Analfabetismo, Conceitos e Tipos de Analfabetismo

Analfabetismo, Conceitos e Tipos de Analfabetismo

Analfabetismo, Conceitos e Tipos de AnalfabetismoPode-se definir o analfabetismo como a condição das pessoas que não têm o domínio do alfabeto ou de algum outro sistema de escrita, isto é, que carecem dos conhecimentos necessários para ler e escrever.   A UNESCO define o analfabeto, de forma mais rigorosa, como a pessoa que, à idade de 15 anos ou mais, é incapaz de entender o sentido global de um texto simples ou de escrever uma exposição breve de fatos da experiência diária.

Ninguém pode participar plenamente da cultura moderna sem dominar a linguagem escrita. Mas quase metade da humanidade se encontra nessa situação, e as campanhas de alfabetização do século XX não concretizaram todas as esperanças nelas depositadas.

Tipos de analfabetismo
Podem ser descritas como analfabetismo situações variadas, desde a pura e simples incapacidade de decifrar os sinais da escrita até o chamado "analfabetismo prático" ou "analfabetismo por desuso" -- o de pessoas que, tendo aprendido a ler e a escrever, pouco ou nada utilizam seus conhecimentos na vida prática. Isso pode ocorrer tanto por falta de oportunidades como pela tendência, na sociedade atual, a substituir a informação escrita pela gráfica e sonora, oferecida pelos meios de comunicação de massa e que exige menor esforço.

História. Desde os mais antigos tempos os homens utilizaram a linguagem oral para comunicar-se entre si. A invenção da linguagem escrita permitiu "armazenar" a informação sem necessidade de recorrer à memória. Assim, desde o momento em que se criou um código de sinais capaz de permitir a fixação dos conhecimentos, impôs-se a necessidade de compreensão e domínio desse código para as pessoas que quisessem ter acesso à informação escrita. Com a crescente complexidade da cultura, tornou-se cada vez mais necessário o conhecimento do alfabeto ou de algum outro sistema de escrita.

Em quase todas as culturas históricas, o domínio da linguagem escrita pertenceu a uma casta de funcionários ou sacerdotes que, em grande medida, mantinham seu poder graças ao controle que possuíam sobre essa linguagem. Os escribas e sacerdotes do antigo Egito ou os eclesiásticos da Idade Média europeia desfrutavam do monopólio do saber, em detrimento de outras classes sociais -- como os guerreiros, os servos e até a nobreza.

Em meados do século XV, a invenção da imprensa de tipos móveis trouxe ao mundo europeu a ruptura com os modos antigos de acesso à cultura, até então reservada a poucos. A partir do Renascimento, os países europeus viram aumentar de modo contínuo o número de indivíduos que dominavam a leitura e a escrita. A Reforma insistiu que os fiéis lessem diretamente a Bíblia, o que motivou o aumento do interesse dos protestantes pelo domínio do alfabeto. Mais tarde, o Iluminismo proclamou com especial empenho a necessidade de alfabetizar a sociedade em seu conjunto e, a partir das revoluções liberais e da industrial, ficou evidente a vantagem social de contar com um povo alfabetizado. Desde o início do século XIX, os estados liberais europeus puseram em andamento planos de alfabetização em massa, mediante a escolarização obrigatória das crianças. Fora da Europa, deve-se mencionar o sucesso obtido pelo Japão da época Meiji na alfabetização de seu povo, o que facilitou a rápida europeização do país e seu progresso econômico no último terço do século XIX.

Analfabetismo hoje. No mundo contemporâneo, em que o uso escrito do próprio idioma é considerado um direito básico do ser humano, os governos de todo o mundo realizam grandes esforços para erradicar o analfabetismo. Nos países desenvolvidos em geral, esse é um problema de caráter residual, ao menos no que tange ao analfabetismo em sentido estrito; mas é crescente a preocupação relativa ao chamado analfabetismo prático. O fenômeno da televisão, por exemplo, é visto com alarme por muitos educadores, preocupados com as conseqüências de uma cultura não literária cujo rumo é muito difícil de prever.

Na maioria dos países em desenvolvimento, o analfabetismo em sentido estrito continua a ser um problema muito grave. As estatísticas são pouco confiáveis e prejudicadas pela própria indefinição dos graus de analfabetismo e pela ocultação deste por parte do indivíduo pesquisado ou das autoridades, preocupadas com a imagem pública. Em geral, pode-se dizer que a alfabetização se relaciona estreitamente com o nível de desenvolvimento econômico, tanto dos países em seu conjunto como das regiões de um determinado país. Em praticamente todos os lugares, a porcentagem de mulheres analfabetas é superior à dos homens, desproporção que se acentua quanto mais pobre for um país e mais tradicional sua cultura.

Na segunda metade do século XX, considerava-se que quase metade da população adulta mundial era analfabeta. No entanto, estavam em curso grandes progressos na erradicação do analfabetismo, particularmente no leste da Ásia e na América Latina. Apesar disso, a proporção de analfabetos caía muito lentamente; e, dado o rápido incremento da população  nos países menos desenvolvidos, o número absoluto de analfabetos aumentava no mundo, razão pela qual se começou a temer que o problema só fosse solúvel a longo prazo.
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