Igreja Ortodoxa | História das Igrejas Ortodoxas



Igreja Ortodoxa | História das Igrejas Ortodoxas 

IGREJA ORTODOXA - HISTÓRIA DAS IGREJAS ORTODOXAS Até meados do ano 1000, duas grandes tradições conviviam no mundo cristão: a latina, no Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e a bizantina, no Império Romano do Oriente, sediada em Constantinopla. Divergências teológicas e políticas causam a ruptura, em 1054, entre as duas igrejas, que se excomungam mutuamente, condenação só revogada em 1965, pelo papa Paulo VI e pelo patriarca Athenágoras I.

Doutrina – Os sacramentos são os mesmos da Igreja Católica e reconhecidos reciprocamente. Mas os rituais ortodoxos são cantados sem instrumentos musicais e as imagens esculpidas de santos, proibidas, exceto o crucifixo e os ícones sagrados. Os ortodoxos não admitem o conceito de purgatório, lugar intermediário entre o céu e o inferno, nem o da infalibilidade do papa. Também rejeitam a doutrina católica da Imaculada Conceição, segundo a qual Maria, mãe de Jesus, teria concebido virgem. O divórcio entre os fiéis e a ordenação de homens casados são permitidos.
Igreja Ortodoxa no Brasil
Templo Ortodoxo em São Paulo

Igreja Ortodoxa no Brasil

Os cristãos ortodoxos estão separados dos católicos apostólicos romanos desde 1054 e se mantêm ligados à tradição dos primeiros séculos do cristianismo. Os ortodoxos não admitem o conceito de infalibilidade do papa, autorizam o divórcio entre os fiéis e permitem a ordenação entre homens casados. Apenas os bispos são celibatários. Sua chegada ao Brasil está ligada à imigração de árabes cristãos, russos, gregos, armênios, romenos e ucranianos, iniciada no começo do século XX. Em 1903, a colônia sírio-libanesa funda em São Paulo a primeira Igreja Ortodoxa do Brasil. Atualmente, os cristãos ortodoxos estão mais concentrados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Segundo o Censo de 2010, há 54 mil ortodoxos no país.

História das igrejas Ortodoxas - Chamam-se igrejas ortodoxas as que representam a fé historicamente preservada pela cristandade oriental e se consideram depositárias da doutrina e dos ritos originais dos padres apostólicos. Dividem-se em três grupos: a Igreja Ortodoxa do Oriente, de origem bizantino-eslava, e que reúne o maior número de fiéis; as igrejas orientais dos nestorianos e monofisistas, sem qualquer comunhão com as demais; e as igrejas orientais que "retornaram a Roma", mas se mantiveram distintas em rito e disciplina.

A denominação "ortodoxa" (isto é, de doutrina reta) tornou-se corrente, mesmo entre católicos e protestantes, para designar as igrejas cristãs orientais que, em 1054, se separaram da igreja de Roma.

Igreja Ortodoxa no Brasil HistóriaNascido na Palestina, o cristianismo difundiu-se rapidamente em todo o Império Romano, principalmente no Oriente, onde os apóstolos e seus primeiros discípulos criaram comunidades cristãs em Antioquia, Alexandria, Corinto, Salonica e outras cidades. As igrejas ortodoxas e a Igreja Católica tiveram história comum até a Paz de Constantino, no ano 313, e a divisão do império entre Oriente e Ocidente (395). As primeiras divergências políticas entre latinos e gregos, que desfizeram a comunhão entre as igrejas, manifestaram-se desde a transferência, em 330, da sede do império para Constantinopla.

A decadência da velha capital sob o domínio dos bárbaros, a divisão do império e as pretensões do imperador de Bizâncio, que se considerava o herdeiro único do império -- de toda a cristandade -- acentuaram o antagonismo entre as igrejas, e iniciaram um processo de crescente afastamento, do século V ao século XI, em meio a fracassadas tentativas de reunificação.

O conflito político e a diversidade de idioma, costumes e ritos litúrgicos sublinharam as divergências teológicas, que passaram a ser resolvidas, nos concílios ecumênicos, com a participação dos bispos do Oriente e do Ocidente.   No ano 867, Fócio, patriarca de Constantinopla, suscitou grave ruptura, ao condenar o papa Nicolau I pelo acréscimo da expressão Filioque ("e do Filho") na versão ocidental do credo de Nicéia, para indicar que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, e por sua determinação em tornar a sede episcopal de Roma cabeça de todas as igrejas cristãs.

Deposto a pedido de Roma, o patriarca foi reintegrado depois no posto e, finalmente, confinado num mosteiro armênio. A ruptura decisiva, o cisma entre Oriente e Ocidente, deu-se no século XI, quando o patriarca Miguel Cerulário reproduziu as acusações de Fócio contra Roma, e desafiou o papa Leão IX, sendo por ordem deste excomungado (1054).

As cruzadas, organizadas pela cristandade latina, e especialmente a tomada de Constantinopla pelos cruzados, em 1204, além do estabelecimento do império latino de Constantinopla, consumaram a separação entre as igrejas oriental e ocidental. Missionários da igreja oriental converteram os búlgaros no século IX, os sérvios e os russos nos séculos X e XII, e criaram novos patriarcados. Numerosas tentativas de união foram feitas. Entre os atos de reunificação, todos com resultados efêmeros, foram importantes o Concílio de Lyon (1274) e o de Ferrara-Florença (1438-1439).

Com a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, por falta de ajuda militar substancial do Ocidente, a união também se tornou politicamente inviável. Nos últimos séculos, a Igreja Ortodoxa, cuja ação se concentrava na Ásia e na Europa oriental, expandiu-se para o Ocidente e incluiu o continente americano e a Austrália. No século XX, os ortodoxos participaram do movimento ecumênico para a restauração da unidade cristã, e para a orientação da ação evangélica e social comum. A partir da fundação do Conselho Mundial de Igrejas, em 1948, foram organizados estudos conjuntos e formas de cooperação para descobrir caminhos que possam expressar a unidade entre ortodoxos e anglicanos e entre ortodoxos e católicos.

O patriarca de Constantinopla (em Istambul), no fim do século XX guiava dois milhões de fiéis, dos quais um milhão na Turquia, Grécia, outros países europeus e Austrália, e um milhão nos Estados Unidos. Os patriarcas de Alexandria, Antioquia-Damasco, Moscou, Sérvia, Romênia e Bulgária são independentes. As igrejas da Grécia, Chipre, Sinai, Geórgia, Polônia e Albânia são autocéfalas, ou seja, independentes e sem patriarcas. Já as igrejas da Finlândia, República Tcheca, Hungria e Ucrânia são autônomas e seus arcebispos, eleitos, são confirmados pelo patriarca de Constantinopla. A igreja do Japão está ligada à dos Estados Unidos. No Brasil, o maior número de igrejas ortodoxas pertence ao patriarcado antioquino.

DoutrinaAs igrejas ortodoxas definem-se como "igreja una, santa, católica e apostólica". Suas doutrinas apóiam-se nos livros do Novo Testamento, nos decretos dos sete primeiros concílios ecumênicos e nas obras patrísticas. Como a Igreja Católica, aceitam a tradição e a Bíblia como fontes paralelas de doutrina, mas diferem dos católicos principalmente do ponto de vista litúrgico.

A principal divergência entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa reside na própria concepção da igreja. Para os ortodoxos, a totalidade da igreja  realiza-se em cada comunidade cristã que celebra a eucaristia presidida por um bispo. Em sua comunidade, o bispo é a máxima autoridade de origem divina, e nenhuma outra existe acima dele. Sucessor dos apóstolos, deles procede sua autoridade.

Não há, religiosa ou dogmaticamente, diferença entre bispo, arcebispo, metropolita e patriarca: todos são iguais na única e invariável sucessão apostólica. Apenas haverá primazia de bondade, sabedoria, idade e ordem hierárquica. A autonomia das igrejas não significa isolacionismo, dada a exigência de comunhão com o sínodo dos bispos, claramente expressa no fato de ser indispensável, na consagração dos novos bispos, a presença dos bispos regionais.

Os ortodoxos, assim, não reconhecem o primado e a infalibilidade do papa, a que concedem uma primazia de honra e a quem só consideram primus inter pares ("o primeiro entre iguais"). Diversamente da doutrina católica, o Espírito Santo procede do Pai, mas não do Filho (pois rejeitam o filioque). Negam a doutrina do purgatório e o dogma da Imaculada Conceição de Maria, mas aceitam a assunção da Virgem Maria, com base na afirmação formal dos livros litúrgicos. Outra distinção significativa é que, na Igreja Ortodoxa, só os bispos devem manter-se celibatários.

Ritos das igrejas orientais

Ritos das igrejas orientais - A liturgia das igrejas orientais caracteriza-se sobretudo por sua variedade, riqueza e esplendor. A missa é sempre solene. Os ritos litúrgicos constituem o centro da vida ortodoxa, seja para a expressão da fé, seja para a educação dos fiéis. Sua vitalidade está muito ligada à tradição do monasticismo, cujo centro é a chamada "montanha santa", no monte Atos, na Calcídica. Na ornamentação, é proibido o uso de imagens esculpidas, mas são permitidas as pinturas; veneram-se os santos e admitem-se os ícones que representam santos, Jesus Cristo ou Maria. Não são usados instrumentos musicais, e cabe ao canto coral lugar de grande relevo no culto.

Em função da autonomia das diferentes igrejas e patriarcados, desenvolveram-se diferentes liturgias, que correspondem antes a diferenças linguísticas e a tradições locais do que à diversidade de conteúdo doutrinário. Os cinco ritos principais são o bizantino (adotado pela maioria dos ortodoxos), o alexandrino, o antioquino, o armênio e o caldeu.

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