Adubo ou Fertilizante

Desde que o homem começou a praticar a agricultura de maneira contínua e sistemática, percebeu que para melhorar o rendimento de suas terras era preciso acrescentar-lhes certas substâncias. Os primeiros produtos usados como adubo foram os excrementos animais, a cinza vegetal oriunda da queima de plantas e o lodo de rios, lagos e pântanos.
Necessidades vitais das plantas - As plantas necessitam de 16 elementos
para viver: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo,
potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro, cobre, ferro,
manganês, molibdênio e zinco. Os três primeiros, que constituem cerca de
95% do peso da matéria seca do vegetal, são fornecidos pelo ar e pela
água, na forma de gás carbônico, oxigênio molecular e água. Os 13
restantes, chamados nutrientes minerais, são absorvidos do solo através
das raízes.
A carência, no solo, de alguns desses elementos pode ser denunciada
pelas próprias plantas, por meio de sinais como o amarelecimento de
folhas ou talos, o crescimento emperrado, a escassez ou ausência de
frutificação e as descolorações ou manchas que se disseminam. Para
evitar problemas dessa ordem, os adubos são aplicados diretamente no
solo ou através de pulverizações na folhagem. Diversos fatores incidem
para que as substâncias agregadas ao solo sejam devidamente
aproveitadas. Entre eles, o grau de acidez e a composição química da
terra, sua capacidade de drenagem da água, as atividades dos
microrganismos e a própria natureza do adubo.
Três dos elementos que as plantas absorvem do solo -- o nitrogênio, o fósforo e o potássio -- são exigidos em maior quantidade que os demais, entrando por isso com destaque na composição dos adubos comerciais à venda. O nitrogênio é imprescindível ao crescimento vegetativo e à floração; o fósforo atua sobre o metabolismo das plantas e favorece, em especial, o desenvolvimento das raízes; e o potássio é vital para a formação de flores e frutos. Os adubos que contêm em proporções adequadas esses três elementos básicos, chamados de macronutrientes, são considerados completos.
Tipos de adubos - Os adubos podem ser orgânicos e inorgânicos, conforme
procedam de matérias naturais ou sejam preparados com sais minerais
obtidos artificialmente, por diversos processos químicos.
Os adubos inorgânicos ou minerais são sobretudo os fosfatados (como os superfosfatos, o fosfato bicálcico, a escória de Thomas, o termofosfato, as apatitas); os nitrogenados (como a calciocianamida, o nitrocálcio, o salitre-do-chile, o sulfato de amônio, o sulfonitrato de amônio, a ureia, a amônia anidra); e os potássicos (como o cloreto e o sulfato de potássio ou o sulfato de potássio e magnésio). Na agricultura em larga escala, tanto os adubos orgânicos quanto os inorgânicos foram progressivamente substituídos pelos fertilizantes industrializados. Os processos químicos de tratamento dos fosfatos naturais pelo ácido sulfúrico são considerados o ponto de partida da próspera indústria de fertilizantes no mundo.
Entre os adubos orgânicos, mantidos em uso em hortas, jardins, pequenas roças e pomares, salientam-se o esterco (principalmente de boi ou de galinha), usado quando curtido, ou seja, quando sua fermentação se completa, depois de um certo tempo em descanso; o composto, ou mistura de resíduos vegetais, usado da mesma forma que o esterco; e as tortas de oleaginosas, ou bagaço da prensagem de sementes de plantas como o algodão e a mamona para extração de óleo. Resíduos de outras espécies, como o bagaço de cana, podem desempenhar função semelhante à do composto e à das tortas, encontrando por isso ainda, mesmo em lavouras, um uso bem difundido.
Outro processo orgânico é o da adubação nitrogenada. Plantas da família das leguminosas, como o trevo e a alfafa, têm em suas raízes bactérias que extraem nitrogênio do ar para fixá-lo na terra. Por isso, são semeadas com antecedência, nos locais onde será feito um cultivo, e enterradas no solo quando estão florescendo. Sua massa verde misturada à terra torna-a mais rica em nitrogênio, favorecendo o cultivo a ser feito. Entre as leguminosas mais usadas no Brasil nessa adubação estão o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), o tremoço (Lupinus sp.), o guandu (Cajanus cajan), a crotalária (Crotalaria juncea) e a mucuna (Stizolobium sp.).
Os fertilizantes sintéticos, embora enriqueçam o solo nos primeiros anos de uso, podem levá-lo a um esgotamento, se forem aplicados por períodos continuados sem o acréscimo simultâneo de novas matérias orgânicas. Nas últimas décadas, muitas terras, em várias partes do mundo sofreram um decréscimo de sua capacidade produtiva devido ao abuso na aplicação de fertilizantes. Em vista disso, acentua-se o movimento da chamada agricultura orgânica, que propõe métodos mais naturais de lidar com a terra, paralelamente à preferência pela adubação com esterco, tortas, compostos e produtos similares que não dependam da química.
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