Asteroides | Características dos Asteroides

Asteroides | Características dos Asteroides

Asteroides | Características dos Asteroides

Os asteroides são rochas remanescentes da formação dos planetas. Esse processo teria deixado fragmentos por todo o espaço interplanetário, pois eles são encontrados a até 1 ano-luz do Sol, ou seja, a 9,5 trilhões de km desta estrela, uma distância que supera mais de mil vezes a de Plutão. Até  novebro de 2011, 106.165 asteroides haviam tido suas órbitas calculadas e 12.282 nomeados oficialmente. Estima-se, no entanto, que existam alguns milhões de asteroides no sistema solar.

A tendência atual é reconhecer quatro importantes concentrações de asteroides. A maior delas, chamada de Grande Cinturão, reúne os asteroides que giram em torno do Sol entre as órbitas de Marte e Júpiter. Neste agrupamento fica Ceres, o maior dos asteroides rochosos conhecidos, com mil quilômetros de diâmetro, e milhões de corpos menores, a maioria com apenas alguns centímetros.

O segundo grupo situa-se mais próximo do Sol e do nosso planeta: são os NEOs, sigla em inglês para Near Earth Object , ou objetos próximos da Terra, identificados principalmente a partir de 1999 e monitorados para evitar colisões. Astrônomos ingleses explicaram, na época, que essas rochas cósmicas podem ter sido arrancadas aos milhares do Grande Cinturão, num passado remoto, passando, em seguida, a gravitar perto da Terra. Em 2001, o número desses asteroides, cuja órbita se conhece com precisão, chegava a 300. Em 2004, um desses asteroides, chamado Toutatis, de quase 5 km de comprimento, passou a pouco mais de 1,55 milhão de quilômetros da Terra, quatro vezes a distância que nos separa da Lua.

Cinturão de Kuiper
Cinturão de Kuiper – Há também uma grande concentração de corpos pequenos na região de Urano e outra, ainda maior, para além da órbita de Plutão, no chamado Cinturão de Kuiper. Calcula-se que existam 200 milhões de objetos neste cinturão, cuja existência só ficou comprovada em 1994. Naquele ano, a norte-americana Jane Luu, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, detecta 35 mil corpos com diâmetro entre 100 km e 400 km para além de 500 milhões de km da órbita de Plutão. Hoje há uma tendência a classificar esses objetos como planetas menores, uma nova categoria de astros, dos quais o maior seria o próprio Plutão. Esses últimos corpúsculos são feitos principalmente de gelo e de poeira aglomerada, ao contrário dos outros três conjuntos, nos quais predominam os corpos inteiramente rochosos.

A região de Kuiper é uma fonte permanente de surpresas. Em julho de 2001, pesquisadores do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica anunciam a descoberta de um corpúsculo ainda sem nome, designado pela sigla 2001 KX76. Com 1 270 km de diâmetro, ele é maior que Ceres (900 a 1.000 km) e Caronte, a lua única de Plutão (1 200 km de diâmetro).

Em 2004, astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia e de Yale descobriram no Cinturão de Kuiper o maior objeto reconhecido no sistema solar desde Plutão. Batizado de Sedna (nome da deusa inuit, um povo indígena do Ártico), pode ser o décimo planeta do sistema solar. Baseado na medição de luz refletida pela sua superfície, captada pelos telescópios terrestres, o Sedna seria 25% menor que Plutão, ou teria por volta de 1.400 km de diâmetro – Plutão tem cerca de 2.302 km. A descoberta de um objeto desse tamanho no Cinturão de Kuiper coloca de novo em discussão a ideia de que Plutão também seria um asteroide. Por enquanto, ele permanece classificado como um planeta e Sedna está sendo classificado como asteroide.

Instrumentos de observação – Por serem muito pequenos e escuros, torna-se difícil estudar as características dos asteroides rochosos por meio de telescópios terrestres. Por isso, a concentração de rochas que flutuam nas vizinhanças da Terra só foi descoberta graças ao desenvolvimento de instrumentos de observação cada vez mais potentes na década de 1990. Seu número é estimado em várias dúzias de corpos com mais de 5 quilômetros de diâmetro, mais de 2 mil deles com cerca de 1 km de diâmetro e pelo menos 200 mil com diâmetro aproximado de 500 m. Os programas de rastreamento, que reúnem telescópios do mundo inteiro em constante prontidão, como o norte-americano Neat (sigla para Near Earth Asteroid Tracking, em inglês), localizaram menos de 20% do total dos asteroides com mais de 100 m de diâmetro.

A queda de um dos corpos grandes desse grupo na superfície da Terra poderia extinguir a espécie humana e até a vida terrestre, como se acredita ter ocorrido com os dinossauros há 65 milhões de anos. Por isso, alguns caçadores de asteroides defendem a ideia de desenvolver foguetes dotados de raios laser ou mesmo de bombas nucleares para destruir um possível invasor do espaço terrestre. Cálculos estatísticos, contudo, revelam que o risco de ocorrer um choque entre a Terra e um corpo com mais de 1 km de diâmetro é de apenas um a cada 300 mil anos.

As melhores observações de asteroides são feitas pelas sondas espaciais. Em 1991, a sonda Galileu, a caminho de Júpiter, passou perto de Gaspra e, em 1993, de Ida, descobrindo que este último arrastava consigo um satélite, batizado de Dactyl. Dois outros corpos foram fotografados pela sonda Near-Shoemaker: Mathilde, em 1997, e Eros, em 1998. No ano seguinte, a Deep Space 1 cruzou com outro asteroide, o Braille. Mas, uma falha nos instrumentos de navegação levou a nave a passar muito rápido pela rocha e não permitiu fotos nítidas. Em 2001, a Near-Shoemaker tornou-se o primeiro artefato produzido pelo homem a pousar em um asteroide, o Eros, a 315 milhões de quilômetros da Terra – distância duas vezes maior que a do nosso planeta ao Sol.

Um asteroide gigante pode ter sido a causa da extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Mas um outro bólido, muito mais antigo, também pode ter sido responsável pela extinção maciça de 90% das espécies marinhas e 70% das terrestres no período Permiano (250 milhões de anos) – última grande matança global antes do aparecimento dos dinossauros. O impacto do asteroide e atividades vulcânicas ocorridas sincronicamente podem ter causado as extinções, segundo os cientistas.

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