Cabo Verde | Geografia, História e Cultura de Cabo Verde

Cabo Verde | Geografia, História e Cultura de Cabo Verde

Vista da cidade de Mindelo na baía do Porto Grande, com o Monte Cara (à esquerda) e Santo Antão (ao fundo, à direita).

Geografia de Cabo Verde

Cabo Verde é um arquipélago localizado ao largo da costa da África Ocidental. As ilhas vulcânicas que o compõem são pequenas e montanhosas. Existe um vulcão activo, na ilha do Fogo, que é igualmente o ponto mais elevado do arquipélago, com 2829 m. O país é constituído por 10 ilhas, das quais 9 habitadas, e vários ilhéus desabitados, divididos em dois grupos:

* Ao norte, as ilhas de Barlavento. Relacionando de oeste para leste: Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia (desabitada), São Nicolau, Sal e Boa Vista. Pertencem ainda ao grupo de Barlavento os ilhéus desabitados de Branco e Raso, situados entre Santa Luzia e São Nicolau, o ilhéu dos Pássaros, em frente à cidade de Mindelo, na ilha de São Vicente e os ilhéus Rabo de Junco, na costa da ilha do Sal e os ilhéus de Sal Rei e do Baluarte, na costa da ilha de Boa Vista;

* Ao sul, as ilhas de Sotavento. Enumerando de leste para oeste: Maio, Santiago, Fogo e Brava. O ilhéu de Santa Maria, em frente à cidade de Praia, na Ilha de Santiago; os ilhéus Grande, Rombo, Baixo, de Cima, do Rei, Luiz Carneiro e o ilhéu Sapado, situados a cerca de 8 km da ilha Brava e o ilhéu da Areia, junto à costa dessa mesma ilha.

As maiores ilhas são a de Santiago a sudeste, onde se situa Praia, a capital do país, e a ilha de Santo Antão, no extremo noroeste. Praia é também o principal aglomerado populacional do arquipélago, seguida por Mindelo, na ilha de São Vicente.

Pontos extremos
* N Norte: Ponta do Sol, na ilha de Santo Antão 17° 11′ N 25° 05′ W
* S Sul: Ponta Nhô Martinho, na ilha Brava 14° 49′ N 24° 42′ W
* E Este: Ilhéu do Roque, na ilha da Boa Vista 16° 05′ N 22° 40′ W
* W Oeste: Ponta Chão de Morgado, na ilha de Santo Antão 17° 03′ N 25° 21′ W
* H Altitude máxima: Pico do Fogo, na ilha do Fogo (2.829 m alt.) 14° 57′ N 24° 20′ W


Clima

O arquipélago de Cabo Verde está localizado na zona sub-saheliana, com um clima árido ou semi-árido. O oceano e os ventos alíseos moderam a temperatura. A média anual raramente é superior a 25 °C e não desce abaixo dos 20 °C. A temperatura da água do mar varia entre 21 °C em Fevereiro e 25 °C em Setembro.

As estações do ano são fundamentalmente duas: as-águas e as-secas ou tempo das brisas.

A estação chuvosa, de Agosto a Outubro, é muito irregular e geralmente com fraca pluviosidade, em especial nas ilhas de São Vicente e Sal, onde tem havido vários anos seguidos sem chuva. As ilhas mais acidentadas, como Santo Antão, Santiago e Fogo, beneficiam de maior pluviosidade.

A estação mais seca, de Dezembro a Julho, é caracterizada por ventos constantes. A chamada bruma seca, trazida pelo vento harmatão das areias do Saara, chega a provocar a interrupção dos serviços nos aeroportos.

Economia

Cabo verde é um estado arquipélago com uma economia subsenvolvida e que sofre com uma carecia de alternativa de recursos e com o crescimento populacional. Os principais meios econômicos são a agricultura, a riqueza marinha do arquipélago, a prestação de serviços que corresponde a 80% do PIB, e mais recentemente o turismo que tem ganhado crescente relevância. As principais ilhas turísticas são a Ilha do Sal e a Ilha da Boa Vista.

A agricultura sofre com os constantes períodos de seca e carece de uma melhor infra-estrutura e modernização das técnicas agrícolas, os investimentos que atenderiam a essa necessidade seriam através de uma melhor educação dos cultivadores e da organização de um mercado de consumo dos produtos. A economia sustenta basicamente o mercado interno cabo-verdiano por meio da agricultura de sequeiro com base na associação tradicional do milho e dos feijoeiros anuais. Também têm se introduzido novas culturas de produtos e plantas como legumes, frutas e hortaliças para a distribuição interna do mercado. Os principais produtos exportados são o café, a banana e a cana de açúcar que possuem mercados restritos e limitados.

No setor de pescas vem sendo implantado uma modernização dos meios artesanais e métodos tradicionais para um melhor aproveitamento desses recursos isso vendo sendo feito através do apoio de organismos especializados, porém a rentabilidade da pesca exige uma industrialização do pescado e a organização dos mercados para que seja escoada a produção.

Nos dias atuais o turismo tem se tornado uma importante fonte econômica para o país, o que dificulta é a questão estrutural. Cabo Verde necessita de um desenvolvimento das estradas, portos e aeroportos, de meios de comunicação rápidos e freqüentes além da criação de uma forte rede hoteleira que atenda a necessidade dos turistas.

Portugal tem fortemente cooperado e ajudado Cabo Verde a nível econômico e social, o que resultou na indexação de sua moeda, o escudo cabo-verdiano, ao Euro, e no crescimento de sua economia interna. O ex-Primeiro-ministro de Portugal, José Durão Barroso, e Presidente da Comissão Européia no segundo semestre de 2004, prometeu integrar Cabo Verde à área de influência da União Européia, através de maior cooperação com Portugal.

A economia cabo-verdiano desenvolveu-se significativamente desde o final da última década, nos dias atuais esta transformação é sustentada por um vasto programa de infra-estrutura por parte do governo em domínios vitais como os transportes terrestres, os transportes marítimos, os transportes aéreos, as comunicações, dentre outros. O país tem muitos emigrantes espalhados pelo mundo (com especial foco para EUA e Portugal) que contribuem com remessas financeiras significativas para o seu país de origem.

Demografia

Os cabo-verdianos são descendentes de antigos escravos africanos e dos seus senhores portugueses. Grande parte dos cabo-verdianos emigra para o estrangeiro, principalmente para os Estados Unidos, Portugal e Brasil. Um facto curioso é que há mais cabo-verdianos a residir no estrangeiro que no próprio país.

Marcadamente jovem na sua estrutura etária, com 40% dos efectivos entre os 0-14 anos (estimativa 2005) e apenas 6% acima dos 65 anos, a média de idades da população caboverdeana ronda os 24 anos.

A esperança média de vida, que em 1975 rondava os 63 anos, atinge, em 2003, os 71 anos (67 para homens; 75 para as mulheres). A taxa de mortalidade infantil, que em 1975 rondava os 110‰, representava, em 2004, um valor de 20‰ (44‰ em 1990; 26‰ em 2000), um valor inferior às taxas de outros países de categoria de rendimento semelhante.

A taxa de crescimento da população, dependente dos fluxos migratórios, situou-se, no decénio 1990-2000 (data do último censo populacional), em cerca de 2,4%, valor que se manteve constante até 2005. De aí em diante prevê-se que a mesma estabilize em torno dos 1,9%. Os agregados familiares, em 2006, eram constituídos, em média, por 4,9 membros (5 no meio rural e 4,5 no meio urbano).

Ilha de Boa Vista

Ilha de Boa Vista

Boa Vista (também escrito Boavista) é uma ilha do grupo do Barlavento de Cabo Verde. De todas as 10 ilhas do arquipélago, é a situada mais a leste, distando apenas 455 km da costa africana. Sua superfície de 620 km² a torna a terceira maior ilha do país, depois de Santiago e Santo Antão. Tem cerca de 31 km de norte a sul e 29 km de leste para oeste. A maior povoação da ilha é a vila de Sal Rei, com cerca de 2500 habitantes.

Boa Vista tem as mais extensas praias de Cabo Verde e tem sido recentemente alvo do investidores turísticos, que construíram vários hotéis e infraestruturas turísticas. Há boas condições para mergulho, livre ou autónomo, nos diversos ilhéus que rodeiam a ilha.

Personalidades
Filhos ilustres do lugar são o primeiro presidente do país, Aristides Pereira, o escritor Germano Almeida, o actual presidente da Assembleia da República Aristides Lima, o músico Ary Morais, o poeta Daniel Filipe, e o benfeitor descendente de judeus David Benoliel.

Língua
Para além do português, língua oficial, o crioulo cabo-verdiano é usado no dia-a-dia pela maioria da população da Boavista. Existe uma variante local do crioulo cabo-verdiano.

Ilha Brava

Vila Nova SintraVila Nova Sintra, situada no planalto 450m
acima do nível do mar, Ilha Brava
Ilha Brava
Vila de Nova Sintra, Ilha BravaVila de Nova Sintra, Ilha Brava
Porto de Fajã de Água, Ilha BravaPorto de Fajã de Água, Ilha Brava

Brava é uma ilha e concelho do Sotavento de Cabo Verde. A sua maior povoação é a vila de Nova Sintra. O único concelho da ilha tem cerca de sete mil habitantes. Com 67 km², Brava é a menor das ilhas habitadas de Cabo Verde, e tem uma densidade populacional de 101,49/km². A ilha tem uma escola, um liceu, uma igreja e uma praça, a Praça Eugénio Tavares.

Nomenclatura
Quando a ilha foi descoberta, deram-lhe o nome de S. João. No entanto, algum tempo depois o nome foi alterado devido ao aspecto florido que a ilha tinha. Foi-lhe dado o nome "Brava" que significa "selvagem". Sendo "brava" um adjectivo, tal como "selvagem", "rebelde", "verde" ou outro adjectivo qualquer, o nome da ilha, ao contrário das outras todas, não vem regido da preposição "de", como é o caso de substantivos — nomes de coisas (Fogo, Maio, Sal) ou nomes de Santos (São Nicolau, Santa Luzia, São Vicente, etc.). O mesmo se passa com "ilha Terceira" nos Açores (e não ilha da Terceira). Até em crioulo existe essa diferença: diz-se Dja d' Sal, Dja r' Mai', Dja di Santiagu, Dja r' Fogu, mas nunca Dja di Braba, é sempre Dja Braba.

Ilha do Maio

Ilha do Maio

Maio é uma ilha de Cabo Verde. Faz parte do grupo de Sotavento. A maior povoação da ilha é a Vila do Maio (Porto Inglês). A ilha tem cerca de 7 mil habitantes e 269 km².

Língua
Para além do português, língua oficial, o crioulo cabo-verdiano é usado no dia-a-dia pela maioria da população do Maio. Existe uma variante local do crioulo cabo-verdiano.

Localidades
* Alcatraz
* Barreiro
* Calheta
* Cascabulho
* Figueira da Horta
* Figueira Seca
* João
* Lagoa
* Monte Branco
* Morro
* Morrinho
* Pedro Vaz na costa leste do Maio
* Pedro Vaz localizada próximo da baía Galeão
* Pilão Cão
* Porto Cais
* Praia Gonçalo
* Ribeira Dom João
* Santo António
* Vila do Maio (Porto Inglês)

Cultura de Cabo Verde

Cultura de Cabo Verde


Em todos os seus aspectos, a cultura de Cabo Verde caracteriza-se por uma miscigenação de elementos europeus e africanos. Não se trata de um somatório de duas culturas, convivendo lado a lado, mas sim, um terceiro produto, totalmente novo, resultante de um intercâmbio que começou há quinhentos anos.

O caso cabo-verdiano pode ser situado no contexto comum das nações africanas, no qual as elites, que questionaram a superioridade racial e cultural européia e que, em alguns casos, empreenderam uma longa luta armada contra o imperialismo europeu e pela libertação nacional, utilizam hoje o domínio dos códigos ocidentais como principal instrumento de dominação interna.

Artesanato
O artesanato tem grande importância na cultura cabo-verdiana. A tecelagem e a cerâmica são artes muito apreciadas no país. Produzido quer para utensílio, quer para decoração, o artesanato do Cabo Verde é muito singular e é verdadeiro instrumento de expressão da cultura popular. Hoje em dia, ele é igualmente atração para os turistas, constituindo seu fabrico e comercialização o único meio de subsistência para algumas famílias.

Língua Falada de Cabo Verde

Língua Falada de Cabo Verde


A língua oficial é o português, usada nas escolas, na administração pública, na imprensa e nas publicações. A língua nacional de Cabo Verde, a língua do povo, é o crioulo cabo-verdiano (criol, kriolu). Cabo Verde é formado por dez ilhas e cada uma tem um crioulo diferente. O crioulo está oficialmente em processo de normalização (criação duma norma) e discute-se a sua adopção como segunda língua oficial, ao lado do português.

* Cabo Verde é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
* Cabo Verde é país-sede de um organismo da CPLP, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP).
* O francês e o inglês são leccionados no ensino secundário.
* Existe uma comunidade de imigrantes senegaleses, especialmente na ilha do Sal, que fala também o francês.

Religião de Cabo Verde

Religião de Cabo Verde


Os cabo-verdianos são de maioria Católica Romana (mais de 90%). Outras denominações cristãs também estão implantadas em Cabo Verde, com destaque para os protestantes da Igreja do Nazareno e da Igreja Adventista do Sétimo Dia, assim como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mormons), a Congregação Cristã em Cabo Verde, Assembleia de Deus, Testemunhas de Jeová e outros grupos pentecostais e adventista. Há pequenas minorias muçulmanas e da Fé Bahá'í. A Igreja Universal do Reino de Deus também tem seguidores em Cabo Verde. A liberdade de religião é garantida pela Constituição e respeitada pelo governo. Há boas relações entre as diversas confissões religiosas.

Música de Cabo verdeMúsica de Cabo verde

De um modo muito resumido, pode-se dizer que a música de Cabo Verde resulta de elementos musicais europeus (sobretudo de origem portuguesa) aos quais se sobrepõem elementos musicais africanos.

História

Existem poucos registos acerca da evolução da música em Cabo Verde. Sendo a música um veículo de expressão que se manifesta naturalmente no ser humano, seria natural de se esperar que as populações que povoaram Cabo Verde (africanos e europeus) levassem consigo as suas tradições musicais. Mas sobre o momento exacto em que se deu um processo de miscigenação musical, nada se sabe.

Durante a colonização portuguesa, o tipo de música permitido pela administração era sobretudo a música eclesiástica, sendo outras formas de expressão da população relegadas para um contexto um tanto ou quanto clandestino. Essa política de repressão aumentou durante o regime do Estado Novo pela administração portuguesa, por considerar certos géneros como «africanos», e por causa disso, certas formas musicais estiveram à beira da extinção.

Depois da independência, houve um ressurgir desses géneros musicais, mas também novas experiências têm sido feitas conferindo à música cabo-verdiana características diferentes das que são descritas abaixo.

Géneros musicais
De um modo inconsciente, o cabo-verdiano tem tendência em classificar a música de Cabo Verde em géneros musicais. Assim, ao ouvir-se uma peça musical, ela é logo classificada de batuque, colá, coladeira, funaná, mazurca, morna, ou qualquer outro género musical (de Cabo Verde ou não) independentemente dos menores ou maiores conhecimentos musicais do ouvinte.

Como géneros genuinamente cabo-verdianos pode-se mencionar o batuque, o colá, a coladeira, o funaná, a morna, a tabanca. Outros géneros musicais não são originários de Cabo Verde, mas ganharam características próprias, como o lundum, a mazurca, a valsa. Ao longo da história da música de Cabo Verde, certas conjecturas sociais e/ou fenómenos de moda fizeram com que alguns géneros de Cabo Ve rde sofressem influência de géneros estrangeiros, ou então, por uma questão de gosto ou de moda, certos géneros são (eram) interpretados inalterados, como a bossa nova, a cúmbia, o hip-hop, o reggae, a rumba, o samba, o zouk, etc.

Características
A música de Cabo Verde é sobretudo polifónica, ou seja, a melodia desenvolve-se sobre uma base formada por uma sucessão de acordes. Contrasta assim com a música da África Ocidental, que se caracteriza por uma sobreposição de contrapontos. São poucos os géneros que são monofónicos (batuque, tabanca, colá, e outras melopeias), mas mesmo assim, com o advento de instrumentos eléctricos, e o interesse de músicos novos em fazer ressurgir certos géneros musicais, esses géneros musicais têm sido reinterpretados numa forma polifónica.

As escalas musicais empregadas são escalas musicais europeias. A morna, a coladeira, a mazurca, o lundum, por exemplo, usam frequentemente escalas cromáticas. O funaná, em contrapartida, usa frequentemente escalas diatónicas. As linhas melódicas variam muito, e alguns autores dizem (de um modo bastante impressionístico) que «a melodia lembra as montanhas e as ondas do mar».

Se na melodia e na harmonia nota-se sobretudo a influência europeia, é no ritmo que se nota mais a influência africana. Os ritmos são sincopados, e o emprego simultâneo de vários instrumentos de percussão permite modelos rítmicos complexos. Os géneros musicais têm geralmente compassos pares (binários ou quaternários). Só o colá, a mazurca e a valsa é que usam um compasso ternário. O batuque é o único género que emprega a polirritmia, frequente na música da África ocidental.

Estruturalmente, os géneros musicais articulam-se em estrofes musicais, em que as estrofes principais alternam com o refrão. Só o batuque e a tabanca é que têm uma estrutura de canto e resposta.

Na instrumentação, predominam os cordofones: a guitarra (chamada violão em Cabo Verde), violas de 10 e 12 cordas (chamadas simplesmente violas), o cavaquinho, o violino (chamado rebeca). O piano é um apanágio apenas para os mais abastados. Como aerofones podem-se citar o saxofone, o clarinete, a trompete. Recentemente, a flauta tem sido utilizada como instrumento didáctico. O acordeão (chamado gaita) é usado (não exclusivamente) no funaná. Como membranofones são usados vários tipos de tambores. Os idiofones são usados sobretudo com uma função rítmica; é de salientar a «invenção» do ferrinho. Os electrofones são de introdução recente.

Alguns instrumentos de origem africana (o bombolom, a cimboa, o correpi, o dondom) estão em vias de desaparecimento.

Produção musical
Tendo em conta as dimensões (geográficas e demográficas) de Cabo Verde, pode-se dizer que em termos musicais os cabo-verdianos são prolíferos. Não se sabe o porquê dessa tendência natural para a música, mas alguns autores especulam que a pouca abundância de certos recursos naturais (madeira ou pedra para a escultura, vegetais para a produção de tecelagem ou tintas) deu espaço para que a música se desenvolvesse mais do que outras expressões artísticas.

Embora existam modernamente estúdios de gravação, não existe produção de suportes físicos (CD, discos, etc.), sendo a música de Cabo Verde produzida sobretudo no estrangeiro. Actividades relacionadas com a divulgação e interpretação da música são no entanto frequentes. Conhecido internacionalmente é o festival anual da Baía das Gatas.

Sporting Clube da Praia

Sporting Clube da Praia é Tetracampeão Caboverdiano de 2009

O Sporting Clube da Praia sagrou-se campeão de Cabo Verde pela quarta vez consecutiva, ao empatar 1-1 com a Académica no jogo na segunda mão da final do campeonato nacional de futebol.

A equipa leonina da cidade da Praia havia vencido por 2-0 a Académica no jogo da primeira mão da final disputado uma semana antes no Estádio da Várzea.

Na partida da segunda mão no mesmo estádio, os tetracampeões de Cabo Verde chegaram ao intervalo a perder por 0-1, mas conseguiram empatar na segunda metade.

A Académica teve ainda oportunidade de ficar em vantagem, mas Batani falhou uma grande penalidade.

Com esta vitória, o Sporting Clube da Praia acentuou a sua hegemonia no futebol cabo-verdiano, ao conquistar, pela primeira vez no historial da modalidade no arquipélago, o quarto título consecutivo.

Os actuais campeões de Cabo Verde contam agora com um total de 10 títulos conquistados em 1961, 1969, 1985, 1991, 1997, 2002, 2006, 2007, 2008 e 2009.

Eles são apenas ultrapassados pelos Mindelenses de São Vicente que detêm o recorde de 14 títulos conquistados (1954, 1956, 1960, 1962, 1966, 1968, 1971, 1976, 1977,1981, 1988, 1990, 1992 e 1998).

O Campeonato Nacional de Futebol de Cabo Verde, antes da independência em 1975, era disputado entre os vencedores dos campeonatos de Santiago e de São Vicente.

No seu actual figurino, ele é disputado pelos vencedores dos 17 campeonatos regionais divididos em dois grupos. Os dois primeiros classificados da fase de grupos disputam as meias-finais e as equipas vencedoras classificam-se para a final da prova que é jogada em duas mãos.

Cabo Verde Nha Cretcheu - Primeiro Longa Caboverdiano

Cabo Verde Nha Cretcheu - Primeiro Longa Caboverdiano


"Cabo Verde, nha cretcheu" (Cabo Verde, meu amor), primeira longa metragem de uma cineasta cabo-verdiana, foi apresentado em Paris.

A violência doméstica, sobretudo em relação às mulheres, é o tema do filme, cujo epicentro se encontra na história de uma criança de 13 anos violada pelo professor.

"Gosto de trabalhar os temas que me tocam. As violações são um problema que me toca enquanto mulher e enquanto mãe. É algo que pode atingir qualquer pessoa. E é um grande problema em Cabo Verde", declarou a cineasta Ana Lisboa.

"Embora haja, mesmo, uma justiça que pune os homens, que os coloca na prisão. Deixa-me, de certa forma, muito triste ver que no meu país há tanto sofrimento", acrescentou.

"Inspirado na realidade de Cabo Verde", o filme, apresentado por iniciativa do Cine Clube do Museu Dapper, suscitou um debate longo e intenso.

"Estou contente com o filme e com os vivos debates que suscita. No quadro de festivais sempre suscitou vivos debates. Espero que nos meus próximos filmes haja assim tanto de debate e questões levantadas como neste", frisou.

Contente com as críticas que o seu filme tem recebido, Ana Lisboa espera que este contribua para que surjam, em Cabo Verde, "pessoas com vontade de fazer cinema ou teatro".

"Quem s
abe isto pode motivar o governo a tomar a decisão de criar estruturas direcionadas ao cinema. Porque não há nada, nem mesmo uma sala de cinema", revelou.

Distribuição

Estados Unidos, Costa do Marfim e Burquina Faso são países onde a distribuição está garantida.

"Já estamos em negociações com outros distribuidores para o lançar em Portugal e noutros países de língua portuguesa", indicou a cineasta.

Já no circuito comercial na França, o filme deverá começar a ser exibido "nas salas de província, no próximo mês de maio, e depois como que regressamos a Paris. Estamos neste momento a negociar a melhor ocasião para o lançar em Paris."

O próximo filme de Ana Lisboa abordará o tema da "infidelidade, tendo como pano de um fundo a Aids”.

“Acho que vai, mais uma vez ser um filme bastante duro", adiantou.

Neste momento, ela diz estar buscando financiamento para realizar esse filme. Será um longa rodado em Cabo Verde, com atores cabo-verdianos e também de outros países africanos.

"Cabo Verde, nha cretcheu", filme já presente em vários festivais de cinema, entre os quais Cannes (fora de competição), foi totalmente rodado na cidade da Praia, capital de Cabo Verde, com atores amadores.

"Cabo Verde, meu amor" surge, na carreira cinematográfica de Ana Lisboa, após a realização de duas curtas e de dois documentários, um deles dedicado ao líder africano Amílcar Cabral.

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