Ucrânia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Ucrânia

Ucrânia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Ucrânia

UCRÂNIA - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DA UCRÂNIA

Geografia – Área: 577.619 km². Hora local: +5h. Clima: temperado continental. Capital: Kiev. Cidades: Kiev (2.625.000), Kharkov (1.480.000), Dnipropetrovs'k (1.080.000), Odessa (1.040.000), Donets'k (1.030.000) (2017).

População – 44,6 milhões (2017); nacionalidade: ucraniana; composição: ucranianos 73%, russos 22%, outros 5%. Idiomas: ucraniano (oficial), russo. Religião: cristianismo 83% (ortodoxos 54,3%, independentes 16,9%, outros 14,5% - dupla filiação 2,7%), sem religião 10,9%, ateísmo 4%, outras 2,1% . Moeda: hryvnia.

Relações Exteriores – Organizações: Banco Mundial, CEI, FMI, ONU. Embaixada: Tel. (61) 365-3898, fax (61) 365-1457 – Brasília (DF); e-mail: brucremb@zaz.com.br, site na internet: www.ucrania.hpg.com.br.

Governo – República com forma mista de governo. Div. administrativa: 24 províncias, 1 república autônoma (Criméia) e 2 áreas metropolitanas (Kiev e Sebastopol). Presidente: Viktor Yushchenko (desde 2005). Primeira-ministra: Yulia Tymoshenko (desde 2005). Partidos: coalizão Nossa Ucrânia (NU) (do Povo da Ucrânia, Congresso de Nacionalistas Ucranianos, entre outros), coalizão Por uma Ucrânia Unida (ZYU) (Popular Democrata da Ucrânia, dos Industriais e Empresários da Ucrânia, entre outros), Comunista da Ucrânia (PCU), Social Democrata Unido da Ucrânia (OSDPU), Socialista da Ucrânia (SPU). Legislativo: unicameral – Conselho Supremo, com 450 membros. Constituição: 1996.

A Ucrânia é o segundo maior país da Europa, atrás apenas da Federação Russa. O litoral no mar Negro, onde fica o movimentado porto de Odessa, garante acesso ao mar Mediterrâneo pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos. Sob pressão internacional, o governo destrói as armas nucleares herdadas da extinta União Soviética (URSS). A antiga frota militar soviética, ancorada em Sebastopol, na península da Criméia, permanece na região, conforme acordo selado com a Federação Russa. Conhecida como o celeiro do antigo regime soviético, em virtude da grande produção de cereais, a Ucrânia desenvolve moderna atividade agrícola nas planícies férteis de terra negra. Há ricas reservas de carvão, ferro e manganês. Após o fim da URSS, o país vê cair sua produção industrial. Em 2004, a Ucrânia enfrenta grave crise política, com evidências de fraude na eleição presidencial, superada em dezembro com a anulação do segundo turno e uma nova votação, que dá a vitória ao candidata oposicionista, Viktor Yushchenko.

Bandeira da UcrâniaHistória da Ucrânia

A Ucrânia localiza-se no território inicial do Reino da Rússia, formado no século IX, em torno da cidade de Kiev. Eslavos, escandinavos e bizantinos fundem-se na cultura do novo reino, cristianizado no século X. Após a ruína dos principados russos, em razão das invasões mongóis nos séculos XIII e XIV, os ucranianos caem sob domínio polonês e lituano. Em 1667, a porção da Ucrânia a leste do rio Dnieper torna-se parte da Rússia, e a região a oeste é anexada pela Polônia. Com a partilha do território polonês, no século XVIII, a Rússia amplia seus domínios. Após a Revolução de 1905, na Rússia, o czar concede maior liberdade aos ucranianos e revoga a proibição do uso do idioma.

Comunismo – Nacionalistas de direita proclamam a independência durante a Revolução Russa, em 1917. Em 1920, os comunistas assumem o controle do país e perdem parte do território em confronto com a Polônia. Pelo Tratado de Riga, firmado em 1921, a parte ocidental do território é entregue à Polônia, à Tchecoslováquia e à Romênia. A região central e a oriental transformam-se, anos depois, na República Socialista Soviética da Ucrânia, parte da URSS.

Fome e morte – A fase inicial do poder soviético produz grande desenvolvimento. A Nova Política Econômica, adotada por Lênin, traz prosperidade aos camponeses. A partir de 1928, porém, cerca de 7 milhões de ucranianos morrem de fome na coletivização forçada da agricultura adotada por Josef Stálin. O período também é marcado pela repressão política. A ocupação nazista durante a II Guerra Mundial causa a morte de mais 7 milhões de pessoas. A vitória soviética em 1945 leva à reunificação das porções oriental e ocidental do país. Em 1954 é incorporada à Ucrânia a península da Criméia, cujos habitantes tártaros foram deportados para a Ásia Central por Stálin. O nacionalismo ganha força nos anos 1980 com as reformas do líder soviético Mikhail Gorbatchov.

Chernobyl – Em 26 de abril de 1986, uma explosão na usina nuclear de Chernobyl, no norte do país, lança na atmosfera enorme quantidade de material radioativo. O governo soviético oculta a dimensão do acidente, até que a radioatividade é detectada na Europa Ocidental. O acidente nuclear, considerado o pior da história, causa 10 mil mortes, e 135 mil habitantes abandonam a região. A usina, que fornecia 5% da energia elétrica consumida na Ucrânia, é posteriormente fechada. Seu último reator nuclear é desativado em 2000.
kiev, A Capital da Ucrânia
Kiev, A Capital da Ucrânia
Independência – Em 1988 surgem vários grupos autonomistas, e, no ano seguinte, sucedem-se greves e manifestações. Em 1990, o Soviete Supremo (Parlamento) da Ucrânia declara a soberania do país. O fracasso do golpe de Estado promovido em Moscou pela linha dura soviética, em agosto de 1991, precipita a independência ucraniana, proclamada em 24 de agosto pelo Parlamento e ratificada por plebiscito popular em 1º de dezembro. Uma semana depois, o país participa, com a Federação Russa e Belarus, da criação da Comunidade de Estados Independentes (CEI).

Arsenal nuclear – Em 1993, o Parlamento estabelece a propriedade ucraniana sobre o arsenal nuclear da ex-URSS no território, mas concorda em limitar as armas estratégicas e desativar gradualmente as 1.656 ogivas nucleares do país. A decisão remove o principal obstáculo à entrada de capital ocidental. Em 1994, o candidato independente Leonid Kuchma vence as eleições presidenciais e inicia reformas econômicas liberalizantes. O Parlamento anula, em 1995, a Constituição da Criméia, república autônoma com população majoritariamente russa que buscava a incorporação à Federação Russa. Em 1997, Ucrânia e Federação Russa firmam acordo sobre a frota militar no mar Negro. Os russos ficam com 70% dos navios e arrendam parte do porto de Sebastopol (Criméia) para lhes servir de base. Em meio à transição para a economia de mercado, o Produto Interno Bruto da Ucrânia cai em média 9,3% ao ano entre 1990 e 2000.

Corrupção – O governo de Kuchma é abalado, a partir de 1999, por acusações de corrupção. Mesmo assim, o presidente é reeleito. Em 2000, um referendo aprova – com 81% dos votos – reforma constitucional que amplia os poderes da Presidência. As críticas a Kuchma crescem com a divulgação de gravações de supostas conversas entre o presidente e seus auxiliares, envolvendo-os no assassinato de Georgiy Gongadze, jornalista investigativo e feroz crítico do presidente.

Manifestações de rua em 2001 pedem a saída do presidente, mas, no Legislativo, Kuchma escapa do impeachment. Após o atentado terrorista de 11 de setembro, o país abre o espaço aéreo aos Estados Unidos (EUA) para o ataque ao Afeganistão. Em 2002, Kuchma pede o ingresso da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental, mas a organização pede antes reformas políticas, econômicas e militares no país.

Apoio à guerra – Kuchma e o presidente russo Vladimir Putin assinam em 2003 um acordo de definição de fronteiras, deixando pendente a decisão sobre o mar de Azov. Logo após o início da ofensiva anglo-americana contra o Iraque, a Ucrânia atende ao pedido dos EUA de enviar à região uma unidade militar especializada em guerra nuclear, química e biológica. Em 2004, o Parlamento decide retirar os soldados do Iraque.

Crise profunda – Em outubro de 2004 são realizadas as eleições legislativas e presidenciais. No segundo turno das presidenciais, em novembro, o oposicionista Viktor Yushchenko (Nossa Ucrânia) é batido pelo candidato governista, o primeiro-ministro Viktor Yanukovich, segundo a contagem oficial. Há evidências de fraude, e centenas de milhares de pessoas vão às ruas protestar, especialmente na capital, Kiev. A disputa expõe uma divisão entre a população ucraniana e a russa no país, criada desde a maciça migração de russos durante o período soviético. Yushchenko, ex-primeiro-ministro entre 1999 e 2001, defende uma aproximação com a União Européia. Yanukovich busca manter uma aliança prioritária com a Federação Russa. Diante da grave crise política, que ameaça cindir o país (Yushchenko é majoritário no oeste; Yanukovich no leste), a Suprema Corte anula o segundo turno e marca nova votação para 26 de dezembro. Nesse ínterim, o Parlamento reduz os poderes presidenciais. Na nova votação, Yushchenko vence. Yanukovich recorre à Justiça, mas renuncia no fim de dezembro. Viktor Yushchenko assume a Presidência em 23 de janeiro de 2005 e, em fevereiro, a primeira-ministra Yuliya Tymoshenko é aprovada por unanimidade pelo Parlamento.

A Crimeia é desmembrada da Ucrânia e anexada à Federação Russa

A Rússia anexou na terça-feira, 18 de março de 2014, formalmente a Península da Crimeia a seu território, depois de um duro discurso do presidente Vladimir Putin em meio a pesadas críticas aos EUA, União Europeia e ao governo interino da Ucrânia. Em Kiev, o Executivo provisório aumentou a defesa militar na fronteira com a península e autorizou cidadãos ucranianos da Crimeia a usar armas de fogo para se defender.

No discurso que antecedeu à assinatura da anexação da Crimeia, Putin destacou a questão como vital para os interesses russos. Segundo ele, o Ocidente "cruzou uma linha vermelha" ao interferir na Ucrânia, um país estratégico para Moscou . "A Crimeia sempre foi e é parte inseparável da Rússia", declarou o presidente.

Russos na UcrâniaNo discurso, Putin afirmou que o referendo de domingo, no qual a população da Crimeia optou pela adesão à Federação Russa, estava de acordo com as leis internacionais e respaldou o direito de autodeterminação do povo da Crimeia. Ele lembrou do caso de Kosovo, cuja separação da Sérvia foi apoiada por países ocidentais. Segundo o presidente russo, uma vez anexada à Rússia, a Crimeia respeitará direitos de cidadãos das três etnias que vivem na região: tártaros, ucranianos e russos.

O presidente também negou as acusações da UE e dos EUA de que teria invadido a Crimeia. Ele lembrou um tratado entre Rússia e Ucrânia que permite a presença de até 25 mil homens na base de Sebastopol.

"Na Crimeia estão tumbas de soldados russos. A cidade de Sebastopol é a pátria da nossa frota do Mar Negro", disse em meio a aplausos. "Falam de intervenção, mas não me lembro ao longo da história de um só caso de intervenção sem um único disparo e sem vítimas."

O líder russo acusou os EUA e outros países ocidentais de não se guiar pelo direito internacional. "Eles acreditam na teoria de que são os escolhidos. Acham que podem decidir os destinos do mundo e só eles podem estar certos", disse.

Putin ainda criticou a derrubada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, que considerou um golpe de Estado. "Aqueles por trás dos eventos na Ucrânia preparavam um golpe. Nacionalistas, neonazistas antirrussos e antissemitas queriam espalhar o terror e assassinatos", disse.

Yanukovich, pró-russo, caiu em desgraça após se recusar a firmar um acordo comercial com a UE, grande consumidora do gás russo transportado através de tubos por território ucraniano.

Guerra da Crimeia

Em 1853, a Rússia exigiu que fosse reconhecida sua autoridade sobre os assuntos relativos à Igreja Ortodoxa em território turco. O sultão otomano repeliu essa pretensão e, em julho de 1853, Nicolau I  invadiu os principados do Danúbio, situados na atual Romênia. Os ingleses não podiam tolerar o avanço russo, que comprometia a segurança de suas rotas para a Índia, e em setembro enviaram sua frota para Istambul. No mês seguinte, a Turquia declarou guerra à Rússia, mas em 30 de novembro seus navios foram destruídos pela frota russa do mar Negro.

A pretensão russa de estender seu território até o estreito turco de Dardanelos -- uma das chaves do Mediterrâneo e importante rota entre a Europa e o Extremo Oriente -- aliada à ambição do czar Nicolau I, que era emular sua antepassada Catarina II a Grande, provocaram a guerra da Criméia. Alinharam-se contra a Rússia, além da Turquia, o Reino Unido, a França e o reino do Piemonte.

Guerra da CrimeiaA vitória russa deu à França a oportunidade de retornar ao primeiro plano da política européia. Desde o Congresso de Viena de 1815, que pôs fim às guerras napoleônicas, a França enfrentava a tácita oposição das demais potências européias, receosas de sua capacidade bélica. Uma campanha contra a Rússia representava uma oportunidade excelente de aliar-se aos antigos adversários e, ao mesmo tempo, de levar ao campo de batalha a disputa pelos Santos Lugares, na Palestina, que se travava entre católicos, apoiados pela França, e ortodoxos, apoiados pelos russos.

Com o avanço russo, as frotas francesa e britânica dirigiram-se ao mar Negro, em 3 de janeiro de 1854, para proteger a navegação turca. O czar Nicolau I recusou-se a abandonar as províncias conquistadas e, em 28 de março, a França e o Reino Unido declararam guerra à Rússia. O exército czarista, para impedir a adesão do império austríaco à coalizão, abandonou o território do Danúbio, que foi ocupado pela Áustria em agosto de 1854.

Em setembro, os aliados embasaram tropas na Criméia, região russa situada no litoral norte do mar Negro, e deram início ao prolongado cerco de Sebastopol. As principais batalhas foram travadas no rio Alma, em Balaklava e em Inkerman, e em todas elas os russos foram derrotados. O cerco a Sebastopol intensificou-se em janeiro de 1855, com a entrada do reino do Piemonte na guerra.

Depois de novas e decisivas operações bélicas, a queda de Malakhov, principal posto defensivo dos russos, em 8 de setembro de 1855, deu a vitória aos aliados, que ocuparam Sebastopol três dias depois. Outras operações bélicas secundárias no Cáucaso e no mar Báltico puseram fim à campanha.

A Rússia só acatou as negociações de paz em 1o de fevereiro de 1856, depois que a Áustria também ameaçou com a guerra. O Congresso internacional que se reuniu em Paris proclamou a paz em 30 de março. Como resultado da contenda a Rússia teve frustrada a ambição de acesso ao Mediterrâneo, enquanto o Reino Unido assegurou a manutenção de suas rotas marítimas e a França estendeu sua influência aos Balcãs e ao Oriente Médio.

Zaporizhzhya

Zaporizhzhya

Zaporizhzhya é uma cidade da Ucrânia, capital da região do mesmo nome. Localiza-se nas margens do rio Dnieper. Tem cerca de 770 mil habitantes. Foi fundada em 1770 e denominou-se Aleksandrovsk até 1921.

Rio Dniester

Conhecido pelos gregos como Tyras e pelos romanos como Danastris, o Dniester é o segundo rio da Ucrânia em extensão, com 1.350km. Sua bacia abrange uma área de 72.000km2.

O Dniester nasce na vertente setentrional da  cordilheira dos Cárpatos, junto a Borislav, perto da fronteira entre a Ucrânia e a Polônia. Deixando a cordilheira centro-européia, o rio segue encaixado no pequeno planalto moldávio de Volinia-Podolia, formando numerosos meandros. Depois de passar por Soroki, penetra nas planícies deprimidas do sul da Ucrânia e deságua no mar Negro, perto de Odessa, num longo e estreito estuário que se comunica com o mar por dois braços, um dos quais navegável.

Rio Dniester
Rio Dniester
Embora o Dniester tenha grande número de afluentes, somente 15 deles superam os cem quilômetros de extensão. Destacam-se o Stripa, o Seret, o Reut, o Bistrica, o Zolotaia e o Botna. O regime fluvial apresenta cheias de primavera, devido ao degelo e às chuvas torrenciais, e estiagens durante o verão e o inverno.

A bacia do Dniester é densamente povoada, mas não há cidades importantes ao longo de seu percurso. Os centros urbanos de Ternopol, Stanislav e Kishiniov situam-se nas margens de alguns de seus afluentes.   Navegável ao longo de 1.225km, o rio apresenta tráfego intenso de passageiros e de carga. É importante o transporte de madeira, desde os Cárpatos até o mar Negro. No trecho final do rio,  bancos de areia, que ocupam boa parte da desembocadura, dificultam a navegação. A pesca é pouco significativa, exceto nas regiões de planícies, perto da costa, onde se encontram viveiros de esturjão, peixe produtor da matéria-prima do caviar.

Aleksandr DovjenkoAleksandr Dovjenko

Aleksandr Pietrovitch Dovjenko nasceu em 11 de setembro (30 de agosto no calendário juliano) de 1894 em Sosnitsa, Ucrânia. Mestre-escola em Jitomir, após a revolução foi cônsul em Varsóvia, Munique e Berlim. De volta à União Soviética, apaixonou-se pelo cinema e seu primeiro filme como diretor foi Iagodki liubvi (1926; Os frutos do amor). Mas a obra que chamou a atenção para sua sensibilidade foi Zvenigora (1928), narrativa da história do povo ucraniano até a revolução bolchevista.  

A obra de Dovjenko constituiu, juntamente com a de Eisenstein e Pudovkin, a vanguarda do cinema soviético na primeira metade do século XX.

Insistiu no tema: Arsenal (1928) trata da revolta operária no arsenal de Kiev em 1918 e Zemlia (1930; A terra) exalta poeticamente a coletivização no campo e a luta contra os latifundiários. Esse filme o consagrou internacionalmente, mas, denunciado pelo regime como "anti-revolucionário e exasperadamente realista", sofreu cortes para ser exibido. Dovjenko fez, a seguir, Ivan (1932), abordando o projeto hidrelétrico do Dnieper; Aerograd (1935), sobre a construção de um aeródromo na Sibéria; Shchors (1939), mais um episódio da luta socialista na Ucrânia, que lhe valeu o primeiro de seus dois prêmios Stalin (1941 e 1949). Realizou três documentários longos durante a segunda guerra mundial. Em 1946 dirigiu Mitchurin (A vida em flor), sobre o horticultor Ivan V. Mitchurin, e sofreu pressões até alterar o roteiro segundo o figurino do estado. Dovjenko morreu em Moscou em 26 de novembro de 1956, quando filmava Poema o more (Poema pedagógico), concluído por sua mulher, Júlia Sontseva.

Andrei JdanovAndrei Jdanov

Andrei Aleksandrovitch Jdanov nasceu em Mariupol, Ucrânia, em 26 de fevereiro (14 de fevereiro, pelo calendário juliano) de 1896. Membro da facção bolchevique do Partido Comunista desde 1915, Jdanov ascendeu na hierarquia partidária após a revolução de 1917 e ligou-se estreitamente a Stalin, de quem chegou a ser apontado sucessor.

Responsável pela ideologia do Partido Comunista soviético durante a segunda guerra mundial e um dos mentores da guerra fria, Andrei Jdanov foi também o autor de uma política de controle rígido da atividade cultural soviética no pós-guerra.

Tornou-se comandante político de Leningrado (São Petersburgo) e membro do Politburo em 1939. Chefiou a defesa da cidade durante o cerco alemão, de 1941 a 1944, e em 1946 foi designado secretário-geral do partido e chefe do soviete supremo. Atingiu então o auge de sua carreira, como idealizador e executor de uma política cultural altamente repressiva. O "jdanovismo", como essa política ficou conhecida, consistia no rígido controle oficial sobre as artes, as letras e as ciências, inspirado numa tendência marcadamente anti-ocidental. Originalmente aplicada à literatura, ela se disseminou a ponto de afetar todas as esferas da atividade intelectual soviética, inclusive a filosofia, a biologia e a medicina, criando uma barreira difícil de ultrapassar no intercâmbio cultural com o Ocidente. Todos os vestígios de cultura ocidental ou cosmopolita na vida soviética foram minuciosamente investigados. Alguns críticos e historiadores foram mesmo denunciados por opinar que clássicos da literatura russa haviam sido influenciados por Jean-Jacques Rousseau, Molière, Lord Byron e Charles Dickens.

Jdanov foi um dos responsáveis pela criação do Bureau de Informação Comunista (Cominform), órgão soviético incumbido da propaganda, e formulou a teoria da guerra fria. O prestígio de que desfrutava, no entanto, despertou os receios de Stalin, que condenou-o ao ostracismo. Andrei Jdanov morreu em 31 de agosto de 1948, em Moscou. A orientação antiocidental da cultura, porém, continuou até a morte de Stalin, em 1953.

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