Aleijadinho | Vida e Obra de Aleijadinho

A visão de mulato, o caráter de brasilidade na concepção do barroco, e a saúde, robustez e dignidade de sua obra, aliaram-se para fazer do Aleijadinho o maior e mais admirado arquiteto e escultor de que se tem notícia em todo o Brasil Colonial.
A formação profissional e artística do Aleijadinho é atribuída a seus contatos com a atividade do pai e a oficina de um tio, Antônio Francisco Pombal, afamado entalhador de Vila Rica. Sua aprendizagem, além disso, terá sido facilitada por eventuais relações com o abridor de cunhos João Gomes Batista e o escultor e entalhador José Coelho de Noronha, autor de muitas obras em igrejas da região. Na educação formal, nunca cursou senão a escola primária.
O apelido que o celebrizou veio de enfermidade que contraiu por volta de 1777, que o foi aos poucos deformando e cuja exata natureza é objeto de controvérsias. Uns a apontam como sífilis, outros como lepra, outros ainda como tromboangeíte obliterante ou ulceração gangrenosa das mãos e dos pés. De concreto se sabe que ao perder os dedos dos pés ele passou a andar de joelhos, protegendo-os com dispositivos de couro, ou a se fazer carregar. Ao perder os dedos das mãos, passou a esculpir com o cinzel e o martelo amarrados aos punhos pelos ajudantes.
Certamente admirada em seus dias, já que as encomendas, vindas de vários pontos da província, nunca lhe faltaram, a obra do Aleijadinho caiu porém no esquecimento com o tempo, só voltando a despertar certo interesse após a biografia precursora de Rodrigo Bretas. O estudo atento dessa obra, como ponto culminante do barroco brasileiro, esperou mais tempo ainda para começar a ser feito, na esteira do movimento de valorização das coisas nacionais desencadeado pela Semana de Arte Moderna de 1922.
Antônio Francisco Lisboa, segundo consta, foi progressivamente afetado pela doença e se afastou da sociedade, relacionando-se apenas com dois escravos e ajudantes. Nos dois últimos anos de vida se viu inteiramente cego e impossibilitado de trabalhar. Morreu em algum dia de 1814 sobre um estrado em casa de sua nora, na mesma Vila Rica onde nascera.

Principais obras de Aleijadinho
Em Ouro Preto: igreja de São Francisco de Assis (risco geral, risco e esculturas da portada, risco da tribuna do altar-mor e dos altares laterais, esculturas dos púlpitos, do barrete, do retábulo e da capela-mor); igreja de Nossa Senhora do Carmo (modificações no frontispício e projeto original, esculturas da sobreporta e do lavatório da sacristia, da tarja do arco-cruzeiro, altares laterais de são João Batista e de Nossa Senhora da Piedade); igreja das Mercês e Perdões ou Mercês de Baixo (risco da capela-mor, imagens de roca de são Pedro Nolasco e são Raimundo Nonato); igreja São Francisco de Paula (imagem do padroeiro); igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (quatro suportes de essa); igreja de São José (risco da capela-mor, da torre e do retábulo); igreja de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos ou de São Miguel e Almas (estátua de são Miguel Arcanjo e demais esculturas no frontispício); igreja de Nossa Senhora do Rosário (imagem de santa Helena); e as imagens de são Jorge, de Nossa Senhora, de Cristo na coluna e quatro figuras de presépio hoje no Museu da Inconfidência.Em Congonhas: igreja matriz (risco e escultura da sobreporta, risco do coro, imagem de são Joaquim).
Em Mariana: chafariz da Samaritana.
Em Sabará: igreja de Nossa Senhora do Carmo (risco do frontispício, ornatos da porta e da empena, dois púlpitos, dois atlantes do coro, imagens de são Simão Stock e de são João da Cruz).
Em Caeté: igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso (altar colateral de são Francisco de Paula e imagem de Nossa Senhora do Carmo com Menino Jesus).
Em Catas Altas: igreja de Nossa Senhora da Conceição (imagem do Cristo crucificado).
Em Santa Rita Durão: igreja de Nossa Senhora do Rosário (altar colateral de santa Ifigênia); em Barão de Cocais: matriz de São João Batista (imagem do padroeiro na portada, risco e tarja do arco-cruzeiro).
Em São João del-Rei: igreja de São Francisco de Assis (risco geral, esculturas da portada, risco do retábulo da capela-mor, altares colaterais, imagens de são João Evangelista); igreja de Nossa Senhora do Carmo (risco original frontispício e execução da maioria das esculturas da portada).
Em Tiradentes: matriz de Santo Antônio (risco do frontispício).
Em Nova Lima: matriz de Nossa Senhora do Pilar (altar-mor, dois altares colaterais, púlpitos e altar da sacristia, todos provenientes da capela da fazenda Jaguará, em Pedro Leopoldo).
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