Idade Média e o Sistema Feudal no Mundo (476-1453)

Idade Média e o Sistema Feudal (476-1453)

Idade Média Ou Período Medieval (476-1453)
A Idade Média é tratada de forma divergente pelos historiadores. Alguns dizem que foi uma época de trevas, visto que não houve significativos avanços do saber e da arte. De fato, podemos considerar este período como uma fase de transição, uma época de dificuldades e inseguranças para toda a Europa ocidental. No entanto, vale ressaltar que o mesmo foi essencial para o surgimento da civilização moderna, com suas novas ideias e princípios que acabaram mudando o mundo.

A Idade Média é dividida em duas fases:

Alta Idade Média (Séc. V a XI): Fase caracterizada essencialmente pelo ápice do sistema feudal. Os trabalhadores realizavam uma espécie de contrato com o senhor feudal: ofereciam trabalho em troca de proteção e abrigo. Por este motivo, não havia mobilidade social; a economia era de subsistência.

Baixa Idade Média (Séc. XII a XV): Neste período, a Europa Ocidental passou a conhecer o seu “renascer” material e cultural. Assim, as situações se inverteram de tal forma que o feudalismo passou a ser um sistema decadente, dando lugar para um capitalismo comercial apoiado pela burguesia e pelas monarquias nacionais.

Idade Média Ou Período Medieval (476-1453)482-751- Clóvis I, da dinastia merovíngia, unifica as tribos francas e conquista a Gália, originando o Reino Franco, o mais poderoso da Europa Ocidental. Clóvis converte-se ao cristianismo, o que, pelo costume franco, significa a cristianização de todo o povo. Após sua morte, em 511, o reino é dividido e os governantes merovíngios travam várias guerras. Um deles, Pepino, o Breve, depõe o último rei merovíngio em 751 e funda a dinastia carolíngia.

Século IV – X – Situados nas florestas da Guatemala e de Honduras, e na península de Yucatán, no México, os maias formam cidades-estados independentes com governo teocrático. Utilizam avançadas técnicas de irrigação na cultura do milho, do feijão e de tubérculos e realizam trocas comerciais. Constroem templos, pirâmides e palácios de pedra e criam um calendário que determina com precisão o ano solar (365 dias). Adotam a escrita hieroglífica e, na matemática, inventam as casas decimais e o conceito do valor zero. São politeístas e cultuam deuses da natureza.

630-1258 – As tribos da Arábia se unificam por meio do islamismo e da língua árabe, dando origem ao Império Árabe. Com o propósito de difundir a nova religião, o império se expande até a Índia, o norte da África e penetra na Europa pela península Ibérica. Sua divisão em Estados independentes e as divergências entre as seitas islâmicas dos sunitas e xiitas provocam a decadência. A invasão de Bagdá pelos mongóis põe fim ao império.

751-768 - A principal marca do governo de Pepino, o Breve, da dinastia carolíngia, é a bem-sucedida campanha militar lançada contra os lombardos, a pedido do papa Estevão II. Após a vitória, as terras inimigas são doadas à Igreja sob o nome de Patrimônio de São Pedro.

768-814 – O Reino Franco atinge o apogeu durante o reinado de Carlos Magno, primogênito de Pepino, o Breve. Carlos Magno dá continuidade à política expansionista carolíngia. Domina o Reino Lombardo, terras dos saxões na Germânia, a Baviera, o sul dos Pirineus, Barcelona e as ilhas Baleares e integra os povos conquistados por meio do cristianismo. Promove um grande renascimento cultural, conhecido como Renascimento Carolíngio: estimula a fundação de escolas e se torna um dos responsáveis pela transmissão da cultura greco-romana para os tempos futuros. Em 800 é coroado imperador pelo papa Leão III, adquirindo, assim, a incumbência de disseminar e defender a fé cristã. Após sua morte, em 814, o império se enfraquece.

843-987 – Disputas e guerras sucessórias envolvem os netos de Carlos Magno e resultam no Tratado de Verdun, que resulta na divisão do Império Franco em três reinos: Carlos, o Calvo recebe a parte correspondente à França; Luís, o Germânico fica com o território alemão; e Lotário recebe a parte central do Império, que se estende da Itália até o mar do Norte.Inicia-se o processo de desintegração da Europa, que irá redundar no feudalismo.

O Sistema Feudal  – É o sistema de organização econômica, política e social da Europa Ocidental característico da Idade Média, que vigora entre os séculos IX e XVI.Com as invasões bárbaras e a desagregação do Império Romano do Ocidente, a Europa inicia profunda reestruturação, marcada pela descentralização do poder, pela ruralização e pelo emprego de mão-de-obra servil.A estrutura social é estamental, com pouca mobilidade social, e baseada em relações de dependência servil e vassalagem.O feudo constitui a unidade territorial da economia, que se caracteriza pela auto-suficiência e pela ausência quase total do comércio e de intercâmbios monetários.A produção é predominantemente agropastoril, voltada para a subsistência.A Igreja Católica transforma-se em grande proprietária feudal, detendo poder político e econômico e exercendo forte controle sobre a produção científica e cultural da época.

962 – O papa João XII nomeia Otto I imperador do Sacro Império Romano-Germânico (I Reich), numa tentativa de conter os ataques húngaros na Europa cristã. Seus domínios abrangem a porção ocidental da Alemanha, a Áustria, a Holanda (Países Baixos), parte da Suíça, da Polônia e o leste da França. Acentua-se a corrupção e a Igreja Católica torna-se mais suscetível ao poder político, promovendo a venda de cargos eclesiásticos (simonia). O império se mantém forte até o final do século XI. A partir de 1250 compreende um conjunto de pequenos Estados, nos quais o poder local do príncipe supera a autoridade central do imperador.

987 – Após a morte de Luís V, último rei da dinastia carolíngia, nobres franceses elegem Hugo Capeto, conde de Paris, rei da França. Inicia-se o processo de formação da monarquia francesa.

1054 – A Igreja Oriental (Igreja Cristã Ortodoxa Grega) rompe com a Igreja Ocidental (Igreja Católica Apostólica Romana) no chamado Cisma do Oriente. Desde o início do Império Bizantino havia divergências na orientação das duas Igrejas: a Oriental tem certa independência em relação a Roma, celebra seus rituais em grego, é subordinada ao Estado e rejeita algumas crenças ocidentais, como a fé no purgatório. O motivo fundamental para a cisão, porém, é o conflito entre as lideranças das duas Igrejas pelo controle das dioceses do sul da península Itálica.

1066 – Guilherme I, o Conquistador, duque da Normandia, invade a Inglaterra, vence a Batalha de Hastings e submete os saxões a um poder centralizado e autoritário: até então a Inglaterra era dividida em sete reinos feudais. É o início da dinastia normanda na Inglaterra e da monarquia inglesa.

1075 – O Sacro Império Romano-Germânico e o papa Gregório VII travam uma disputa conhecida como a Questão das Investiduras. Procurando diminuir a participação do imperador nas decisões internas da Igreja, o papa proíbe a investidura (nomeação de bispos e padres) leiga e institui o celibato. O rei Henrique IV desacata a ordem e é excomungado pelo papa. Após um conflito armado é definida a Concordata de Worms (1122), que delibera a não-interferência do papa em questões políticas e proíbe o imperador de nomear cargos eclesiásticos.

1095-1270 – Para refazer a unidade cristã abalada pelo Cisma do Oriente, o papado investe em expedições militares – as cruzadas. Elas têm o objetivo de propagar o cristianismo, combater os muçulmanos e cristianizar territórios da Ásia Menor (atual Turquia) e da Palestina. Formadas por cavaleiros e comandadas por nobres, príncipes ou reis, as cruzadas também possuem motivações não religiosas, como a conquista de novos territórios e a abertura de rotas comerciais marítimas e terrestres para o Oriente. Produtos como seda, tapetes, armas e especiarias foram introduzidos no consumo da Europa pelos cruzados.
As Cruzadas Medievais

As Cruzadas Medievais


Expedições militares organizadas pelos cristãos europeus, desde o final do século XI, durante a Idade Média, para propagar o cristianismo, combater os muçulmanos e cristianizar territórios da Ásia Menor (atual Turquia) e da Palestina, ocupados por tribos turcas. As expedições também têm motivações não religiosas, como a abertura das rotas terrestres de comércio com o Oriente, a conquista de novos territórios, a formação de alianças para derrotar concorrentes feudais e decidir disputas dinásticas. As oito cruzadas oficiais ocorrem entre 1095 e 1270. São formadas por cavaleiros e comandadas por nobres, príncipes ou reis. A primeira, por exemplo, convocada pelo papa Urbano II, tem como objetivo tomar do controle muçulmano o Santo Sepulcro – local onde Jesus Cristo teria sido enterrado –, em Jerusalém. A campanha termina com a vitória dos cruzados. Os combates para expulsar os muçulmanos da península Ibérica e a luta dos cavaleiros alemães em marcha para o leste também recebem o status de cruzada.

Alguns historiadores acreditam que as cruzadas contribuem para despertar nos europeus a consciência de uma unidade cultural, o que evolui para a formação dos Estados nacionais a partir do século XIII. Apesar de não terem alcançado seus objetivos, as cruzadas tiveram consequências importantes: reabriram a navegação do Mediterrâneo aos europeus e intensificaram as relações comerciais do Ocidente com o Oriente. Produtos como sedas, tapetes, armas e especiarias foram introduzidos no consumo da Europa pelos cruzados. Pela proximidade geográfica, os comerciantes da Itália, principalmente de Veneza, desenvolveram intenso comércio dos produtos orientais.

As Cruzadas Medievais
Após os turcos muçulmanos terem conquistado a Palestina em 1071, estes proibiram a peregrinação dos cristãos europeus à Terra Santa, lugar onde Jesus nascera. Indignado com tal situação, o papa Urbano II pediu que os cristãos combatessem os inimigos do cristianismo e reconquistassem a Palestina. Desta forma, os nobres cristãos europeus passaram a realizar expedições de caráter militar e religioso com o fim de tirar tal região do domínio muçulmano: as cruzadas.

Além da função religiosa, estas expedições tinham um claro interesse econômico por trás. Muitos nobres desejavam as riquezas e terras do Oriente e os comerciantes ansiavam o comércio dos artigos de luxo da região.

A Primeira Cruzada (1096-1099) era formada por um grande grupo de nobres muito bem equipados para a guerra, o qual foi capaz de conquistar  Jerusalém. Entretanto, a região foi rapidamente retomada pelos muçulmanos. A Segunda Cruzada (1147-1149) foi desestabilizada pelo desentendimento entre seus dois líderes: o rei Luís VII da França e o imperador Conrado II, do Sacro Império.

Liderada por Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, a Terceira Cruzada (1189-1192) teve um significativo resultado: embora não fora capaz de tirar Jerusalém das mãos dos turcos, resultou na elaboração de um acordo, no qual passou a ser permitida a peregrinação à cidade. A Quarta Cruzada (1201-1204) foi impulsionada claramente pelo interesse comercial, uma vez que os cristãos saquearam Constantinopla, e não o Egito, como fora proposto pelo Papa.

A Cruzada das Crianças (1212) foi uma grande barbaridade. Com base na crença de que somente as crianças, seres de coração puro, poderiam reconquistar Jerusalém, foram enviadas cerca de 50 mil crianças para o “combate”. O resultado não podia ser outro: muitas morreram antes mesmo de chegarem ao destino e outras foram feitas escravas.

Embora as Cruzadas tivessem sido um fracasso, provocaram significativas e importantes mudanças socioeconômicas em toda a Europa. Por meio do contato com o Oriente, os europeus assimilaram novas técnicas de produção e estabeleceram novas rotas comerciais, o que resultou no declínio do feudalismo.

Principais Cruzadas – São cinco grandes expedições militares rumo ao Oriente:

Cruzadas dos Mendigos (1096) – Primeira cruzada extra-oficial.Reúne mendigos e ataca tribos árabes.Todos os cruzados são aniquilados.

1ª Cruzada (1096-1099) – Conhecida como Cruzada dos Barões, é a primeira cruzada oficial francesa e agrega cerca de 500 mil pessoas.Chega a Jerusalém, onde é fundado um reino cristão.

2ª Cruzada (1147-1149) – Motivada pela tomada de Edessa pelos turcos.Os cruzados são derrotados em Dorileia, quando empreendem a ofensiva na Palestina.

3ª Cruzada (1189-1192) – Chamada de Cruzada dos Reis, é liderada pelo rei inglês Ricardo Coração de Leão, que estabelece um acordo com o sultão Saladino, do Egito, para que os cristãos possam realizar peregrinações a Jerusalém.

4ª Cruzada (1202-1204) – Financiada por venezianos interessados na rota comercial do Império Bizantino.Tomam e saqueiam Constantinopla.

1118-1312 - Hugues de Payns funda a Ordem dos Cavaleiros Templários, depois da conquista de Jerusalém. Inicialmente conhecidos como Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, seu propósito era proteger a viagem de cristãos à Palestina. No decorrer dos anos se tornam muito poderosos e conquistam, por meio de doações, vastas propriedades em toda a Europa, principalmente na França. A instituição é abolida em 1312, com a morte do Grande Mestre, Jacques de Molay, nas fogueiras da Inquisição.

1158 – Uma associação de comerciantes no norte da Alemanha cria a Liga Hanseática, para proteger e promover interesses comerciais comuns. A Liga se transforma em importante força política na Europa, congregando diversas cidades da Alemanha e comunidades alemãs na Holanda, na Inglaterra e no mar Báltico e incentivando o surgimento de cidades livres e associações mercantis.

1206 – Gêngis Klan unifica tribos da Ásia Central (atual Mongólia) e inicia o Império Mongol – tribunal da Igreja Católica instituído para perseguir, julgar e punir os acusados de heresia (doutrinas ou práticas contrárias às definidas pela Igreja). As punições variam desde uma retratação pública até o confisco de bens e a prisão perpétua, convertida pelas autoridades civis em execução na fogueira ou forca em praça pública. Em 1252, o papa Inocêncio IV aprova o uso da tortura como método para obter confissão de suspeitos do tribunal.

1278-1295 – O mercador italiano Marco Polo, acompanhado do pai e do tio, chega à China, abrindo caminho a outros viajantes e promovendo o intercâmbio entre Ocidente e Oriente. Permanece na China por 17 anos, exercendo funções administrativas e diplomáticas na corte do soberano Kublai Klan, neto de Gêngis Klan. Em 1295, os Polo voltam a Veneza, com riquezas e especiarias.

1281 – Otman I dá início à expansão turca e à propagação do islamismo, fundando o Império Turco-Otomano. De um pequeno principado na região da Anatólia (atualmente na Turquia), os turco-otomanos estendem seus domínios pela Europa, pelo Oriente Médio e pelo norte da África. O florescimento do império como potência mundial ocorre com a tomada de Constantinopla e a conquista da península Balcânica, nos séculos XIV, XV e XVI.

Século XIII – Os incas fundam Cuzco, a capital do Império Inca, na cordilheira dos Andes (região do atual Peru). Ocupam também territórios do Equador, do Chile e da Bolívia. Enfraquecidos por guerras internas, são dominados pelos espanhóis em 1532. Viabilizam a agricultura nas montanhas, talhando o relevo em degraus, e, nas regiões desérticas do litoral, irrigam a terra por meio de tanques e canais. Dominam a ourivesaria, a cerâmica e conhecem a tecnologia do bronze. Utilizam quipos (cordões e nós coloridos) para registrar acontecimentos e fazer cálculos. São o único povo pré-colombiano a domesticar animais. Constroem centros religiosos e cultuam o deus Sol. Seu rei, intitulado Inca, tem poder absoluto por estar associado a essa divindade.

Machu Picchu – As ruínas dessa cidade inca foram descobertas pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham em 1911.Há evidências de que a cidade era um grande centro religioso, construído no século XV.Restam apenas ruínas de 216 habitações de pedra, provavelmente pertencentes a nobres e sacerdotes.Ao redor de Machu Picchu há um número expressivo de sítios arqueológicos, sinal de que a região era povoada.De acordo com historiadores, a cidade deve ter sido o coração de uma extensa área metropolitana, que chegou a ter 16 milhões de habitantes.No cemitério da cidade, porém, só foram descobertos 173 corpos, a maioria de mulheres.Acredita-se que a cidade foi destruída por uma epidemia, uma guerra ou uma combinação dos dois fatores.

1309-1377 – Descontente com a intromissão da Igreja em assuntos do reino, o rei da França, Felipe IV, prende o papa Bonifácio VIII e nomeia Clemente V, de origem francesa, novo papa. O episódio fica conhecido como Cativeiro de Avignon. O novo papado é instalado em Avignon, de onde se sucede uma série de papas franceses. Após 68 anos, a Santa Sé, sob o comando do papa Gregório XI, recupera o direito de retornar a Roma.

1325-1519 – Em uma área pantanosa ao redor do lago Texcoco, no México, os astecas fundam Tenochtitlán, atual Cidade do México. Chefiada pelo rei, que comanda o Exército, a sociedade asteca é altamente hierarquizada. É constituída pela nobreza, que inclui guerreiros e sacerdotes, e por uma população de agricultores, pequenos comerciantes e artesãos, que prestam serviço militar compulsório. Os astecas realizam importantes obras de drenagem e constroem espécies de ilhas artificiais (chinampas) para ampliar as áreas de cultivo. Desenvolvem intensa atividade comercial em mercados urbanos. Usam a escrita pictórica e a hieroglífica e estudam a astronomia, a astrologia e a matemática. Entre os vários deuses cultuados estão o da guerra, do Sol, da chuva e a Serpente Emplumada. O império expande-se no reinado de Montezuma II, entre 1502 e 1520, agrupando 500 cidades e 15 milhões de habitantes. Os astecas fundem sua cultura com a dos povos conquistados, cobrando-lhes pesados tributos. Seu declínio começa em 1519, quando a região é invadida por espanhóis que obtêm a cooperação dos grupos dominados para rendê-los.

1337-1453 – A pretensão do rei inglês Eduardo III, neto de Felipe, o Belo, de disputar a sucessão do trono francês é o estopim da Guerra dos Cem Anos, que opõe França e Inglaterra. O conflito envolve o interesse da Inglaterra no comércio de lã no território de Flandres, sob domínio francês; a ajuda da França à Resistência Escocesa; e a posse de terra que os reis ingleses, duques da Normandia, tinham na área francesa. Ao final da guerra, a França recupera todas as possessões sob domínio inglês. O embate consolida a identidade nacional francesa e facilita uma conspiração da nobreza inglesa, que iniciaria uma guerra civil: a Guerra das Duas Rosas. Outra consequência é a perda de poder dos senhores feudais nos dois países e o aumento da autoridade real.

1347 – Trazida por um navio proveniente do mar Negro, a peste negra chega à Europa pelo Porto de Gênova. A epidemia, altamente infecciosa, é transmitida ao homem pelas pulgas de rato. Espalha-se com grande velocidade e provoca a morte de cerca de um terço da população do continente.

1378-1417 – Gregório XI deixa Avignon e retorna à Itália para restabelecer o papado em Roma. Em 1378, na eleição de seu sucessor, dois grupos disputam a indicação do novo papa: os eclesiásticos romanos, partidários da posse de Urbano VI, e os franceses, favoráveis à Clemente VII. Sem acordo, o papado fica dividido: o papa de Avignon passa a ser sustentado pelo rei da França e o romano se mantém com o auxílio do imperador do Sacro Império Romano-Germânico. O episódio fica conhecido como Cisma do Ocidente. Várias tentativas de revogar a cisão falham. Somente após o Concílio de Constança (1417) e a eleição do papa Martinho V é restabelecida a unidade do pontificado.

1385 – Início da monarquia nacional portuguesa. Com origem no humanismo, o Renascimento está associado à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano e à crença no potencial ilimitado da criação humana. Manifesta-se nas artes, na literatura e nas ciências. O espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações e ao descobrimento do Novo Mundo Em consequência, ocorrem progressos técnicos e conceituais, além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas.

1415 – Portugal inicia a expansão marítima europeia. A primeira expedição, comandada pelo rei João I, promove a conquista de Ceuta, importante porto do norte da África e ponto de partida para as futuras expedições e descobertas portuguesas no continente africano.
Corporações de Ofício

Corporações de Ofício


Associações que surgem na Idade Média a partir do século XII para regulamentar o processo produtivo artesanal nas cidades com mais de 10 mil habitantes. As corporações agregam pessoas que exercem o mesmo ofício. São responsáveis por determinar preço, qualidade, quantidade da produção, margem de lucro, aprendizado e hierarquia de trabalho. Os que desejam entrar na corporação devem ser aceitos por um mestre como aprendizes, sem ter direito a salário. Os mestres de cada ofício são os que detêm as ferramentas e fornecem a matéria-prima. As corporações de ofício delimitam sua atuação de forma precisa. Determinam, por exemplo, que uma alfaiataria não pode consertar roupas, assim como uma oficina de conserto não deve confeccionar peças novas. Existem também corporações intermunicipais, chamadas hansas, cujo objetivo é defender os interesses de mercadores de um grupo de cidades. A mais importante é a Liga Hanseática ou Hansa Teutônica, formada em 1358, com sede na cidade de Lübeck, atualmente na Alemanha.
Peste Negra na Idade Média

Peste Negra na Idade Média


Peste Negra é o nome pelo qual ficou conhecida a Peste Bubônica, uma pandemia (doença que atinge grandes dimensões) responsável pela morte de cerca de um terço de toda a população europeia. A doença, transmitida pela bactéria Yersinia pestis, se originou na Mongólia. De fato, pulgas hospedeiras da bactéria infectaram ratos, que atuaram como vetores da doença.

Estes roedores vieram para a Europa nos navios comerciais entre os anos de 1346 e 1352, período em que o comércio foi reavivado, e o contato com o Oriente, aprofundado. Os ratos encontraram condições ideais de reprodução nas aglomerações urbanas da época, uma vez que as condições de higiene eram bastante precárias.

Além de ser transmitida por meio das pulgas e da mordida destes roedores, a Peste Negra também era difundida pelas vias aéreas dos indivíduos. Após a transmissão, a bactéria ataca diretamente o sistema linfático do doente, criando dolorosas bolhas em suas axilas e virilha. Posteriormente surgem outros sintomas, como febres e vômitos, até o indivíduo não resistir.

Aqueles que contraíam a doença tinham uma expectativa média de vida de apenas uma semana. Como não havia medicamentos e o progresso da ciência não era visto com bons olhos pela Igreja, a mortalidade gerada pela doença foi algo assustador. Para se ter uma ideia, faltavam cemitérios para enterrar todos os mortos. Além disso, os poucos que sobreviveram conviviam com o problema da escassez de alimentos.

A doença só foi controlada no fim século XIV, com a adoção de medidas de higiene mais eficientes e adequadas.
Bárbaros na Idade Média

Bárbaros na Idade Média


Todos os povos estrangeiros que viviam longe da cultura, religião e costumes do grande Império Romano eram chamados de bárbaros. Tal designação é um claro exemplo do etnocentrismo, uma vez que todas estas povoações tinham suas próprias culturas, línguas e tradições. Os principais povos bárbaros foram os francos, lombardos, anglos, saxões, burgúndios, visigodos, suevos, vândalos e ostrogodos.

Os bárbaros eram povos nômades que tinham uma organização social baseada em um grupo de famílias, uma espécie de clã. A agricultura e a pecuária eram suas principais atividades econômicas. Politeístas, tinham como principal representação divina a imagem de Odin, deus do vento e da guerra.

De fato, os bárbaros mantinham relações pacíficas com os romanos desde o Império de Júlio César; os mesmos até realizavam trocas comerciais com Roma. Com a chegada dos hunos, vindos da Ásia central, os bárbaros germânicos foram obrigados a ocuparem outras regiões. Durante os séculos IV e V, estas violentas invasões resultaram na queda do Império Romano.
Castelos da Idade Média

Castelos da Idade Média


Os castelos eram grandes edificações bastante comuns na Idade Média. Em razão do grande número de guerras ocorridas nesta época, as construções eram erguidas com o fim de proteger reis, senhores feudais, suas famílias e bens das ameaças militares. Por outro lado, os castelos também eram estratégicos na conquista de um novo território.

Até o século XI, tais edificações eram feitas com a madeira retirada das árvores. Posteriormente se passou a utilizar blocos de pedra, fato que acabou tornando as construções muito mais resistentes.

Ao contrário do que é mostrado em muitos filmes, contos e desenhos animados, os castelos não eram tão luxuosos, embora fossem bastante espaçosos, cheio de cômodos e instalações. Geralmente, eram providos de um fosso (buraco) preenchido com água ao seu redor. Tal medida tinha o objetivo de dificultar a penetração de inimigos. Além disso, arqueiros e outros guardas ficavam nas partes mais altas dos castelos com o fim de vigiar a construção.

Após o século XVI, o uso dos castelos como forma de defesa entrou em declínio, uma vez que os avanços tecnológicos permitiram a criação de armas bem mais elaboradas, capazes de destruir tais fortificações.

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