História de Moçambique


História de Moçambique

História de Moçambique
Antes da chegada dos europeus mais precisamente dos Portugueses, pouco se sabe da história do território que hoje se designa por Moçambique.

A partir do século três e nos seguintes, os povos que ocupavam o território, dedicavam-se à caça e à pesca. O território foi depois invadido por vários humanos supostamente oriundos da floresta congolesa. Esta expansão designada banto, penetrou no território moçambicano através dos vales dos rios que provêm do interior do continente, e vieram introduzir as actividades agrícola e pecuária, difundindo simultaneamente a tecnologia da metalurgia do ferro.

Com a expansão do islão ao longo de todo o litoral oriental africano, houve contacto entre as várias comunidades que coexistiam em importantes centros da faixa litoral onde se dedicavam essencialmente ao comércio. Desta fusão das comunidades bantas, e dos Árabes nasceu a cultura suaili de que faz parte o litoral do Quénia, Tanzânia e Norte de Moçambique.

No final do século XV os Portugueses chegaram então ao litoral de Moçambique. A sua chegada coincide com a expansão dos Muenemutapas, que se expandiram a partir do planalto do Zimbabwe e chegaram a ocupar um vasto território que se estendia por quase toda a África austral de costa a costa. Este império veio a desintegrar-se durante o século XVII. Os Portugeses ajudados pelos povos locais foram aumentanto a sua precença por todo Moçambique, provocando o recuo da concorrência das comunidades árabe-suailis. Foram então dominando todas as rotas comerciais de bens destinadas à Europa.

Contudo, a presença efectiva portuguesa no territória era muito fraca. Sucederam-se então varias dispustas entre os povos do interior.

Em 1884-1885, a conferência de Berlim impõe às potências colonizadoras a obrigatoriedade de ocupação efectiva dos territórios. Portugal intensifica então as operações militares no interior do território, que veio culminar com a detenção do soberano Gungunhana em 1895. Mas Portugal não tinha população suficiente para ocupar Moçambique, então pediu ajuda ao estrangeiro, começando assim uma longa história de dependência externa, nomeadamente da África do Sul, que recrutava no sul de Moçambique mão-de-obra para as suas minas, enquanto que o norte era arrendado a companhias estrangeiras, maioritariamente inglesas. As infra-estruturas desenvolvidas em Moçambique, nomeadamente portos e vias de comunicação, são projectadas na perspectiva de servir as colónias inglesas no interior do continente. Assiste-se também, durante este período, à fixação de uma colónia de imigrantes portugueses que se ocupará do sector agrícola, beneficiando da expropriacão de terras à população local.

A partir do século XX mais propriamente nos anos 30, o estado novo português tenta criar uma base produtiva mais consistente, desenvolvendo as culturas do algodão e do tabaco e introduzindo novas culturas como o caju e o coco. Com esta aposta económica, assiste-se ao desenvolvimento das cidades, dos transportes e do turismo, que levou a um grande crescimento económico ao qual atraiu uma nova vaga de colonos portugueses durante os anos 50 e 60.

Durante os anos 50, e devido aos movimentos de emancipação presentes no continente africano a seguir a segunda guerra mundial, surgem a Manu ( União Nacional Africana de Moçambique) na Tanzânia, e em Salisbúria é fundada a UDENAMO ( União Democrática Nacional de Moçambique).

Em 1960 a violenta repressão dos manifestantes de Mueda (situada na provincia de Niassa) salda-se por mais de meio milhar de mortos.

Em 1961 no Malawi, é fundada a União Nacional Africana para Moçambique Independente.

A 25 de Julho de 1962, Eduardo Mondlane (à data, funcionário das Nações Unidas) reúne na Tanzânia todos os líderes dos movimentos e das etnias do território e funda a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique).

Mais tarde, a 5 de Setembro de 1964, a FRELIMO efectua um ataque a Mueda, dando o ínicio à luta armada contra o poder colonial. O General Alberto Chipande foi o homem a dar o primeiro tiro, matando um soldado português e dando ínicio à guerra colonial.

Em 68, no âmbito da estratégia de promoção de um mais rápido crescimento económico e num contexto de estreitamento das relações económicas com a África do Sul, o governo de Salazar decide iniciar o processo que permitirá a construção da Barragem de Cahora Bassa.

Em 1969 Eduardo Mondlane, o grande líder e herói nacional da FRELIMO é assasinado em Dar-es-Salaam a 3 de Fevereiro. A FRELIMO não se deixou abalar e continua a guerra. Do II Congresso da FRELIMO, realizado no centro interior do Território, Samora Moises Machel é eleito o novo presidente e itensifica a luta armada.

1970, Kaúlza de Arriaga, comandante-chefe das forças armadas portuguesas em Moçambique, desencadeia a Operação Nó Górdio de que resulta o desmantelamento de grande parte do complexo da FRELIMO no planalto dos macondes. Contudo, a FRELIMO não foi eliminada e procura levar a guerra para o sul.

Em 1971, nas Nações Unidas, a FRELIMO afirma controlar um terço do pais.

A FRELIMO consegue em 1972 passar o rio Zambeze e penetrar no sul do distrito de Tete. Contingentes das forças armadas portuguesas concretizam em Chawola, Wiriyamu e Juwau, três dos mais graves massacres ocorridos durante a guerra colonial. Em Wiriyamu (zona de Tete), foram assasinados 400 civis em 16 de Dezembro.

Em 1973 a insegurança chega a estrada entre a Beira e a Rodésia e no fim do ano verificam-se os primeiros incidentes na estrada Beira-Lourenço Marques. As autoridades portuguesas reforçam o dispositivo militar e fomentam a afrecanização das tropas, conseguindo que mais de 50% do contigente militar global seja formado por Moçambique.

Pouco tempo depois da revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal, iniciam-se as negociações com vista à independência de Moçambique, que será formalmente proclamada a 25 de Junho de 1975.

Após a independência houve a implementação do socialismo em Moçambique. No relacionamento com os paises vizinhos, Moçambique alinhou no combate e no bloqueio aos governos brancos dos vizinhos Zimbabwe e África do Sul. Esta posição, que permitiu a instalação em território moçambicano de bases de guerrilheiros que combatiam o governo de Ian Smith (primeiro ministro da Rodésia), trouxe de novo a guerra ao país, cujas zonas fronteiriças eram constantemente atacadas pelas forças rodesianas anti-rebeldes.

Em 1980, Samora Machel introduz algumas reformas no sentido de combater a corrupção que entretanto se instalara, autoriza a iniciativa privada e a entrada de capital estrangeiro. Todavia, as relações com a África do Sul deterioram-se, havendo inclusive confrontos armados e violação do território moçambicano. A situação económica não melhorou e surgiu a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), movimento de guerrilha interna que estendeu a guerra a uma parte do território do país. Começou então a guerra civil em Moçambique que durou cerca de 16 anos.

Samora Machel, mais um herói moçambicano morre em 1987 num acidente de viação. Nunca chegou a ser esclarecido o que motivou o acidente. O seu sucessor Joaquim Alberto Chissano, dá continuidade a novo esforço de desenvolvimento, iniciado por Machel antes de morrer. Foi dada mais ênfase à iniciativa privada e a intervenção do estado foi drasticamente reduzida. Os indicadores económicos registaram algumas melhorias, embora a total desregulação do aparelho produtivo e a liberalização dos preços tenham provocado um aumento brutal da inflação. Este período de recuperação económica tornou Moçambique mais credível aos olhos dos principais credores e, desta forma, o governo conseguiu novas linhas de crédito e a negociação da dívida. Em 1991 a FRELIMO reconhece a RENAMO e outras formações políticas.

A 4 de Outubro de 1992 é assinado o acordo de paz de Roma que veio por termo a 16 anos de guerra civil que levou à destruição parcial do país. Foram também marcadas em Roma as eleições para 1993 que só se realizaram em 1994 por razões de algum desentendimento ideológico entre os partidos. De seguida foi todo um processo de paz que levou à desmobilização das tropas guerrilheiras e parte das tropas governamentais. Foi criado um exército único. Também foi feita a desminagem de quase todo o território nacional.

Em 1995 Moçambique torna-se membro da Commonwealth.

O país goza agora de uma paz efectiva e duradoira. A economia tem vindo a crescer apesar de muito lentamente.

O país sofreu muito com as cheias de Janeiro de 2000, atrasando toda a economia e destruindo muitas das infrastruturas do país. Foi decretada emergência nacional.

Moçambique prepara-se agora para as próximas eleições presidencias, Joaquim Chissano já não se candidata, pondo fim a 15/16 anos de poder. A Frelimo lança agora Guebuza como candidato as presidenciais. A RENAMO parece mais frágil do que nunca, mas a FRELIMO por sua vez está muito desacreditada, o pais continua mergulhado na pobreza.

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