Império e Civilização Romana (753 a.C.- 476 d.C)

Império e Civilização Romana (753 a.C.- 476 d.C)

Império e Civilização Romana (753 a.C.- 476 d.C)
O mais vasto Império da Antiguidade. Tem como marco a lendária fundação de Roma pelos gêmeos Rômulo e Remo, em 753 a.C., que se torna o centro político do Império. Sua queda, em 476, marca o começo da Idade Média. Entre seus legados estão o alfabeto latino, que dá origem a várias línguas contemporâneas, e o direito romano, base do sistema jurídico ocidental.

A formação e o povoamento de Roma resultam do encontro de três povos que habitavam a península Itálica: os etruscos, de origem asiática, ao norte; os gregos, na região conhecida como Magna Grécia, ao sul; e os italiotas, de origem indo-europeia, ao centro. Inicialmente Roma divide a sociedade em patrícios (nobreza territorial e militar) e plebeus (artesãos, comerciantes e pequenos proprietários), adota a Monarquia como sistema político e possui economia agrária. Nas artes os romanos desenvolvem a arquitetura com arcos e abóbadas, o mural decorativo, a pintura de afrescos e a escultura. A religião romana é politeísta, com sacrifícios rituais, e seus deuses equivalem às divindades gregas.

Entre 753 a.C. e 509 a.C., Roma tem sete reis, quatro latinos e três etruscos. O governo é exercido por um rei vitalício e pelo Senado, que congrega apenas patrícios. Diante da centralização do poder nas mãos dos reis etruscos, os patrícios derrubam a Monarquia e implantam a República.

República - Essencialmente aristocrática, a República (509 a.C.-27 a.C.) tem o Senado como órgão supremo de governo. Os senadores, vitalícios, supervisionam as finanças públicas, dirigem a política externa e administram as províncias. As funções executivas são distribuídas entre os membros da Magistratura, como os cônsules e os tribunos da plebe. Os tribunos surgem no decorrer do período da República em consequência da luta dos plebeus por direitos políticos. Entre suas conquistas se destaca a Lei das Doze Tábuas (451 a.C.-449 a.C.). Até então transmitidas por via oral e totalmente manipuladas pelos patrícios, as leis passam a ser escritas e públicas.

Expansionismo - A partir de 510 a.C., Roma dedica-se à conquista de toda a península Itálica. Em 264 a.C., o interesse pelo domínio da Sicília coloca Roma em conflito com Cartago, dando início às Guerras Púnicas (264 a.C.-201 a.C.), das quais sai vencedora. De 200 a.C. até o fim do Império Romano do Ocidente, em 476, atravessa seis séculos de contínua expansão territorial. Os romanos conquistam a Macedônia e a Grécia, a Ásia Menor, o Egito, a Cirenaica (atual Líbia), a península Ibérica, a Gália (França), a Germânia (Alemanha), a Ilíria (Albânia), a Trácia, a Síria e a Palestina.

As numerosas conquistas afetam a estrutura e o modo de vida dos romanos. Roma deixa de ser agrária e torna-se mercantil, urbana e luxuosa. O Exército vira uma instituição poderosa e o escravismo passa a ser o modo de produção dominante.

Crise na República - Nos séculos III a.C. e II a.C., as reformas defendidas pelos irmãos Tibério e Caio Graco em benefício da plebe e as lutas entre patrícios e plebeus enfraquecem o Senado. O I Triunvirato surge em 60 a.C., formado por Crasso, Pompeu e Júlio César. Em 46 a.C., Júlio César (100 a.C.-44 a.C.) põe fim à República e torna-se ditador. É assassinado dois anos depois. Emílio Lépido, Marco Antônio (82 a.C.?-30 a.C.) e Otávio (63 a.C.-14 d.C.) compõem o II Triunvirato em 43 a.C. Mas disputas internas levam à repartição dos domínios de Roma em 40 a.C.: Marco Antônio fica com o Oriente, Lépido com a África e Otávio com o Ocidente. Otávio empreende várias manobras políticas no Senado, que lhe acabam atribuindo plenos poderes. Em 27 a.C. recebe o título de Augusto (filho divino), iniciando o Império.

Império - Otávio Augusto procura fortalecer ainda mais seu poder com a organização de um Exército de 300 mil homens. Depois de sua morte, os outros governantes dessa dinastia são Tibério, entre 14 e 37, Calígula, entre 37 e 41, Cláudio, entre 41 e 54, e Nero, entre 54 e 68. Seguem-se as dinastias dos flávios (69-96) e dos antoninos (96-192). Com os antoninos o Império vive o chamado Século de Ouro (séculos I e II). Roma atinge sua maior extensão territorial com Trajano, entre 98 e 117. Além de pacificar o Império, Adriano, entre 117 e 138, faz uma reestruturação política e militar e a codificação do direito romano. Sob o reinado de Marco Aurélio (161-181) há grande progresso cultural.

Decadência do Império - Na dinastia seguinte, dos severos (193-235), a fragilidade da economia, a desigualdade social, a corrupção do sistema e a politização do Exército começam a abalar o Império. Com o fim da expansão territorial, o número de escravos diminui, afetando diretamente a produção agrícola e o comércio. O Império, que vivia basicamente dos tributos cobrados, é obrigado a emitir moeda, desencadeando um processo inflacionário. A redução do contingente militar facilita ainda mais a penetração de povos bárbaros. A crise é acentuada pela popularização do cristianismo, combatido pelos romanos por ser monoteísta e negar a escravidão e o caráter divino do imperador. Em 395, diante dessa situação, Teodósio divide o Império em Império Romano do Ocidente, com centro em Roma, e Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, com capital em Constantinopla. O Império do Ocidente subsiste por 80 anos e se extingue em 476. Sua queda marca o fim da Antiguidade e o começo da Idade Média.

Império e Civilização Romana (753 a.C.- 476 d.C)Civilização Romana

A civilização romana foi uma das mais importantes de toda a Idade Antiga, uma vez que influenciou definitivamente o mundo ocidental. A mesma surgiu na Península Itálica, entre os mares Tireno e Adriático. Os principais povoadores da região foram os italiotas, povos vindos da Europa Central, os etruscos, povos que se tem pouca informação, e gregos, os quais formaram a Magna Grécia. Sua história é dividida em Monarquia, República e Império.

Monarquia (753ª 509 a.C.)
Nos primeiros cem anos da Monarquia Roma era apenas uma pequena aldeia. Com a conquista dos etruscos, ocorreu uma rápida modernização da cidade. Neste período a sociedade romana era dividida em:

- Patrícios: grandes proprietários de terras, privilegiados e detentores de direito político.

- Plebeus: pequenos proprietários e comerciantes; eram livres, mas não participavam da vida política.

- Clientes: prestavam serviços aos patrícios e em troca recebiam proteção e benefícios de cunho econômico.

- Escravos: prisioneiros de guerra sem direito algum.

Durante a Monarquia, Roma foi governada por um rei, chefe militar e religioso supremo com cargo vitalício, por um Senado, reunião dos chefes das famílias patrícias que elaboravam as leis e limitavam as ações do rei, e por uma Assembleia Curiata, formada por todos os patrícios adultos que discutiam e votavam as leis elaboradas pelo Senado.

República (509 a 27 a.C.)
Durante a República, o lugar do rei foi ocupado por uma série de altos funcionários: os magistrados. Desta forma, o Senado passou a ser o principal órgão político de Roma.

O período da República foi marcado pela constante disputa dos plebeus por melhores condições de vida e direitos semelhantes aos dos patrícios. Embora constituíssem a maioria da população, os plebeus não tinham direitos políticos, não podiam se casar com os patrícios, além do fato de se tornarem escravos quando não podiam pagar suas dívidas. Como uma reação a tal realidade, os mesmos se retiraram de Roma para fundar uma nova cidade. Os patrícios se viram obrigados a ceder e a atender às reivindicações das classes menos favorecidas por meio de leis:

- Lei das Doze Tábuas: conjunto de leis gravadas sobre pranchas de bronze e expostas publicamente, já que as mesmas eram transmitidas oralmente apenas aos patrícios.

- Lei Canuleia: permitia o casamento entre plebeus e patrícios.

- Lei Licínia: proibia a escravidão por dívida.

Os romanos tinham um exército grande e organizado, por isso realizaram grandes conquistas militares. As Guerras Púnicas (264-146 a.C.) tiveram como principal causa a disputa pelo controle comercial do Mediterrâneo entre Roma e Cartago, uma antiga colônia fundada pelos fenícios no norte da África. Após constantes combates, os romanos saíram vitoriosos em 146 a.C.

Império (27 a.C. – 476)Roma passou a dominar uma extensa região, intervindo na Macedônia, na Grécia, em vários reinos da Ásia Menor e no Egito. Como consequência destas conquistas militares, podemos citar o crescimento do comércio romano, o contato com a cultura de muitas regiões, além do desenvolvimento econômico.

No final do período da República, se via uma grande diferença na sociedade romana: de um lado, a massa de plebeus pobres e miseráveis, e de outro, a nobreza sustentando seus luxos. Diante dessa situação, os irmãos Tibério e Caio Graco, tributos da plebe, tentaram uma reforma agrária propondo a distribuição de terras entre camponeses plebeus e certas limitações ao crescimento dos latifúndios. A proposta não foi aceita pelo Senado e os irmãos Graco acabaram sendo assassinados.

Com a morte de Tibério e Caio Graco, um clima de desordem e agitação tomou conta das cidades romanas. Isso fez com que diversos chefes militares tenham lutado pelo poder.

Império (27 a.C. – 476)
Após vencer Marco Antônio, Otávio assumiu o poder e procurou estabelecer uma relação harmônica com o Senado, aspecto que pode ser percebido mediante os vários títulos que os senadores lhe concederam, como “Príncipe” (mais importante cidadão do mundo romano), “Augusto” (divino) e “Imperador" (general vitorioso).

Durante os mais de 40 anos de seu governo, Otávio elaborou políticas que favoreciam tanto nobres, concedendo aos mesmos os mais altos cargos públicos, quanto plebeus, concedendo a estes terras e até mesmo dinheiro, na chamada política “pão e circo”. O resultado do governo de Otávio foi um longo período de paz e prosperidade, conhecido como Paz Romana. Nessa época, houve um grande desenvolvimento urbano por meio da construção de diversas obras de infraestrutura, como aquedutos, esgotos e estradas.

Entre os anos de 14 e 235, Roma se transformou na capital do mundo e viveu seu apogeu. Durante este período, o Império Romano foi governado por quatro dinastias de imperadores:

- Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e Nero;

- Dinastia Flávia (69-96): imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano;

- Dinastia Antonina (96-192): imperadores Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cômodo;

- Dinastia Severa (196-235): imperadores Sétimo Severo, Caracará Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre.

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