História do Idioma Alemão

História do Idioma Alemão

História do Idioma AlemãoNo decurso do seu completo desenvolvimento histórico, os povos germânicos tiveram na língua alemã um fator de unificação que lhes permitiu manter uma tradição cultural comum.

O alemão é uma língua indo-européia, do grupo germânico, usada principalmente na Europa central e em certas regiões da Europa oriental e ocidental. A certidão de nascimento dessa língua são os Strassburger Eide (Juramentos de Estrasburgo), do ano 842, que estabeleceram a fronteira entre os germânicos alemães e os germânicos francos (transformados pela latinização completa em franceses).

Fronteiras da língua. Em grande parte da Europa central e oriental as fronteiras políticas e as lingüísticas nunca coincidiram. A língua alemã é falada na Alemanha, na Áustria e na maioria dos cantões da Suíça. Na Europa ocidental existem ilhas lingüísticas do alemão em Luxemburgo e nos cantões belgas de Eupen e Malmédy; o alemão também é falado na Alsácia (França) e na província de Bolzano (Tirol italiano). Essas ilhas lingüísticas têm escassa importância literária; os alsacianos, que participaram fortemente da literatura alemã medieval, foram depois afrancesados e só usam alemão como dialeto falado.

De importância literária muito maior são os grupos de fala alemã na Europa oriental. Na área em que se instalou a República Tcheca, que pertenceu até 1918 à Áustria, sempre se usou parcialmente o alemão, sobretudo em Praga; esta abrigou até 1945 uma minoria alemã, da qual saíram escritores importantes como Rainer Maria Rilke e Franz Kafka. Existiam ou existem ilhas lingüísticas do alemão na Transilvânia (Romênia) e sobretudo nos países bálticos, cuja minoria de fala alemã teve forte atividade literária, especialmente na segunda metade do século XVIII.

A língua alemã falada divide-se em grande número de dialetos, de pronúncia bem diferente do alemão literário, que na Áustria, na parte alemã da Suíça e nas regiões rurais do norte da Alemanha é usado exclusivamente na vida pública, na escola e nos livros e periódicos. As diferenças quanto à língua falada são tão notáveis que o austro-alemão, o Schwyzerdütsch (na Suíça) e o Plattdeutsch (baixo alemão), quando falados, são praticamente incompreensíveis aos alemães de outras regiões.

Evolução histórica. A língua alemã é, historicamente, o resultado da primeira Lautverschiebung (mutação consonântica), ocorrida durante a época das grandes migrações e terminada antes do ano 750. Por essa mutação, efeito da influência da pronúncia celtizada e romantizada dos alemães do sul, o Hochdeutsch (alto alemão) separou-se definitivamente de todas as outras línguas germânicas e do Plattdeutsch. O resultado foi o Althochdeutsch (alemão antigo), da época carolíngia, tão diferente do alemão moderno, que parece uma língua estrangeira. Nele foram redigidos os primeiros textos da literatura alemã.

Uma segunda mutação aconteceu por volta de 1130, sob a influência do dialeto bávaro-austríaco. Seu resultado foi o Mittelhochdeutsch (alemão medieval), em que estão redigidos todos os textos literários da época entre 1130 e 1250.

Uma tentativa de reunificação da língua, com base nos dialetos da Saxônia, foi feita no século XIV pela chancelaria do imperador Carlos IV (1346-1378) em Praga. Essa "linguagem da chancelaria" foi adotada no século XV pelas autoridades da Alemanha do centro e do sul, sendo que a invenção da imprensa tipográfica forçou a unificação, para que a venda dos livros impressos se tornasse possível em todo o território de língua alemã. No começo do século XVI a unificação foi concluída pela tradução da Bíblia (1522-1534) por Martinho Lutero, que conferiu ao dialeto saxônico a dignidade de nova língua literária, o Neuhochdeutsch.

Morfologia. Entre os traços mais característicos do alemão atual estão a declinação de substantivos e pronomes, a existência de três tempos primitivos dos verbos (infinitivo, indicativo passado e particípio passado) e de dois tipos de conjugação: fraca ou regular e forte ou irregular. A sintaxe apresenta certas estruturas rígidas de ordenação das palavras na frase. Uma oração assertiva pode começar pelo sujeito ou qualquer outro elemento, mas o verbo conjugado (principal ou auxiliar) ocupa sempre a segunda posição. O verbo principal, nos tempos compostos, aparece sempre no final da oração. A voz passiva constrói-se com o auxiliar werden ("tornar-se") e apresenta a particularidade de poder ser empregada mesmo com verbos intransitivos, mediante uma construção impessoal.

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