar e pela água, na forma de gás carbônico, oxigênio molecular e água. Os 13 restantes, chamados nutrientes minerais, são absorvidos do solo através das raízes.

A carência, no solo, de alguns desses elementos pode ser denunciada pelas próprias plantas, por meio de sinais como o amarelecimento de folhas ou talos, o crescimento emperrado, a escassez ou ausência de frutificação e as descolorações ou manchas que se disseminam. Para evitar problemas dessa ordem, os adubos são aplicados diretamente no solo ou através de pulverizações na folhagem. Diversos fatores incidem para que as substâncias agregadas ao solo sejam devidamente aproveitadas. Entre eles, o grau de acidez e a composição química da terra, sua capacidade de drenagem da água, as atividades dos microrganismos e a própria natureza do adubo.

Três dos elementos que as plantas absorvem do solo -- o nitrogênio, o fósforo e o potássio -- são exigidos em maior quantidade que os demais, entrando por isso com destaque na composição dos adubos comerciais à venda. O nitrogênio é imprescindível ao crescimento vegetativo e à floração; o fósforo atua sobre o metabolismo das plantas e favorece, em especial, o desenvolvimento das raízes; e o potássio é vital para a formação de flores e frutos. Os adubos que contêm em proporções adequadas esses três elementos básicos, chamados de macronutrientes, são considerados completos.

Tipos de adubos Os adubos podem ser orgânicos e inorgânicos, conforme procedam de matérias naturais ou sejam preparados com sais minerais obtidos artificialmente, por diversos processos químicos.

Os adubos inorgânicos ou minerais são sobretudo os fosfatados (como os superfosfatos, o fosfato bicálcico, a escória de Thomas, o termofosfato, as apatitas); os nitrogenados (como a calciocianamida, o nitrocálcio, o salitre-do-chile, o sulfato de amônio, o sulfonitrato de amônio, a ureia, a amônia anidra); e os potássicos (como o cloreto e o sulfato de potássio ou o sulfato de potássio e magnésio). Na agricultura em larga escala, tanto os adubos orgânicos quanto os inorgânicos foram progressivamente substituídos pelos fertilizantes industrializados. Os processos químicos de tratamento dos fosfatos naturais pelo ácido sulfúrico são considerados o ponto de partida da próspera indústria de fertilizantes no mundo.

Entre os adubos orgânicos, mantidos em uso em hortas, jardins, pequenas roças e pomares, salientam-se o esterco (principalmente de boi ou de galinha), usado quando curtido, ou seja, quando sua fermentação se completa, depois de um certo tempo em descanso; o composto, ou mistura de resíduos vegetais, usado da mesma forma que o esterco; e as tortas de oleaginosas, ou bagaço da prensagem de sementes de plantas como o algodão e a mamona para extração de óleo. Resíduos de outras espécies, como o bagaço de cana, podem desempenhar função semelhante à do composto e à das tortas, encontrando por isso ainda, mesmo em lavouras, um uso bem difundido.

Outro processo orgânico é o da adubação nitrogenada. Plantas da família das leguminosas, como o trevo e a alfafa, têm em suas raízes bactérias que extraem nitrogênio do ar para fixá-lo na terra. Por isso, são semeadas com antecedência, nos locais onde será feito um cultivo, e enterradas no solo quando estão florescendo. Sua massa verde misturada à terra torna-a mais rica em nitrogênio, favorecendo o cultivo a ser feito. Entre as leguminosas mais usadas no Brasil nessa adubação estão o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), o tremoço (Lupinus sp.), o guandu (Cajanus cajan), a crotalária (Crotalaria juncea) e a mucuna (Stizolobium sp.).

Os fertilizantes sintéticos, embora enriqueçam o solo nos primeiros anos de uso, podem levá-lo a um esgotamento, se forem aplicados por períodos continuados sem o acréscimo simultâneo de novas matérias orgânicas. Nas últimas décadas, muitas terras, em várias partes do mundo sofreram um decréscimo de sua capacidade produtiva devido ao abuso na aplicação de fertilizantes. Em vista disso, acentua-se o movimento da chamada agricultura orgânica, que propõe métodos mais naturais de lidar com a terra, paralelamente à preferência pela adubação com esterco, tortas, compostos e produtos similares que não dependam da química.

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