Psicologia | A Ciência do Comportamento

Psicologia | A Ciência do Comportamento

A psicologia estuda a subjetividade humana: é uma ciência humana.
Não existe uma psicologia, mas várias ciências psicológicas em desenvolvimento, confira as 3 escolas psicológicas:

Funcionalismo: "o que os homens fazem" e "porque o fazem" - o homem usa a consciência para adaptar-se ao meio.

Estruturalismo: relaciona os estados da consciência com estruturas mentais.

Associacionismo: a aprendizagem se dá pela associação de ideias - Lei do Efeito: o comportamento recompensado tende a se repetir.

A Ciência do Comportamento
Com a intenção de fazer uma psicologia científica, que se distanciasse o máximo possível das probabilidades de erro das inferências realizadas pelos métodos subjetivos, John B. Watson iniciou, em 1912, um movimento em psicologia denominado behaviorismo, que é um palavra advinda de behavior, em inglês, que corresponde a comportamento. Muitos psicólogos têm definido a psicologia como ciência do comportamento, tendo como finalidade compreendê-lo para modificá-lo e prevê-lo, quando necessário.

Nesta concepção, toda vida mental manifesta-se através de atos, gestos, palavras, expressões, realizações, atitudes ou qualquer reação do homem a estímulos do meio ambiente. Desta forma, o psicólogo deve observar apenas estas manifestações, deixando de lado o método introspectivo, onde as falhas eram freqüentes, para se utilizar da extrospecção que consiste na observação exterior. O behaviorismo evoluiu muito depois da concepção comportamental de Watson e, atualmente, vai além das limitações da época, em que a psicologia não passava do estudo das relações entre o estímulo observável que o homem ou animal sofriam e a resposta que emitiam a partir deles.

O behavioristas atuais consideram o organismo e as diferenças comportamentais que acontecem a depender da situação, da privação e da história de vida de cada um. O estado do organismo interfere na resposta que ele emitirá frente a determinado estímulo. As reações podem ser psíquicas ou puramente fisiológicas. As reações fisiológicas de um organismo, para alguns teóricos, não são chamadas de comportamento. Atualmente, os psicólogos definem comportamento como as reações globais do organismo que possuem uma significação. Outra concepção de comportamento trabalha com definições de comportamento inato que todos os seres da mesma espécie apresentam na presença de um determinado estímulo, como é o caso da contração e dilatação das pupilas na presença de luz ou na ausência dela e outras reações que não precisam ser aprendidas.

Este tipo de comportamento também é definido como respondente. Nesta concepção, o outro tipo de comportamento é o adquirido, que é mutável e que se caracteriza por ser uma reação que pode ser diferente, mesmo se tratando da mesma estimulação a indivíduos da mesma espécie, ou até ao mesmo indivíduo em diferentes situações. Este tipo de comportamento vai se instalando no decorrer da vida de cada sujeito e, normalmente, adquire significados que dizem respeito à história de vida de cada um. Estes comportamentos, em geral, são denominados operantes porque operam sobre o ambiente. Muitas vezes o comportamento verbal é de fundamental importância para o entendimento do significado da resposta emitida pelo sujeito. Em muitos casos, a expressão através da linguagem é extremamente reduzida e, nestes casos, a reação pode ser considerada superficial. A reação superficial, no conceito do Dr. Spitz, diz respeito a respostas emitidas por crianças ainda muito pequenas e que não perceberam ainda, totalmente, as significações da pessoa humana.

A Identidade
A identidade pode ser definida como sendo um conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma determinada pessoa. Este conceito, entretanto, está ligado às atividades da pessoa, à sua história de vida, ao futuro, sonhos, fantasias, características de personalidade e outras características relativas ao indivíduo. A identidade permite que o indivíduo se perceba como sujeito único, tomando posse da sua realidade individual e, portanto, consciência de si mesmo. Este conceito sempre tem preocupado o homem, desde os gregos antigos. A identidade não é só o que a pessoa aparenta, ela agrupa várias idéias como a noção de permanência, de pontos que não mudam com o tempo.

Algumas destas características imutáveis são o nome da pessoa, parentescos, nacionalidade, impressão digital e outras coisas que permitem a distinção de uma unidade. A identidade depende da diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Passamos a ser alguém quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação que permitem o destaque das características próprias de cada um. As diversas abordagens têm opiniões diferentes a respeito da possibilidade de mudança da identidade ao longo da vida de uma pessoa. Para a psicanálise, o sujeito só pode se definir a partir de sua relação com os pais. O sujeito é produto da relação de amor e identificação com os pais. A criança disputa o amor de um dos pais, buscando identificação com o modelo que o outro representa.

Segundo esta abordagem, o sujeito introjeta as identificações infantis e, através delas, vai formando sua identidade, diferenciando-se dos outros e possibilitando que a sociedade possa reconhecê-lo como alguém. Outra importante concepção de identidade é a psicossocial, descrita por Antonio da Costa Ciampa. Nesta linha, a identidade tem o caráter de metamorfose, ou seja, as mudanças ocorrem constantemente, o que, entretanto, não aparece. A aparência da identidade é de algo que não muda. A identidade, para a psicossocial, pressupõe a realidade social na qual o indivíduo está inserido. Revela uma condição de vida, estrutura familiar, religião e costumes da pessoa. No entanto, sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas por suas atividades. Esta é a principal construção da identidade. Um ponto importante a ser considerado é que fazemos parte de diversas organizações e, portanto, nossa ação é fragmentada. Somos o que fazemos naquele momento, em cada papel que desempenhamos, o de aluno, filho, amigo, irmão, e uma coisa não inclui necessariamente a outra. Cada atividade toma forma a partir de um personagem, que temos nas diversas situações de nossas vidas. Identidade é, para a psicossocial, movimento constante.

Afetividade
A afetividade é parte de nossa vida psíquica e para estudar o ser humano temos que considerar a importância dos afetos. Muitas vezes programamos uma forma de agir e quando nos deparamos com a situação fazemos tudo completamente diferente. Isto acontece porque os afetos interferem no nosso comportamento. Para algumas teorias, os afetos dão significado aos estímulos do mundo externo.

A vida afetiva é composta por dois afetos básicos que são o amor e o ódio e que também estão juntos em nossas ações e pensamentos. Ao falarmos em afetividade temos que considerar as emoções, que são expressões da vida afetiva e que são acompanhadas de reações breves e intensas do organismo em resposta de um acontecimento inesperado. A emoção aparece acompanhada de fortes batimentos cardíacos e, por muito tempo, este fato fez com que as pessoas acreditassem que o coração fosse o lugar das emoções.

Tremores, risos, choro, lágrimas, expressões faciais, jeito de falar e outras reações orgânicas também acompanham as emoções. Cada cultura tem expressões diferentes para as emoções. Estas reações são descargas de tensão do organismo emocionado. Em toda cultura, além de acontecer uma estimulação para certos tipos de expressão emocional, há a repressão de outras. Os homens da nossa cultura, por exemplo, são “proibidos” de chorar, como se o choro fosse um sinal de fraqueza, e as mulheres são mais incentivadas a expressar o que sentem.

Estas reações são aprendidas através do que a cultura seleciona. Uma mesma reação pode expressar emoções diferentes e assim, por exemplo, podemos chorar de tristeza ou de alegria. De acordo com as emoções que temos, diante de cada situação, podemos avaliar melhor o que nos acontece. Elas têm uma função adaptativa e também estão ligadas a uma possibilidade de linguagem, na medida em que podemos dizer ao outro o que sentimos, através delas. As emoções podem ser de raiva, nojo, medo, vergonha, desprezo, tristeza, alegria, empolgação, amor, paixão, atração e outras.

Podem ser fortes, fracas, passageiras duradouras e podem mudar com o tempo, fazendo com que uma coisa que nunca nos emocionou passe a nos emocionar. Podemos ou não saber definir que tipo de emoção estamos sentindo em determinadas situações porque, às vezes, a emoção é meio difusa. Outra forma de expressão de nossa afetividade são os sentimentos, que são diferentes das emoções por serem mais duradouros, por não serem reações tão explosivas e pelas reações orgânicas que não são tão intensas. Os sentimentos são mais amenos e podem ser a amizade, a ternura e outros. As manifestações de nossa afetividade estão presentes em tudo que fazemos.

Amnésia
Quando o indivíduo sofre pressões coercitivas muito fortes, há o perigo de haver algum comprometimento das funções físicas e, ao invés de reagir a estas pressões, correndo este risco, alguma função comportamental pode se tornar inativa, como por exemplo, pode ocorrer a perda de memória. Este tipo de perda, em geral, tem as mesmas origens no stress ambiental que a perda histérica de uma função corporal. Ao invés de se esquivar da coerção, tornando-se fisicamente incapaz, no caso da amnésia, podemos nos tornar mentalmente incapazes.

Todo mundo tende a fazer uma seleção daquilo que vai esquecer, segundo acreditam determinadas teorias psicológicas. Há uma forte tendência em esquecermos as experiências desagradáveis ou lembrar delas de maneira incorreta. Algumas vezes a pessoa passa por experiências muito difíceis, humilhantes, perdas tão visíveis para todo o mundo, que esquecer de maneira seletiva não seria suficiente, e neste caso, pode haver uma perda de memória, tornando o indivíduo incapaz de lembrar nome, endereço, família, amigos, história educacional, profissional ou trabalho atual. Esta perda de identidade pode ser diagnosticada por médicos como amnésia e permite que o indivíduo afaste, de uma forma efetiva, coisas específicas de seu passado que são insuportáveis para ele. Uma pessoa que sofre de amnésia, pode conversar, ler, escrever, tem capacidade de raciocínio, reconhece as cores, formas, sabe para que serve cada objeto, geralmente mantém sua linguagem normal, assim como continua andando, vestindo-se, comendo, com maneiras e costumes usuais. Mantém a capacidade de dirigir carros, andar de bicicleta e outras habilidades que tinha anteriormente.

A amnésia não representa necessariamente um fingimento, mas, pode ser difícil descobrir se isto está acontecendo ou não, já que as causas da amnésia histérica e da amnésia falsa podem ser as mesmas. Quem trata da amnésia deve avaliar também se a perda de memória não está relacionada a uma pancada recente na cabeça ou a algum tipo de doença no sistema nervoso. A amnésia pode ter curta duração ou pode se estender pelo resto da vida fazendo, inclusive, com que a pessoa assuma uma nova identidade. Há diversos tipos de amnésia e cada uma delas pode ocasionar o esquecimento de períodos diferentes da vida ou de situações específicas. A pessoa pode ir mudando de “personalidade”, os comportamentos, o jeito de ser, a cada vivência de situações aversivas e isto se chama “personalidade múltipla”.

Ansiedade
A ansiedade acontece quando algum sinal externo vago, indica uma catástrofe que não pode ser identificada mas que é iminente. O novo, o desconhecido, perigo, situação de medo, situação de avaliação, expectativa, esperar por resultados, a espera por uma punição, um problema ou a falta de tempo podem causar ansiedade. A ansiedade pressupõe temores de contato pessoal ou de qualquer demanda ambiental, mesmo que não hajam motivos óbvios, deixando a pessoa paralisada com terror. O ansioso sente frio no estômago, taquicardia, transpiração, falta de ar, tremores, micção freqüente e imediata, frio, calafrios, tontura, vertigem, dor de cabeça, insônia e outras alterações.

Ninguém é ansioso, a pessoa fica ansiosa por alguma situação vivida ou por algum distúrbio psiquiátrico. Às vezes, o paciente ansioso tem comportamentos que impedem o tratamento terapêutico e, nestes casos, precisa ser medicado para que o tratamento prossiga. A partir da queixa de uma pessoa ansiosa e da observação de seus comportamentos, pressupõe-se que hajam situações que provoquem ansiedade neste indivíduo. As diversas abordagens teóricas, em psicologia, tratam de forma diferente das pessoas que sofrem de ansiedade. Há necessidade de se fazer uma checagem para descobrir sinais de situações ansiógenas na vida do indivíduo, em seu ambiente. Caso não haja eminência de uma situação geradora de ansiedade, o terapeuta pode levantar a hipótese de um problema de origem psiquiátrica. Podemos observar que as pessoas ansiosas falam compulsivamente, possuem movimentos rápidos e repetitivos, evitam o silêncio e se esquivam das situações, tentando finalizá-las rapidamente.

É importante atentar para o fato de que nem sempre um comportamento sozinho quer dizer que o indivíduo esteja ansioso. Um exemplo disto pode ser retirado das pessoas que falam muito. Elas, geralmente, ouvem o que os outros falam, prestando atenção ao que lhes é perguntado para poderem responder às questões. A pessoa que está ansiosa também pode falar demais, mas não ouve o outro. Observar o conjunto de comportamentos é, portanto, fundamental para que não cheguemos a conclusões equivocadas. A ansiedade é uma experiência individual, difícil de ser compartilhada com o outro. Tem caráter genérico. Geralmente, os sentimentos de ansiedade acompanham a depressão. A teoria comportamental tem como primeiro modelo de ansiedade a punição, que seria o fato de aparecerem sintomas da ansiedade toda vez que vamos sofrer uma punição inevitável. Situações de conflito, onde a pessoa tem que escolher alguma coisa, sendo que a escolha pressupõe também a perda de alguma outra coisa, também podem gerar ansiedade.

Antipsiquiatria
Antipsiquiatria, movimento que se opõe ao psicodiagnóstico e à psicoterapia, que são as escolas predominantes. Surgiu na década de 1960 e levou ao aparecimento de novas teorias sobre as causas e o tratamento das doenças mentais, como a esquizofrenia. Os defensores da antipsiquiatria, como Ronald D. Laing, se opõem às teorias que limitam a origem da psicose a causas somáticas. Eles acreditam que é necessário prestar mais atenção às influências nocivas que a sociedade e a família exercem sobre o doente.

Laing afirmou em sua obra Saúde mental, loucura e família (1964) que as causas da esquizofrenia se encontram nas relações familiares deterioradas. Muitos representantes da antipsiquiatria se opõem, de modo geral, à existência dos hospitais psiquiátricos, já que, segundo eles, o doente mental deve ficar em contato com a sociedade. Esta teoria teve muita influência na Itália, país que, em 1978, decretou o fechamento de todas as clínicas psiquiátricas, apesar de algumas delas continuarem funcionando até hoje.

De acordo com o modelo italiano, os doentes devem ser tratados por suas famílias ou em hospitais públicos. No entanto, segundo a maioria dos médicos e psiquiatras, esta situação, na prática, é prejudicial. Ainda que a antipsiquiatria tenha servido, em muitos casos, como fundamento eficaz para a psicopatologia, ela fracassou. Tanto as famílias dos doentes quanto os funcionários dos hospitais públicos reclamam do esforço exigido para cuidar de um doente mental. Apesar disto, na Itália, ainda se exige o fechamento das últimas clínicas psiquiátricas existentes.

Complexo de Édipo
Alguns conceitos em psicologia são particulares de algumas abordagens psicológicas e o complexo de Édipo é um conceito fundamental para a psicanálise, entendido, inclusive, como sendo universal e, portanto, característico de todos os seres humanos. O complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio ao pai, mas esta idéia permanece, apenas, porque o mundo infantil resume-se a estas figuras parentais ou aos representantes delas.

A idéia central do conceito de complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o bebê tem de possuir proteção e amor total, o que é reforçado pelos cuidados intensivos que o recém nascido recebe por sua condição frágil. Esta proteção é relacionada, de maneira mais significativa, à figura materna. Mais ou menos aos três anos, a criança começa a entrar em contato com algumas situações em que sofre interdições. Estas interdições são facilmente exemplificadas pelas proibições que começam a acontecer nesta idade. A criança não pode mais fazer certas coisas porque já está “grandinha”, não pode mais passar a noite inteira na cama dos pais, andar pelado pela casa ou na praia, é incentivada a sentar de forma correta e controlar o esfíncter, além de outras cobranças. Neste momento, a criança começa a perceber que não é o centro do mundo e precisa renunciar ao mundo organizado em que se encontra e também à sua ilusão de proteção e amor total. O complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação do sujeito em relação aos pais. A criança começa a perceber que os pais pertencem a uma realidade cultural e que não podem se dedicar somente a ela porque possuem outros compromissos, como é o caso do trabalho, de amigos e de todas as outras atividades.

A figura do pai representa a inserção da criança na cultura, é a ordem cultural. A criança também começa a perceber que o pai pertence à mãe e por isso dirige sentimentos hostis a ele. Estes sentimentos são contraditórios porque a criança também ama esta figura que hostiliza. A diferenciação do sujeito é permeada pela identificação da criança com um dos pais. Na identificação positiva, o menino identifica-se com o pai e a menina com a mãe. O menino tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo tem “ódio” pelo ciúme da mãe. A menina é hostil à mãe porque ela possui o pai e ao mesmo tempo quer se parecer com ela para competir e tem medo de perder o amor da mãe, que foi sempre tão acolhedora. Na identificação negativa, o medo de perder aquele a quem hostilizamos faz com que a identificação aconteça com a figura de sexo oposto e isto pode gerar comportamentos homossexuais. Nesta fase, a repressão ao ódio e à vontade de permanecer em “berço esplêndido” é muito forte e o sujeito desenvolve mecanismos mais racionais para sua inserção cultural. Com o aparecimento do complexo de Édipo, a criança sai do reinado dos impulsos, dos instintos e passa para um plano mais racional. A pessoa que não consegue fazer a passagem da ilusão de superproteção para a cultura, psicotiza.

Comportamento Animal
Comportamento animal é o modo de atuação dos diferentes tipos de animais, tema que fascinou os pensadores desde os tempos de Platão e Aristóteles. É particularmente enigmática a habilidade de algumas criaturas simples para desenvolver tarefas complexas: tecer uma teia (aranha), construir um ninho ou cantar (pássaro), encontrar abrigo ou conseguir comida; tudo isso no momento certo e com escassa ou nenhuma aprendizagem prévia. Tais comportamentos foram estudados partindo de duas perspectivas diferentes, opostas em suas afirmativas: enfoque comportamental (aprendizagem) e o enfoque etológico (que subtrai o papel da herança). 

Os Behavioristas
A escola dominante na explicação do comportamento (animal e humano) tem sido o behaviorismo, cujas figuras mais conhecidas foram J.B.Watson e B.F. Skinner. Sustentavam que todo comportamento, incluindo respirar e a circulação do sangue, é aprendido; acreditavam que os animais nascem como uma "página em branco" sobre a qual o acaso e as experiências irão escrevendo suas mensagens. Os behavioristas diferenciavam dois tipos de condicionamento: o clássico de Pavlóv e o operante ou instrumental de Skinner.

A Etologia
A etologia, disciplina desenvolvida prioritariamente na Europa, sustenta que o comportamento dos animais é inato (instintivo). Os defensores deste enfoque sustentam que os comportamentos tardios na vida dos animais não são fruto da aprendizagem, mas da maturidade do indivíduo, como acontece, por exemplo, com o vôo das aves. Os três prêmios Nobel fundadores da etologia, Konrad Lorenz, Nikolaas Tinbergen e Karl von Frisch, mostraram quatro mecanismos básicos com os quais a programação genética ajuda diretamente a sobrevivência e adaptação dos animais: os estímulos desencadeantes: os modelos e padrões fixos do comportamento, os impulsos e a aprendizagem programada.

Os estímulos desencadeantes permitem aos animais reconhecer objetos e indivíduos importantes para sua sobrevivência quando os encontram pela primeira vez. São usados mais freqüentemente nos comportamentos de comunicação, caça e fuga dos depredadores. A vespa caçadora de abelhas reconhece as produtoras de mel mediante uma série de estímulos desencadeantes, o cheiro da abelha atrai a vespa, a vista de qualquer objeto pequeno e escuro a conduz ao ataque e, finalmente, o cheiro do objeto enquanto a vespa prepara seu ferrão determina se o ataque se completa ou não. Por outro lado, a maioria das espécies animais são solitárias, exceto quando acasalam e procriam.

Para evitar confusão, os sinais que identificam o sexo e a espécie do animal são claros e inequívocos. Os padrões fixos de comportamento são uma espécie de circuitos completos capazes de dirigir e sincronizar os movimentos coordenados de músculos diferentes para realizar uma tarefa. A conduta dos gansos é típica: quando vêm um ovo fora do ninho esticam o pescoço até rodeá-lo e, com o bico, suavemente, o devolvem ao ninho. O ovo é o estímulo desencadeante que provoca uma resposta. O terceiro conceito geral da etologia é o impulso ou motivação. Os animais sabem até onde emigrar, quando fazer a corte e quando alimentar sua cria. Estas habilidades são unidades de comportamento que se ativam ou desativam no momento apropriado. A quarta contribuição é o conceito de aprendizagem pré-programado.

Os etólogos mostram como muitos organismos animais estão concebidos para aprender habilidades concretas de forma específica em determinados momentos de suas vidas. Um exemplo famoso são os filhotes de certas espécies. Os patos, por exemplo, devem seguir os seus pais desde que nascem para sobreviver. Cada cria destas espécies deve aprender rapidamente a distinguir seus progenitores dos demais adultos. Um estímulo acústico dirige a resposta de seguimento. Este tipo de comportamento tem quatro características básicas que a diferenciam da aprendizagem normal: primeiro, um período de tempo crítico onde a aprendizagem terá lugar; segundo, um contexto específico definido pela presença de um estímulo desencadeante; terceiro, uma restrição na aprendizagem para que o animal recorde só uma qualidade estimular específica, como o cheiro, e o quarto, não é necessário nenhum tipo de prêmio ou recompensa (esforço positivo) para que o animal se lembre do que aprendeu.

Modelos de coportamento complexo
A evolução tem gerado uma série quase interminável de comportamentos assombrosos aos quais os animais parecem estar perfeitamente adaptados. Exemplos deste fato são os sistemas de navegação, comunicação e organização social das abelhas: elas servem-se do sol como referência de navegação e mostram excelente capacidade comunicativa na execução de danças para indicar onde está o alimento.

A questão do altruista
Um aspecto fascinante de algumas sociedades animais é o tipo de comportamento altruísta que apresentam: a seleção natural favorece uma conduta de ajuda mútua. Por exemplo, os leões machos se unem para derrotar um companheiro de outro bando. As abelhas são ótimo exemplo de altruísmo pelo benefício extra que seu sistema genético lhes confere, os leões machos que se unem para derrotar um companheiro de outra manada, os urogallos e os chimpanzés, são exemplos de como a seleção natural favorece uma conduta de ajuda mútua.

Conflito
Para a psicanálise, o indivíduo fica em conflito quando as exigências internas são contrárias. Este conflito pode ser manifesto ou latente, na medida em que pode-se ter ou não consciência dele. O conflito manifesto aparece, por exemplo, entre um desejo e um valor moral, como pode ser o caso de dois sentimentos contraditórios e o latente pode aparecer como uma forma deformada deste manifesto, produzindo sintomas, desvio de comportamento, perturbações de caráter, etc.. A psicanálise considera o conflito como sendo positivo para o sujeito. O conflito é a noção central da teoria das neuroses e suas modalidades clínicas são relativamente fáceis de serem descritas.

Geralmente ele representa uma dualidade entre o princípio da realidade e o princípio do prazer, onde o da realidade tende a manter uma superioridade. Freud coloca, como muito importante, a consideração de que há uma ligação intrínseca entre conflito e sexualidade. Para os psicanalistas, qualquer aprofundamento nas questões do conflito psíquico desemboca no complexo de Édipo. Neste, o conflito aparece como uma conjunção dialética e originária entre o desejo e a interdição. O conflito produz ansiedade, afinal qualquer escolha pressupõe perda de alguma coisa. O Behaviorismo não se utiliza da noção de conflito em nível das instâncias psíquicas e discute as situações conflituosas como: aproximação-aproximação, quando temos que decidir entre duas coisas boas; esquiva-esquiva, quando as coisas são igualmente ruins e finalmente aproximação-esquiva, quando optar por fazer uma coisa boa implicará em punição.

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