História da Armadura de Guerra

Ao longo da Idade Média apareceu e foi progressivamente ganhando prestígio o cavaleiro de armas ou gentil-homem, personalidade militar que perdeu sua importância no Renascimento. Pesadamente armado e rodeado por um grupo de peões e escudeiros, esse cavaleiro acudia à guerra chamado por seu senhor feudal, sentindo-se seguro dentro da armadura, que o protegia das armas de arremesso, de punho ou de lança.
A ideia de defender o corpo com peças de couro ou metal remonta a tempos
imemoriais. No entanto, é preciso chegar até quase a primeira metade do
século XIV para encontrar a primeira armadura de placas modeladas, isto
é, das que se denominam de ponto em branco. A armadura completa nasceu
ao se substituir a cota de malha (tecido constituído por pequenos anéis
metálicos) pelas placas. Durante muito tempo a armadura compôs-se de
ambos os elementos. O conjunto completo, que cobria todo o corpo, só
apareceu em 1350, embora ainda deixasse partes a descoberto, motivo pelo
qual o combatente precisava de escudo. Em sua fase áurea a armadura
chegou a ter até 250 peças e pesava mais de quarenta quilos. Com o
advento das armas de fogo, perdeu sua razão de ser, embora a partir do
século XVI se tenha fabricado a armadura "à prova de pelouro" ou bala,
com três corpos (um, interno, de ferro, e dois de aço). Seu uso
desapareceu definitivamente ao longo do século XVIII.
Ao longo de sua evolução, as armaduras incorporaram sucessivamente novos
componentes que, em função da parte do corpo que estavam destinados a
proteger, adquiriam diversas denominações. Assim, a cobertura dos braços
constava de peças tais como o guante, a manopla e a espaldeira ou
guarda-braço; a cabeça permanecia oculta pela viseira, pelo elmo e pela
babeira ou barbote; o peito e o abdome protegiam-se mediante a couraça,
a escarcela ou o fraldão.
Os aspectos simbólicos das armaduras, que encarnam as virtudes e a honra dos cavaleiros, deram ensejo a que sua fabricação, por vezes, sacrificasse a eficiência no combate ao brilho ornamental. Assim, a partir do século XV fabricaram-se as chamadas armaduras de parada, com profusão de elementos decorativos, de que se pode achar boa mostra em diversas armarias reais e museus de arte militar.
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